A reportagem da TRIBUNA DO NORTE foi ao complexo da Rampa conferir o que o visitante encontrará no Museu da Rampa quando estiver aberto ao público. A ideia inicial elaborada pela Casa da Ribeira será concretizada tendo como ponto principal o sonho de voar e a participação de Natal na história da aviação.
Arribaçãs, telas sobre malas, imersão visual e exposições artísticas deverão mexer com os sentidos dos visitantes que poderão contemplar a paisagem do rio Potengi e o pôr do sol. Começa pela alusão ao Lajedo de Soledade, um dos sítios arqueológicos mais importantes do Brasil, localizado no município de Apodi, na região do Oeste potiguar.
“A gente traz o lajedo onde foram encontradas inscrições rupestres, onde homens e mulheres já se imaginavam voando porque é o centro da curadoria de todas as exposições. O verbo voar como dispositivo de observação de pássaros, como dispositivo de máquinas de vôo... aí entra o Augusto Severo, entra toda a parte das invenções, entra Natal na Segunda Guerra, entra Natal na Aeropostale. O outro dispositivo do voar é o sonho...”, explicou Gustavo Wanderley, produtor executivo do projeto Rampa Arte Museu Paisagem.
Como o sonho está dentro do contexto, a ideia é integrar o Museu ao Instituto do Cérebro, com um espaço destinado a experiências relacionadas ao tema, chamado de Laboratório dos Sonhos. Atualmente, 39 pessoas trabalham no projeto. Marília Bonas, diretora do Museu da Língua Portuguesa e do Museu de Futebol, integra o trabalho com pesquisadores norte-riograndenses.
Museu do aviador
É o primeiro local que o visitante vai entrar. “No Memorial do Aviador, a gente pode fazer uma sala de embarque, que vai ser bilheteria, recepção e um enorme painel sobre malas antigas que vão trazer a sua história ligadas ao desejo de voar”, explicou Gustavo Wanderley. Esse painel com quase 200 malas será pintado pelo artista João Natal, mas as imagens que serão retratadas ainda não foram reveladas. “Nunca eu tinha pintado sobre malas. Variar superfícies é um desafio para o artista. Estou analisando e meu trabalho será focado em elementos do ar, no voar”, contou o artista João Natal.
Imersão visual
O auditório será um espaço para o visitante viajar através da projeção de imagens com som e vídeo. “Aqui é uma imersão para que o visitante esqueça o que está acontecendo lá fora e viaje com as projeções que estarão em todas as paredes”. Palestras, encontros e shows musicais também podem ser realizados no auditório.
A história abraçada
Atrás do Museu do Aviador, o visitante vai se deparar com uma escultura construída pelo artista José Rufino com pedras especiais recolhidas na cidade e em outros municípios. Uma Figueira elástica, também conhecida por falsa seringueira, igual à que já existe no complexo, será plantada junto à escultura porque ela tem a interessante característica de envolver o que toca com seus galhos o que dará a impressão de que está envolvendo a escultura. A concepção é de que as pedras da escultura trazem a história que será abraçada por seres vivos, representada pela árvore.
Exposições e artes
Ao entrar no edifício de exposições, banhado pelo rio Potengi, o visitante se depara com uma arribaçã-mãe, que traz no bico um fio vermelho. “A gente vai simular que ela furou com o bico por onde passa o fio vermelho para o outro lado. No ambiente há uma foto feita em Acari, adesivos de fotos e 120 pequenas arribaçãs que voam perfazendo um caminho para os outros módulos do espaço”, contou Gustavo Wanderley. As arribaçãs estão sendo feitas por artesãos do município de Acari e a imagem com figuras rupestres vai mostrar que desde a pré-história havia no ser humano que habitava em solo potiguar o desejo de voar. Do outro lado, um hall de exposições temporárias vai receber diferentes exposições que durarão quatro meses cada.
Voar na história de Natal
O fio vermelho seguido pela nuvem de pássaros apontará que aquele sonho do homem pré-histórico está numa cidade chamada Natal. Uma lâmina de tecido impressa com o primeiro vôo entre a África e as Américas, que teve Natal como destino, feito pelo Jean Mermoz, da Aeropostale, Correio Francês. Em seguida, o visitante relembrará a Natal dos anos 1920 e 1930 até chegar a um conteiner com a participação de Natal na segunda guerra Mundial. Um chão de vidro também contará essa história com imagens aos pés do visitante.
Lutas contemporâneas
Para chegar ao último módulo, o visitante escolhe os caminhos “em guerra” ou “em paz”. Ambos levarão para o mesmo destino. “Vamos mostrar o pioneirismo feminino do Rio Grande do Norte, o trabalho contra o analfabetismo na década de 1960, os guardiões das lutas e as lutas contemporâneas, que passam pela semente crioula, do público LGBTQIA+, questões raciais, eqüidade entre homens e mulheres, pensar sobre a questão da fome e segurança alimentar”, disse Gustavo Wanderley.
Píer para contemplação
“A gente traz o lajedo onde foram encontradas inscrições rupestres, onde homens e mulheres já se imaginavam voando porque é o centro da curadoria de todas as exposições. O verbo voar como dispositivo de observação de pássaros, como dispositivo de máquinas de vôo... aí entra o Augusto Severo, entra toda a parte das invenções, entra Natal na Segunda Guerra, entra Natal na Aeropostale. O outro dispositivo do voar é o sonho...”, explicou Gustavo Wanderley, produtor executivo do projeto Rampa Arte Museu Paisagem.
Como o sonho está dentro do contexto, a ideia é integrar o Museu ao Instituto do Cérebro, com um espaço destinado a experiências relacionadas ao tema, chamado de Laboratório dos Sonhos. Atualmente, 39 pessoas trabalham no projeto. Marília Bonas, diretora do Museu da Língua Portuguesa e do Museu de Futebol, integra o trabalho com pesquisadores norte-riograndenses.
O Museu da Rampa deverá expressar a identidade do povo de Natal e do Rio Grande do Norte e como o desejo de voar esteve presente ao longo da história da capital potiguar. Para tanto, elementos do povo e da cidade estão sendo captados pela equipe.
Museu do aviador
É o primeiro local que o visitante vai entrar. “No Memorial do Aviador, a gente pode fazer uma sala de embarque, que vai ser bilheteria, recepção e um enorme painel sobre malas antigas que vão trazer a sua história ligadas ao desejo de voar”, explicou Gustavo Wanderley. Esse painel com quase 200 malas será pintado pelo artista João Natal, mas as imagens que serão retratadas ainda não foram reveladas. “Nunca eu tinha pintado sobre malas. Variar superfícies é um desafio para o artista. Estou analisando e meu trabalho será focado em elementos do ar, no voar”, contou o artista João Natal.
Imersão visual
O auditório será um espaço para o visitante viajar através da projeção de imagens com som e vídeo. “Aqui é uma imersão para que o visitante esqueça o que está acontecendo lá fora e viaje com as projeções que estarão em todas as paredes”. Palestras, encontros e shows musicais também podem ser realizados no auditório.
A história abraçada
Atrás do Museu do Aviador, o visitante vai se deparar com uma escultura construída pelo artista José Rufino com pedras especiais recolhidas na cidade e em outros municípios. Uma Figueira elástica, também conhecida por falsa seringueira, igual à que já existe no complexo, será plantada junto à escultura porque ela tem a interessante característica de envolver o que toca com seus galhos o que dará a impressão de que está envolvendo a escultura. A concepção é de que as pedras da escultura trazem a história que será abraçada por seres vivos, representada pela árvore.
Exposições e artes
Ao entrar no edifício de exposições, banhado pelo rio Potengi, o visitante se depara com uma arribaçã-mãe, que traz no bico um fio vermelho. “A gente vai simular que ela furou com o bico por onde passa o fio vermelho para o outro lado. No ambiente há uma foto feita em Acari, adesivos de fotos e 120 pequenas arribaçãs que voam perfazendo um caminho para os outros módulos do espaço”, contou Gustavo Wanderley. As arribaçãs estão sendo feitas por artesãos do município de Acari e a imagem com figuras rupestres vai mostrar que desde a pré-história havia no ser humano que habitava em solo potiguar o desejo de voar. Do outro lado, um hall de exposições temporárias vai receber diferentes exposições que durarão quatro meses cada.
Voar na história de Natal
O fio vermelho seguido pela nuvem de pássaros apontará que aquele sonho do homem pré-histórico está numa cidade chamada Natal. Uma lâmina de tecido impressa com o primeiro vôo entre a África e as Américas, que teve Natal como destino, feito pelo Jean Mermoz, da Aeropostale, Correio Francês. Em seguida, o visitante relembrará a Natal dos anos 1920 e 1930 até chegar a um conteiner com a participação de Natal na segunda guerra Mundial. Um chão de vidro também contará essa história com imagens aos pés do visitante.
Lutas contemporâneas
Para chegar ao último módulo, o visitante escolhe os caminhos “em guerra” ou “em paz”. Ambos levarão para o mesmo destino. “Vamos mostrar o pioneirismo feminino do Rio Grande do Norte, o trabalho contra o analfabetismo na década de 1960, os guardiões das lutas e as lutas contemporâneas, que passam pela semente crioula, do público LGBTQIA+, questões raciais, eqüidade entre homens e mulheres, pensar sobre a questão da fome e segurança alimentar”, disse Gustavo Wanderley.
Píer para contemplação
Após toda a imersão que o visitante fizer nos diferentes espaços, ele vai se deparar com de píer para contemplação do pôr do sol do rio Potengi, considerado um dos mais belos do Brasil. A área que está sendo chamada de “calçada potengi” tem vista para a ponte Newton Navarro e para o porto, permitindo ainda a convivência com o Porto do Mangue e as atividades cotidianas dos pescadores, além de ser possível assistir a passagem de navios que atracam no porto.
Setur vai retificar processo após detecção de erro
Apesar da grandiosidade do projeto que vai compor o Museu da Rampa, em Natal, o caminho feito para chegar até sua execução está sob suspeita do Ministério Público do Estado (MPRN). O promotor de justiça do Patrimônio Público, Afonso de Ligório Bezerra Júnior, questiona a contratação de R$ 126,9 mil feita de forma direta, por inexigibilidade de licitação, há a justificativa de que a singularidade do objeto e a notória especialização da Casa da Ribeira tornaram inviável qualquer competição, dizendo que no acervo apresentado nos autos não consta a elaboração de qualquer projeto museológico e expográfico anterior no portfólio da Casa da Ribeira. Além disso, ele ressalta que uma exposição realizada em determinado museu, a princípio, é distinta da elaboração de um projeto museológico.
O extrato de contrato publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) do dia 25 de janeiro de 2020, firmado entre a Secretaria Estadual de Turismo (Setur) e o Espaço Cultural Casa da Ribeira, tem como objeto a elaboração do Plano Museológico e Expográfico do Complexo Cultural Rampa, bem como seu desenho e respectivo enquadramento em Leis de Incentivo à Cultura, nas esferas federal e estadual. Contudo, o que a Casa da Ribeira entregou foi uma proposta museográfica, que é um recorte, definição de um tema, objetivos, diagnóstico e toda a concepção do que estará exposto no complexo.
Em nota, a Setur informou que “detectou um erro material, com utilização de uma nomenclatura equivocada — onde deveria grafar museográfico havia museológico — em um dos documentos do processo de contratação junto à Casa da Ribeira e fará a retificação. As expressões têm conceitos diferentes, e trata-se de produtos distintos”.
A pasta disse ainda que o produto contratado foi um projeto expográfico (projeto museográfico), de fato, entregue pela Casa da Ribeira, conforme evidenciado em todas as etapas do processo e disponíveis aos órgãos de controle interno e externo. “O custo de um plano museológico, se fosse esse o objeto de contrato, seria bastante superior àquele pago pela Secretaria, corroborando que desde o início a pretensão era a contratação de um projeto museográfico, e não museológico”, justificou a Setur.
O produtor executivo do projeto Rampa Arte Museu Paisagem, Gustavo Wanderley, confirmou essa versão governamental. Ele garantiu que a Casa da Ribeira entregou um serviço que está dentro da legalidade e de sua comprovada expertise. “No orçamento da Casa da Ribeira está a proposta museografica”, pontuou Gustavo. Ele é cocriador da Casa da Ribeira, mas não integra o quadro societário desde 2020. Atualmente é diretor da empresa House Cultura, responsável por executar os trabalhos na Rampa, via lei de incentivo.
Segundo disse, foi elaborada uma proposta conceitual do que será o Complexo da Rampa a partir de uma análise curatorial. “Então, uma proposta museográfica é uma concepção artística. O projeto museográfico foi feito pela Casa da Ribeira, que tem 54 exposições no currículo que começa em 2001, com participação de artistas sólidos do nível de Rosângela Rennó, Rochelle Costi, Efrain Almeida, Brígida Baltar, Selma Bezerra, Guaracy Gabriel, vários artistas; além de exposições em São Paulo como a de Câmara Cascudo, no Museu da Língua Portuguesa, sendo uma das representações culturais mais importantes desse país neste sentido”, explicou, justificando o termo de inexigibilidade que conferiu a expertise da Casa da Ribeira.
A apresentação desse projeto foi concluída em outubro de 2020 para o Governo que aprovou a ideia. Essa foi a primeira etapa para resultar naquilo que está sendo montado dentro do Complexo da Rampa. A partir daí era preciso adequar o projeto para captar recursos através da Lei Câmara Cascudo de Incentivo à Cultura.
Faltam R$ 4 milhões para a conclusão do projeto
Como é preciso captar os R$ 6,5 milhões com empresas que aderirem à Lei Câmara Cascudo, que consiste na renúncia fiscal do ICMS por parte do Estado para que o valor correspondente à contribuição seja investido em projetos culturais, o projeto museológico do Complexo da Rampa ainda não tem o valor total para ser finalizado. “A gente só tem R$ 2,5 milhões”, revelou Gustavo Wanderley.
Com isso, a conclusão do acervo do Complexo da Rampa depende da adesão de empresas. O valor compreende a elaboração dos projetos executivos, com o detalhamento técnico de cada parte do museu, contratação de pessoal, artistas, acervo e mobiliário do complexo.
“A gente está falando da dimensão do que será um dos maiores complexos culturais do país. É isso que a gente vai entregar pra cidade. São duas exposições, oito obras de arte de grande escala, seis obras comissionadas. Além disso, um campo completamente pronto para receber mobiliário, maquinário de altíssima ponta de audiovisual, projetores de leds, equipamentos sonoros, tudo está incluso dentro do projeto que é financiado pela Lei Câmara Cascudo”, disse ele.
O Museu da Rampa é esperado como importante equipamento turístico para fomentar a cultura e o turismo da cidade. Caso os R$ 4 milhões sejam, captados, a expectativa é que seja entregue à população ainda neste ano.
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