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sexta-feira, 6 de maio de 2022

IDEMA monitora chegada do peixe-leão ao litoral do Rio Grande do Norte

 A chegada do peixe-leão ao Nordeste já preocupa as autoridades potiguares. Originária dos oceanos Índico e Pacífico, nas últimas semanas a espécie invasora foi registrada no Ceará e no Piauí. Por isso, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA) está atento à possível entrada do animal no litoral potiguar.


O peixe-leão chegou ao Oceano Atlântico por meio da criação em aquários. Depois, solto no litoral da Flórida (EUA), invadiu o Caribe e se dispersou até chegar ao Brasil.

Segundo Rafael Laia, supervisor do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação do IDEMA, o aparecimento do peixe-leão causa preocupação. “Ele se reproduz muito rápido, se adapta muito bem aos ambientes e também é um predador muito voraz. Ele se alimenta de praticamente qualquer animal do tamanho dele ou menor”, afirma.

Para o supervisor, porém, seu aparecimento no Nordeste não é surpresa. “Já existia essa previsão, a partir dos estudos, de que esse animal em breve chegaria à costa brasileira. Foi o que aconteceu”, diz o biólogo. Já o professor do Departamento de Oceanografia da UFRN, Guilherme Longo, relata outra preocupação. “Em alguns lugares, ele já tem uma população relativamente alta. Em Fernando de Noronha, já temos quase 100 indivíduos coletados, e pela proximidade com Natal a gente tem bastante preocupação de estar ocorrendo aqui e a gente não estar encontrando”, aponta o professor.

Atualmente, o IDEMA trabalha em unidades de conservação em três cidades potiguares: Maxaranguape, Rio do Fogo e Touros, numa área de 136 mil hectares — que equivale a oito municípios de Natal. Por isso, o monitoramento é feito para identificar eventuais ameaças que surgem nesses ambientes.

“Como ele chega, e não tem predador, acaba comendo filhotes de outros peixes que podem ser importantes para a manutenção da diversidade, mas também podem ser peixes que a gente tem interesse econômico. Ele pode desestabilizar o sistema de uma maneira muito agressiva”, afirma Longo.

“A gente sabe que é uma possibilidade bem grande, dado o processo de expansão dele, e a ideia é manter esse monitoramento para, quando identificar, trabalhar de forma mais eficiente para combatê-lo”, pontua Laia. “Quanto mais cedo identificar, maior a possibilidade de resolver essa situação”, lembra.

Caso o peixe-leão seja avistado na costa do Rio Grande do Norte, deve ser informado aos monitores nas três cidades em que o IDEMA faz o monitoramento ambiental. Em outras cidades, o supervisor recomenda entrar em contato com o órgão. Guilherme Longo também sugere buscar o Laboratório de Ecologia Marinha, do Departamento de Oceanografia da UFRN. 

Venenoso, o contato com o peixe-leão pode provocar sintomas leves, desde dor intensa seguida de um edema local, até náusea, tontura, fraqueza muscular e dores de cabeça. Em casos mais extremos, a vítima pode ter convulsões. Por isso, Laia diz que o animal não pode ser capturado por qualquer um: “apesar da beleza, precisa ter cautela e um domínio de técnica para manuseá-lo”.




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