RADIO WEB

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Morre autor do poema de concreto

O arquiteto Moacyr Gomes da Costa, que faleceu ontem em Natal vítima de parada cardíaca, partiu mas deixou o nome marcado na história da cidade. Ele assinou o projeto do primeiro estádio de grande porte do RN, o João Cláudio de Vasconcelos Machado (Machadão que no próximo dia 4 de junho faria 50 anos) e, mais tarde, na comemoração dos 400 anos de fundação de Natal foi o responsável pelo projeto do pórtico instalado na entrada da cidade. O corpo do caicoense de 94 anos foi enterrado no cemitério Morada da Paz. A Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF) mandou realizar um minuto de silêncio nos jogos América x Retrô e ABC x Volta Redonda.

Amigos próximos, acreditam que Moacyr nunca superou a decisão das autoridades potiguares de derrubarem o Machadão, demolido em 2012 para dar lugar ao projeto da Arena das Dunas, praça esportiva criada para abrigar a Copa de 2014. O Arquiteto chegou a encabeçar uma campanha e mostrar um projeto de recuperação do Machadão, imortalizado pelo comentarista João Saldanha como  “o poema de concreto” devido a beleza das linhas curvas da praça esportiva, mas não conseguiu o apoio necessário devido às exigências da FIFA.  

O conselheiro do ABC, professor Roberto Cabral, ressalta que junto com o amigo se foi um pedaço da história de Natal, onde ele também assinou o projeto da faculdade de odontologia da UFRN.

“Moacyr Gomes da Costa, nascido em Caicó/RN, em 7 de junho de 1927, homem elegante, um ser humano da paz, arquiteto renomado, reconhecido nacionalmente. Ele e o colega Vitor Artese projetaram a obra arquitetônica do mercado público do Rio de Janeiro,  considerada a terceira maior obra do Brasil em volume de concreto armado. Em 2012 recebeu com tristeza o descaso e destruição da sua principal obra da arquitetura desportiva, o estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado - MACHADÃO, um dos projetos do “Complexo Desportivo de Lagoa Nova” que incluía o estádio, o ginásio Humberto Nesi (Machadinho) e a pista de Kart, todos demolidos. Esse fato acarretou uma tristeza profunda que  instalou-se e perdurou em seu corpo físico e em sua alma até hoje, quando sua luz apagou na terra e acenderá no céu! Vai em paz nobre amigo, os céus de Natal estão chorando desde às 10h, em homenagem a sua partida. Você muito orgulhou seus familiares e amigos com suas obras arquitetônicas e humanitárias! Descanse em Paz!”.


No ano de 2013, em uma entrevista publicada no jornal do Curso de Arquitetura Pau Brasil, indagado sobre qual dos projetos realizados para Cidade do Natal considerava mais importante, Moacyr Gomes surpreendeu ao citar o Pórtico dos Reis Magos.

“Um dos marcos de Natal é a entrada, o Pórtico dos Reis Magos, também dele participei. Aliás, eu acho que, como arquitetura, é o melhor que eu fiz em Natal, mais que o Machadão, por simular uma mensagem histórica, inspirada no nascimento de Cristo e sua relação com a data de fundação de Natal, com a anunciação dos Reis Magos ao mundo por via de uma estrela cadente. Pensei que a dinâmica da estrela e a riqueza das figuras bíblicas, com suas vestes e coroas, darão poderosa imagem arquitetônica. Juntei o calculista José Pereira, o saudoso Manchinha, grande escultor, o meu amigo e excelente arquiteto Eudes Galvão e fizemos um projeto audacioso, com uma estrela abstrata, garatuja meio surrealista, e as figuras clássicas dos Reis Magos”, destacou. 

O jornalista Rubens Lemos Cunha, defensor fervoroso do Machadão, a ponto de se recusar a pisar na Arena das Dunas, acredita que "de fato Moacyr Gomes começou a morrer, a partir do momento em que forças poderosas decretaram o assassinato do estádio Machadão. Estou profundamente triste com essa partida, me associo a família na figura do irmão do arquiteto e que também é outro amigo querido advogado e professor, Carlos Roberto de Miranda Gomes, neste momento de muita dor e de tristeza. Moacyr partiu dormindo, na suavidade dos traços que fizeram do Machadão uma saudade concreta!"

Lemos classifica o arquiteto como uma das personalidades mais brilhantes e significativas do Rio Grande do Norte.

"Moacyr Gomes da Costa foi o responsável pela maior obra prima do RN, o estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado. O Machadão foi demolido de forma cruel, para quatro partidas da Copa do Mundo, cercada de suspeitas. Podemos considerar o estádio como o filho não carnal que Moacyr Gomes teve, onde ele dedicou todo seu talento,  inteligência e sensibilidade ao construir um estádio em forma de elipse, como uma onda. Essa arquitetura viria a ser conhecida como o poema de concreto, por encantar a todos que nele estiveram, torcedores e jogadores natalenses e também de fora que estiveram aqui para atuar contra a seleção brasileira.  Moacyr faz parte da geração dos homens mais brilhantes  e significativos do estado porque foi capaz de mudar o rumo da própria história. Seu trabalho está imortalizado em vários projetos importantes em Natal e outros estados. Ele era um gênio da prancheta!"

Machadão ainda poderia estar de pé
Quando da escolha de Natal para ser sede a proposta era baseada na construção de um segundo estádio que sequer seria erguido na vizinha cidade de Parnamirim: o Estrelão. Essa seria a primeira de muitas faces do projeto da cidade para ser uma das sedes do Mundial. Reprovado o projeto devido a questão de transportes, veio a segunda opção, construir no local do antigo Machadão. 

Neste momento surge a primeira discordância. O arquiteto Moacyr Gomes,  criador do projeto do estádio João Machado - “Machadão”,  dava a sua primeira entrevista à Tribuna do Norte, sugerindo a opção pela reforma do estádio de Lagoa Nova e não a construção de uma nova arena em Natal. Segundo ele, o projeto dependeria de R$ 80 milhões (com estacionamento para 1.200 veículos), mas com as exigências da Fifa iria para R$ 100 a R$ 150 milhões (com 6 mil vagas para veículos e 2 mil ônibus). Ele exemplificou que um estádio novo custaria, como o Engenhão do Rio de Janeiro, uns R$ 450 milhões. A Arena das Dunas ficou em torno de R$ 500 milhões.

Apenas 10 dias depois dessa entrevista à Tribuna do Norte, sem aviso, ou debate público, os responsáveis pelo projeto de Natal na Copa 2014 deram uma guinada de 180º na ideia de uma novo estádio.

No dia 28 de setembro de 2008 a Tribuna do Norte publicou matéria explicando que técnicos da antiga Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SEL), em parceria com outros órgãos da esfera estadual da administração pública chegaram a conclusão que adequar o estádio Machadão seria a melhor opção para convencer a FIFA que Natal merecia ser sede.

A comissão chamou o arquiteto Moacyr Gomes que elaborou um esboço de projeto cuja ideia se baseava no rebaixamento do gramado e avanço das arquibancadas para aumentar a capacidade expandindo o estádio internamente. “Sai muito mais barato para Natal preservar o Castelão”, disse à época Gomes.

O rebaixamento do gramado se  daria em cerca de 4m e o estádio teria a capacidade ampliada para 46.300 lugares. Uma outra intervenção seria realizada na cobertura, que poderia ser sobre toda a estrutura de arquibancadas, ou dependendo das verbas, desenvolver uma cobertura completa, transparente, fechando o teto como um todo, sem atrapalhar a passagem da luz solar. Mas, o projeto aprovado pela CBF e Fifa e que levou Natal a ser escolhida como uma das sedes do Mundial de 2014 foi o de um novo estádio: A Arena das Dunas.




 

Causas do incêndio no Olimpo Mar devem ser conhecidas em 15 dias

 O resultado das causas do incêndio na casa de recepções Olimpo Mar, em Natal, deve sair em 15 dias, segundo o  Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep). O local, que estava fechado no momento do fogo, foi destruído após ser atingido por fortes chamas na noite da quarta-feira (4). Não houve mortes nem feridos. Na manhã dessa quinta-feira (5), o cenário era de destruição total. No local, vidros estourados, carcaças de aparelhos de ar-condicionado e a estrutura de madeira queimada davam uma ideia de como foi o incêndio.


Por causa da fumaça que ainda saída do que sobrou do espaço, o Corpo de Bombeiros foi chamado novamente ao local. “Mais cedo já tinha fumaça aí, mas com a chuva, ela desapareceu e voltou agora, quando estiou”, disse um funcionário da casa. Os bombeiros explicaram que não havia focos de incêndio. A fumaça, neste caso, estava sendo provocada por resquícios de brasa provenientes da ampla estrutura de madeira que há no ambiente. 

Luciano Almeida, dono da casa de recepções, disse que aguardava, na manhã da quinta-feira, a realização da perícia, prevista para ocorrer ao longo dia, segundo o Itep. Luciano contou à TRIBUNA DO NORTE que ainda procurar entender o que aconteceu. “A casa estava completamente fechada, somente com o vigia. Não tinha montagem. Agora, nós vamos esperar para ver o que provocou o incêndio. A única coisa que eu me lembro bem é que, quando cheguei, a lateral inteira já estava pegando fogo. É uma casa de madeira, então, é muio difícil de saber por onde tudo começou”, afirmou. 

O Olimpo Mar é uma das unidades do Olimpo Recepções, uma das principais empresas de Natal para a realização de  eventos como aniversários,  formaturas e casamentos. A estrutura tinha capacidade para até 300 convidados. O incêndio começou por volta das 18h30 e só foi combatido após às 22h. “Estou tão atordoado, que ainda nem sei direito como se dão os trâmites a partir de agora” disse Luciano. 

“O que eu fiquei sabendo sobre a perícia é que, antes do procedimento, é preciso  que venha alguém do CREA para verificar se o perito pode entrar na estrutura, que está totalmente comprometida. Agora, tudo está nas mãos das autoridades”, disse Luciano.

Ainda na manhã da quinta-feira, uma equipe do Conselho Regional dos Técnicos Industriais (CRT-RN) foi ao local para colher informações sobre a instalação de aparelhos de climatização do ambiente. O gerente de fiscalização do CRT, Luiz Henrique, disse que o objetivo é avaliar se os equipamentos possuem um Termo de Responsabilidade Técnica (TRT), emitido pelo próprio CRT ou uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), emitida pelo CREA.

“Se ficar constatado que o incêndio foi ocasionado pelo mal funcionamento desses equipamentos, o profissional responsável responderá na Justiça por isso. Além do termo, os aparelhos de ar-condicionado devem passar por manutenção constantemente”, explicou Luiz Henrique, que não conseguiu verificar a questão, por causa da interdição no local.

De acordo com informações obtidas pela TRIBUNA DO NORTE na noite do incêndio, o fogo começou, supostamente, após a volta da energia elétrica na região, que teria sofrido uma queda momentos antes. Os bombeiros confirmaram que o principal foco do fogo ficava próximo ao gerador. Segundo os bombeiros, o combate às chamas foi mais difícil porque havia óleo diesel no gerador. Diante da situação, o trabalho de  atuação ocorreu no sentido de resfriar o ambiente e depois alcançar o controle do incêndio.

Proprietário fala sobre eventos agendados
Também na manhã dessa quinta-feira (5), o proprietário da casa de recepções, Luciano Almeida, disse que, apesar da destruição do salão, está focado em viabilizar a realização das festas agendadas para o Olimpo Mar em outros salões.

“Colegas se solidarizaram com a situação e ligaram ontem mesmo oferecendo o espaço para os nossos eventos. Estamos buscando realocar clientes e contratantes para outros salões. Pelo nível do estrago, eu não consigo nem mensurar quando os eventos na casa serão retomados. A gente tem uma tarefa bem árdua pela frente para realocar essa galera”, esclareceu Luciano Almeida.

Segundo ele, a empresa que trata sobre o seguro da casa de recepções está atuando e, neste momento, os clientes que têm eventos agendados para os demais espaços ou serviços da empresa podem ficar tranquilos. Após a perícia do Itep, a empresa de seguros deverá realizar uma vistoria no espaço.

De acordo com Luciano Almeida, os equipamentos que estavam no Olimpo Mar são de uso somente para a unidade. O depósito dos demais equipamentos e artigos fica fora do espaço, onde estão aproximadamente 70% do material da empresa para a realização dos eventos. Por isso, as demais festas agendadas estão garantidas. 

O empresário pediu paciência e empatia aos contratantes. "Aos clientes que teriam eventos no Olimpo Mar, vamos resolver. A gente teve muita solidariedade dos colegas que dispuseram datas e colocaram casas (de recepção) à disposição. Tudo será feito em lugares lindos. Vamos adequar para que o dano seja somente material meu e que não tenha nenhum outro dano emocional a ninguém. A gente trabalha com alegria e, mesmo na tristeza, quero continuar proporcionando alegria a todos", garantiu o empresário.




IDEMA monitora chegada do peixe-leão ao litoral do Rio Grande do Norte

 A chegada do peixe-leão ao Nordeste já preocupa as autoridades potiguares. Originária dos oceanos Índico e Pacífico, nas últimas semanas a espécie invasora foi registrada no Ceará e no Piauí. Por isso, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA) está atento à possível entrada do animal no litoral potiguar.


O peixe-leão chegou ao Oceano Atlântico por meio da criação em aquários. Depois, solto no litoral da Flórida (EUA), invadiu o Caribe e se dispersou até chegar ao Brasil.

Segundo Rafael Laia, supervisor do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação do IDEMA, o aparecimento do peixe-leão causa preocupação. “Ele se reproduz muito rápido, se adapta muito bem aos ambientes e também é um predador muito voraz. Ele se alimenta de praticamente qualquer animal do tamanho dele ou menor”, afirma.

Para o supervisor, porém, seu aparecimento no Nordeste não é surpresa. “Já existia essa previsão, a partir dos estudos, de que esse animal em breve chegaria à costa brasileira. Foi o que aconteceu”, diz o biólogo. Já o professor do Departamento de Oceanografia da UFRN, Guilherme Longo, relata outra preocupação. “Em alguns lugares, ele já tem uma população relativamente alta. Em Fernando de Noronha, já temos quase 100 indivíduos coletados, e pela proximidade com Natal a gente tem bastante preocupação de estar ocorrendo aqui e a gente não estar encontrando”, aponta o professor.

Atualmente, o IDEMA trabalha em unidades de conservação em três cidades potiguares: Maxaranguape, Rio do Fogo e Touros, numa área de 136 mil hectares — que equivale a oito municípios de Natal. Por isso, o monitoramento é feito para identificar eventuais ameaças que surgem nesses ambientes.

“Como ele chega, e não tem predador, acaba comendo filhotes de outros peixes que podem ser importantes para a manutenção da diversidade, mas também podem ser peixes que a gente tem interesse econômico. Ele pode desestabilizar o sistema de uma maneira muito agressiva”, afirma Longo.

“A gente sabe que é uma possibilidade bem grande, dado o processo de expansão dele, e a ideia é manter esse monitoramento para, quando identificar, trabalhar de forma mais eficiente para combatê-lo”, pontua Laia. “Quanto mais cedo identificar, maior a possibilidade de resolver essa situação”, lembra.

Caso o peixe-leão seja avistado na costa do Rio Grande do Norte, deve ser informado aos monitores nas três cidades em que o IDEMA faz o monitoramento ambiental. Em outras cidades, o supervisor recomenda entrar em contato com o órgão. Guilherme Longo também sugere buscar o Laboratório de Ecologia Marinha, do Departamento de Oceanografia da UFRN. 

Venenoso, o contato com o peixe-leão pode provocar sintomas leves, desde dor intensa seguida de um edema local, até náusea, tontura, fraqueza muscular e dores de cabeça. Em casos mais extremos, a vítima pode ter convulsões. Por isso, Laia diz que o animal não pode ser capturado por qualquer um: “apesar da beleza, precisa ter cautela e um domínio de técnica para manuseá-lo”.




domingo, 1 de maio de 2022

Aeronaves da Gol e da Azul colidem no Aeroporto de Viracopos

 Acidente aconteceu durante taxiamento; não há feridos


Duas aeronaves, uma da companhia aérea Gol e outra da Azul, colidiram na noite de ontem (29) no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo. As informações são da Agência Brasil.

A aeronave da Azul estava estacionada no pátio, vazia, quando a aeronave da Gol, proveniente do Rio de Janeiro e com passageiros a bordo, pousou. Enquanto a aeronave da Gol fazia o taxiamento, os dois aviões se chocaram.

Segundo a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, que administra o aeroporto, não houve feridos. “A colisão ocorreu às 21h29 do dia 29 de abril quando a aeronave da Gol com 56 passageiros (Boeing 737-800 procedente do Aeroporto Santos Dumont – RJ) havia acabado de pousar. A aeronave fazia o taxiamento para se deslocar para o estacionamento, quando se chocou com a parte traseira da aeronave Embraer 195, da Azul, sem passageiros e estacionada no pátio”, informou a concessionária.




Planetas Vênus e Júpiter podem ser vistos no fim de semana

 Os planetas Vênus e Júpiter, considerados os mais brilhantes, vão se encontrar no céu neste fim de semana. Segundo o Observatório Nacional, para ver o encontro basta olhar para o céu antes do amanhecer e na direção do nascer do Sol.


A conjunção ocorrerá tanto na madrugada de sábado  (30), quanto na madrugada de domingo (1º de maio).

De acordo com a tecnologista sênior do Observatório Nacional, Josina Nascimento, a conjunção propriamente dita será às 16h (hora legal de Brasília) do dia 30.

“O que vai diferir é somente a altura dos astros de acordo com a localidade. No Rio de Janeiro, às 4h30 da manhã, eles já estarão a uma altura de 18 graus e vão ficando cada vez mais altos em relação ao horizonte, até que a claridade do dia fará com que não possamos mais vê-los. É impossível não reconhecê-los. São os astros mais brilhantes do céu”, disse Josina.

Segundo o observatório, em 11 de fevereiro de 2021 houve uma conjunção de Vênus com Júpiter, mas os planetas estavam muito próximos do Sol e não foi possível ver. Em 2 de março de 2023 haverá outra conjunção entre os dois planetas, logo após o pôr do Sol, mas a distância será bem maior entre os planetas.

Quem puder utilizar um telescópio conseguirá ver, neste fim de semana, o alimento de três planetas: Netuno, Vênus e Júpiter. O observatório vai fazer duas transmissões ao vivo do evento por meio do canal do YouTube do Observatório Nacional.

Eclipse
Em 2022, haverá dois eclipses do Sol, ambos parciais e não visíveis no Brasil. O primeiro será em 30 de abril e terá início às 15h45 (horário de Brasília). O único eclipse da Lua deste ano será de 15 para 16 de maio e será um eclipse total e totalmente visível em todo o Brasil.

Segundo o observatório, apenas em outubro de 2023 haverá eclipse anular do Sol visível no Brasil.

O eclipse parcial do Sol de hoje será visível no extremo sul da América do Sul, partes da Antártica e parte sul dos oceanos Pacífico e Atlântico. Em média, o eclipse total ocorre a cada 18 meses. 

Entenda
Um eclipse do Sol ocorre quando a Lua fica entre o Sol e a Terra projetando uma sombra sobre a Terra. A sombra mais escura, onde toda a luz solar é bloqueada, é chamada umbra. Em torno da umbra se define a sombra mais clara, a penumbra, onde a luz solar é parcialmente bloqueada. Se o observador está na estreita faixa da Terra atingida pela umbra, ele vai ver o eclipse como total. Se está na área atingida pela penumbra, verá como parcial. 

A observação de eclipses somente pode ser feita com instrumentos especiais usados por astrônomos ou com técnica de projeção. Conforme o observatório, não se deve olhar diretamente para o Sol com o uso de filme de raio-x, óculos escuros ou outro material caseiro por risco de danificar o olho de modo irreversível.




Teatro Alberto Maranhão vai reabrir neste domingo (01)

 O Teatro Alberto Maranhão (TAM) reabre suas portas para o público neste domingo (1), após precisar ser interditado por sete semanas em razão das fortes chuvas que caíram em Natal no mês de março. De acordo com a Fundação José Augusto (FJA), as obras de drenagem no local tiveram os últimos acabamentos concluídos na última sexta-feira (29). A programação completa de maio já foi divulgada e o teatro histórico da capital poiguar abre a série de espetáculos neste início de mês (1) com a “Mostra de Dança Studio Toda Dança” a partir das 17h.


Fechado desde 2015 e recém-inaugurado em dezembro do ano passado, o equipamento precisou ser interditado temporariamente para a conclusão de um projeto de drenagem. Por meio de sua assessoria de comunicação, a FJA confirmou que os últimos ajustes foram feitos pela equipe de engenharia no dia 29. “Toda a parte de drenagem, correções hidráulicas e as barreiras de contenção para prevenir eventuais problemas foram concluídas. Com isso, estamos dentro do cronograma para reabertura dos espetáculos no dia primeiro”, informam.

Em entrevista anterior à TRIBUNA DO NORTE, o diretor do TAM, Ronaldo Costa, esclareceu que o projeto consistiu na instalação de comportas removíveis para evitar a entrada da água nas dependências do teatro, além de bombas de drenagem que foram colocadas no átrio. Com trabalhos iniciados em 10 de março, a estrutura também passou a contar com pequenas paredes de alvenaria na entrada, após autorização da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio Grande do Norte (Iphan-RN) e do Ministério Público do RN. 

Na ocasião, o diretor também afirmou que nenhum equipamento ou instrumento do TAM tinha sido danificado e cobrou um amplo projeto de drenagem para a Ribeira, bairro da zona Leste da capital. Aparelhos de ar-condicionado, caixas de som, sistema elétrico, tapetes e carpetes, entre outros itens, passaram por processos de limpeza custeados com a garantia da empresa que reformou o espaço. 

“O fator que gerou o alagamento foi externo. O TAM não tem goteiras. Todas as questões afetadas foram recuperadas plenamente, mas precisamos proteger o TAM independente do fator externo. Foram feitas obras e melhorias de drenagem no teatro, mas que não são suficientes ainda. Uma chuva de 200 milímetros mostrou que não foi suficiente”, diz.

Segundo Carlson Gomes, titular da Secretaria de Obras Públicas e Infraestrutura de Natal (Semov), foi feita uma licitação para contratação dos projetos de drenagem na Ribeira e o prazo para conclusão dos estudos pela empresa vencedora vai até o final do mês de maio. Após esse momento, a Secretaria deve iniciar a captação de recursos para dar início às intervenções que pretendem contornar os problemas de alagamentos que afetam o bairro.

Os valores da obra, no entanto, ainda não são conhecidos, nem há prazos para o início dos serviços. A ideia é que o projeto contemple toda a Ribeira, com atenção especial para as áreas consideradas mais sensíveis, como a região onde antigamente funcionava a sede da Semurb, a avenida Duque de Caxias (incluindo a região do TAM e da antiga rodoviária de Natal) e a avenida Tavares de Lira.

Retomando suas atividades, a programação do mês de maio conta com 14 eventos, abrangendo apresentações de dança, teatro e shows de humor. Entre eles, o espetáculo “As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão” da Idearte Produções irá ao palco do TAM por três dias seguidos (13, 14 e 15). O comediante Murilo Couto se apresenta em Natal com “Um Stand Up Qualquer” no dia 21. Ao final do mês (25), a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte realiza um concerto oficial com entrada franca para a população. 




Manifestantes vão às ruas em Natal

 Duas manifestações saem às ruas neste domingo (1º), em alusão ao Dia do Trabalho, em Natal. O primeiro ato na capital potiguar, organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT/RN), movimentos sociais e demais centrais sindicais, se concentra às nas primeiras horas da manhã na Praça das Flores, bairro de Petrópolis, e segue em caminhada até a Praia do Meio. Durante a tarde, o grupo Força Democrática RN reúne apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em frente ao Midway, na esquina das avenidas Salgado Filho e Nevaldo Rocha, com previsão de caminhada.


Segundo Celino Bezerra, presidente da CUT/RN, o ato em celebração ao Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora traz como tema a defesa do emprego, direitos, democracia e pela vida. “O atual governo federal nunca pautou uma discussão sobre as questões do trabalho com as centrais sindicais no Brasil. As duas grandes reivindicações que colocamos em foco nessa manifestação são a revogação da reforma trabalhista e suspensão do teto de gastos que atinge à educação e saúde”, diz.

Organizado por CUT, CSP-Conlutas, CTB, Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo, Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Pública Central do Servidor, bem como demais movimentos sociais, o ato sairá às 8h30 da Praça das Flores em direção à Ladeira do Sol, seguindo pela avenida Presidente Café Filho até a Praça dos Heróis, na Praia do Meio, onde acontecerão, a partir das 10h, shows e apresentações artísticas.

“Estamos em luta pelo desenvolvimento do país e pela distribuição de renda para os trabalhadores. O foco especial é em defesa da soberania do país. Continuamos lutando pela defesa da vida porque a pandemia não acabou e os trabalhadores continuam no front, não só lidando com as condições de desemprego, mas também com as condições sanitárias”, explica Celino.

Com a pauta de “defesa da liberdade” e em apoio ao  indulto concedido ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) pelo presidente Bolsonaro, manifestantes devem se reunir em frente ao Midway às 15h. De acordo com o organizador Carlos Reny, da Força Democrática RN, o movimento segue uma convocação nacional.

“Acreditamos que estamos passando por um momento delicado onde nossas liberdades estão sendo cerceadas, seja na comunicação, seja através da Justiça. Vamos às ruas por esse motivo, inclusive, apoiando a atitude do presidente Jair Bolsonaro em dar a graça ao deputado Daniel Silveira, após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF)”, comenta o organizador.

A manifestação também conta com atos confirmados em Mossoró, e nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Sergipe. Em Natal, a caminhada está prevista para sair da concentração na avenida Salgado Filho em direção a avenida Nascimento de Castro, com retorno pela Romualdo Galvão e rua Alberto Silva para concluir em frente ao Midway Mall novamente. 

A Polícia Militar montou um esquema para acompanhar as manifestações. A Operação Dia Do Trabalhador terá sete viaturas, três motocicletas e um total de 46 policiais militares no efetivo.

O objetivo da corporação é executar policiamento ostensivo nos locais onde ocorrer manifestação, com a possibilidade de empregar a tropa especializada caso alguma situação exija.

As patrulhas nas concentrações do evento da manhã fica a cargo do 1º BPM, que a partir das 8h estará na Praça das Flores. Em seguida, deverá ser remanejado e distribuído na Av. Presidente Café Filho e no entorno da concentração de encerramento.

A ROCAM realizará patrulhamento tático nas adjacências dos locais no intuito de evitar furtos e roubos.

O mesmo modelo de operação será repetido no período da tarde. No total, participam da operação o 1º BPM, as companhias independentes de policiamento Turístico (CIPTUR) e de Guardas (CIPGD), BPCHOQUE e ROCAM.

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) informou que vai acompanhar as manifestações a fim de fiscalizar o trânsito nos locais marcados.

Durante a manhã, irão dispor de uma viatura e quatro motos para dar apoio no trajeto de deslocamento dos manifestantes. Após chegada na Praça dos Heróis, a avenida Café Filho será totalmente liberada. 

O inspetor-chefe da STTU, Carlos Eugênio, comenta que na manifestação em frente ao Midway serão disponibilizadas duas motos e uma viatura no local. “A princípio, foi passado que seria apenas uma concentração com retenção em uma faixa da via, sem interferência no trânsito completo. De qualquer forma,  estamos prontos para acompanhar a situação em tempo real e modificar o planejamento de acordo com a quantidade  de pessoas na ação e as necessidades encontradas”, finaliza.

Grupos divididos a nível nacional
Neste dia 1º de maio, atos em apoio ao presidente Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Lula (PT) devem ser vistos em várias capitais brasileiras. As manifestações de esquerda foram convocadas pelas centrais sindicais do país, após dois anos de eventos online em virtude da pandemia. Militantes pró-governo organizaram as ações nas redes socais.

Em São Paulo, Lula participa do ato na Praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, enquanto apoiadores do atual chefe do Executivo se reúnem na Avenida Paulista, com o lema intitulado “Pela Liberdade, Pelo Brasil”. Ainda não há confirmação de que Bolsonaro vá comparecer a alguma manifestação. 

Ponto chave na bandeira dos atos de direita, o deputado federal Daniel Silveira confirmou presença no ato em Niterói, Rio de Janeiro. No final do mês passado, o parlamentar foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros do Tribunal e outras instituições. 

A condenação acarreta perda do mandato, suspensão dos direitos políticos e uma multa de R$ 212 mil. No entanto, o deputado teve seu perdão concedido por Bolsonaro no dia seguinte a sua condenação, por meio da graça constitucional.


Museu da Rampa vai explorar 'sonho de voar' dos potiguares

 A reportagem da TRIBUNA DO NORTE foi ao complexo da Rampa conferir o que o visitante encontrará no Museu da Rampa quando estiver aberto ao público. A ideia inicial elaborada pela Casa da Ribeira será concretizada tendo como ponto principal o sonho de voar e a participação de Natal na história da aviação.



Arribaçãs, telas sobre malas, imersão visual e exposições artísticas deverão mexer com os sentidos dos visitantes que poderão contemplar a paisagem do rio Potengi e o pôr do sol. Começa pela alusão ao Lajedo de Soledade, um dos sítios arqueológicos mais importantes do Brasil, localizado  no município de Apodi, na região do Oeste potiguar.

“A gente traz o lajedo onde foram encontradas inscrições rupestres, onde homens e mulheres já se imaginavam voando porque é o centro da curadoria de todas as exposições. O verbo voar como dispositivo de observação de pássaros, como dispositivo de máquinas de vôo... aí entra o Augusto Severo, entra toda a parte das invenções, entra Natal na Segunda Guerra, entra Natal na Aeropostale. O outro dispositivo do voar é o sonho...”, explicou Gustavo Wanderley, produtor executivo do projeto Rampa Arte Museu Paisagem.

Como o sonho está dentro do contexto, a ideia é integrar o Museu ao Instituto do Cérebro, com um espaço destinado a experiências relacionadas ao tema, chamado de Laboratório dos Sonhos. Atualmente, 39 pessoas trabalham no projeto. Marília Bonas, diretora do Museu da Língua Portuguesa e do Museu de Futebol, integra o trabalho com pesquisadores norte-riograndenses.

O Museu da Rampa deverá expressar a identidade do povo de Natal e do Rio Grande do Norte e como o desejo de voar esteve presente ao longo da história da capital potiguar. Para tanto, elementos do povo e da cidade estão sendo captados pela equipe.

Museu do aviador

É o primeiro local que o visitante vai entrar. “No Memorial do Aviador, a gente pode fazer uma sala de embarque, que vai ser bilheteria, recepção e um enorme painel sobre malas antigas que vão trazer a sua história ligadas ao desejo de voar”, explicou Gustavo Wanderley. Esse painel com quase 200 malas será pintado pelo artista João Natal, mas  as imagens que serão retratadas ainda não foram reveladas. “Nunca eu tinha pintado sobre malas. Variar superfícies é um desafio para o artista. Estou analisando e meu trabalho será focado em elementos do ar, no voar”, contou o artista João Natal.

Imersão visual

O auditório será um espaço para o visitante viajar através da projeção de imagens com som e vídeo. “Aqui é uma imersão para que o visitante esqueça o que está acontecendo lá fora e viaje com as projeções que estarão em todas as paredes”. Palestras, encontros e shows musicais também podem ser realizados no auditório.

A história abraçada

Atrás do Museu do Aviador, o visitante vai se deparar com uma escultura construída pelo artista José Rufino com pedras especiais recolhidas na cidade e em outros municípios. Uma Figueira elástica, também conhecida por falsa seringueira, igual à que já existe no complexo,  será plantada junto à escultura porque ela tem a interessante característica de envolver o que toca com seus galhos o que dará a impressão de que está envolvendo a escultura. A concepção é de que as pedras da escultura trazem a história que será abraçada por seres vivos, representada pela árvore.

Exposições e artes

Ao entrar no edifício de exposições, banhado pelo rio Potengi, o visitante se depara com uma arribaçã-mãe, que traz no bico um fio vermelho. “A gente vai simular que ela furou com o bico por onde passa o fio vermelho para o outro lado. No ambiente há uma foto feita em Acari, adesivos de fotos e 120 pequenas arribaçãs que voam perfazendo um caminho para os outros módulos do espaço”, contou Gustavo Wanderley. As arribaçãs estão sendo feitas por artesãos do município de Acari e a imagem com figuras rupestres vai mostrar que desde a pré-história havia no ser humano que habitava em solo potiguar o desejo de voar. Do outro lado, um hall de exposições temporárias vai receber diferentes exposições que durarão quatro meses cada.

Voar na história de Natal

O fio vermelho seguido pela nuvem de pássaros apontará que aquele sonho do homem pré-histórico está numa cidade chamada Natal. Uma lâmina de tecido impressa com o primeiro vôo entre a África e as Américas, que teve Natal como destino, feito pelo Jean Mermoz, da Aeropostale, Correio Francês. Em seguida, o visitante relembrará a Natal dos anos 1920 e 1930 até chegar a um conteiner com a participação de Natal na segunda guerra Mundial. Um chão de vidro também contará essa história com imagens aos pés do visitante.

Lutas contemporâneas

Para chegar ao último módulo, o visitante escolhe os caminhos “em guerra” ou “em paz”. Ambos levarão para o mesmo destino. “Vamos mostrar o pioneirismo feminino do Rio Grande do Norte, o trabalho contra o analfabetismo na década de 1960, os guardiões das lutas e as lutas contemporâneas, que passam pela semente crioula, do público LGBTQIA+, questões raciais, eqüidade entre homens e mulheres, pensar sobre a questão da fome e segurança alimentar”, disse Gustavo Wanderley.

Píer para contemplação

Após toda a imersão que o visitante fizer nos diferentes espaços, ele vai se deparar com de píer para contemplação do pôr do sol do rio Potengi, considerado um dos mais belos do Brasil. A área que está sendo chamada de “calçada potengi” tem vista para a ponte Newton Navarro e para o porto, permitindo ainda a convivência com o Porto do Mangue e as atividades cotidianas dos pescadores, além de ser possível assistir a passagem de navios que atracam no porto.

Setur vai retificar processo após detecção de erro

Apesar da grandiosidade do projeto que vai compor o Museu da Rampa, em Natal, o caminho feito para chegar até sua execução está sob suspeita do Ministério Público do Estado (MPRN). O promotor de justiça do Patrimônio Público, Afonso de Ligório Bezerra Júnior, questiona a contratação de R$ 126,9 mil feita de forma direta, por inexigibilidade de licitação, há a justificativa de que a singularidade do objeto e a notória especialização da Casa da Ribeira tornaram inviável qualquer competição, dizendo que no acervo apresentado nos autos não consta a elaboração de qualquer projeto museológico e expográfico anterior no portfólio da Casa da Ribeira. Além disso, ele ressalta que uma exposição realizada em determinado museu, a princípio, é distinta da elaboração de um projeto museológico.


O extrato de contrato publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) do dia 25 de janeiro de 2020, firmado entre a Secretaria Estadual de Turismo (Setur) e o Espaço Cultural Casa da Ribeira, tem como objeto a elaboração do Plano Museológico e Expográfico do Complexo Cultural Rampa, bem como seu desenho e respectivo enquadramento em Leis de Incentivo à Cultura, nas esferas federal e estadual. Contudo, o que a Casa da Ribeira entregou foi uma proposta museográfica, que é um recorte, definição de um tema, objetivos, diagnóstico e toda a  concepção do que estará exposto no complexo.

Em nota, a Setur informou que “detectou um erro material, com utilização de uma nomenclatura equivocada — onde deveria grafar museográfico havia museológico — em um dos documentos do processo de contratação junto à Casa da Ribeira e fará a retificação. As expressões têm conceitos diferentes, e trata-se de produtos distintos”.

A pasta disse ainda que o produto contratado foi um projeto expográfico (projeto museográfico), de fato, entregue pela Casa da Ribeira, conforme evidenciado em todas as etapas do processo e disponíveis aos órgãos de controle interno e externo. “O custo de um plano museológico, se fosse esse o objeto de contrato, seria bastante superior àquele pago pela Secretaria, corroborando que desde o início a pretensão era a contratação de um projeto museográfico, e não museológico”, justificou a Setur.

O  produtor executivo do projeto Rampa Arte Museu Paisagem, Gustavo Wanderley, confirmou essa versão governamental. Ele garantiu que a Casa da Ribeira entregou um serviço que está dentro da legalidade e de sua comprovada expertise. “No orçamento da Casa da Ribeira está a proposta museografica”, pontuou Gustavo. Ele é cocriador da Casa da Ribeira, mas não integra o quadro societário desde 2020. Atualmente é diretor da empresa House Cultura, responsável por executar os trabalhos na Rampa, via lei de incentivo.

Segundo disse, foi elaborada uma proposta conceitual do que será o Complexo da Rampa a partir de uma análise curatorial. “Então, uma proposta museográfica é uma concepção artística. O projeto  museográfico foi feito pela Casa da Ribeira, que tem 54 exposições no currículo que começa em 2001, com participação de artistas sólidos do nível de Rosângela Rennó, Rochelle Costi, Efrain Almeida, Brígida Baltar, Selma Bezerra, Guaracy Gabriel, vários artistas; além de exposições em São Paulo como a de Câmara Cascudo, no Museu da Língua Portuguesa, sendo uma das representações culturais mais importantes desse país neste sentido”, explicou, justificando o termo de inexigibilidade que conferiu a expertise da Casa da Ribeira.

A apresentação desse projeto foi concluída em outubro de 2020 para o Governo que aprovou a ideia. Essa foi a primeira etapa para resultar naquilo que está sendo montado dentro do Complexo da Rampa. A partir daí era preciso adequar o projeto para captar recursos através da Lei Câmara Cascudo de Incentivo à Cultura.

Faltam R$ 4 milhões para a conclusão do projeto

Como é preciso captar os R$ 6,5 milhões com empresas que aderirem à Lei Câmara Cascudo, que consiste na renúncia fiscal do ICMS por parte do Estado para que o valor correspondente à contribuição seja investido em projetos culturais, o projeto museológico do Complexo da Rampa ainda não tem o valor total para ser finalizado. “A gente só tem R$ 2,5 milhões”, revelou Gustavo Wanderley.

Com isso, a  conclusão do acervo do Complexo da Rampa depende da adesão de empresas.  O valor compreende a elaboração dos projetos executivos, com o detalhamento técnico de cada parte do museu, contratação de pessoal, artistas, acervo e mobiliário do complexo.

“A gente está falando da dimensão do que será um dos maiores complexos culturais do país. É isso que a gente vai entregar pra cidade. São duas exposições, oito obras de arte de grande escala, seis obras comissionadas. Além disso, um campo completamente pronto para receber mobiliário, maquinário de altíssima ponta de audiovisual, projetores de leds, equipamentos sonoros, tudo está incluso dentro do projeto que é financiado pela Lei Câmara Cascudo”, disse ele.

O Museu da Rampa é esperado como importante equipamento turístico para fomentar a cultura e o turismo da cidade. Caso os R$ 4 milhões sejam, captados, a expectativa é que seja entregue à população ainda neste ano.