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sábado, 23 de abril de 2022

Arte potiguar perde o artista Pedro Grilo

 Morreu nessa sexta-feira, aos 86 anos, o poeta e artista visual Pedro Grilo. Nas palavras de quem o conheceu e vive a cultura na capital potiguar, ele foi uma das pessoas mais originais que Natal já viu nascer. "Pessoal e intransferível", definiu o fundador do Sebo Vermelho e amigo, Abimael Silva.


A originalidade de Pedro Grilo estava nas suas obras e também nele próprio. O cajado na mão, o sombreiro na cabeça e a boêmia no coração fizeram dele uma figura inconfundível. 

Tendo integrado a Academia de Trovas do RN, ocupando a cadeira 35, a Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN e a União Brasileira de Trovadores, sua poesia não tinha floreios. Era "venenosa como o que se encontra no Instituto Butantan", descreveu Abimael Silva. O fundador do Sebo Vermelho sonha um dia publicar os poemas de Pedro Grilo.

Amigo de longa data de Grilo, Abimael Silva lembra de uma ocasião quando se conheceram. Depois de uma noite de boêmia, ele foi deixar o artista em casa, já de madrugada, junto a um amigo. A primeira surpresa: a pintura de um olho gigante na fachada da casa, no bairro de Mãe Luiza, que chamava atenção de quem passava pelas redondezas. A segunda surpresa: Pedro Grilo acordou a esposa para que ela conhecesse seus novos amigos, e a conversa continuou.

A pintura na própria casa de Pedro Grilo já foi fruto da experiência das paredes e letreiros comerciais que pintava para ganhar dinheiro.

Trocar as paredes pelas telas foi outro ganho para a arte potiguar. Suas obras retratam a Natal antiga com um colorido característico seu.

A governadora Fátima Bezerra foi às redes sociais para lamentar a perda do artista: "Vá em paz grande poeta e artista visual Pedro Grilo. Nosso reconhecimento por todas as contribuições à cultura do RN", escreveu.

O secretário de Cultura de Natal, Dácio Galvão, foi outro que se solidarizou. "Pedro Grilo fez parte de uma geração  de poetas e artistas  visuais que  durante várias décadas marcaram sua posição no cenário cultural da cidade, fortemente nos anos 1970. Podemos dizer sem medo de errar que a cidade perde um dos seus ícones representativos", afirmou Galvão.



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