A tradicional travessia de nadadores de Ponta Negra, que acontecerá neste sábado de Carnaval (dia 22), contará com uma aguardada novidade: uma base de 6 m², localizada a 500 metros da orla, nas proximidades do Morro do Careca, batizada de “Dubai”.
Usada como ponto de apoio e mirante para os nadadores, ela substituirá uma antiga balsa apelidada de “Catamarã”, retirada há dois anos por exigência da Marinha. A nova plataforma, inspecionada e aprovada nesta terça-feira (18) pela Capitania dos Portos, será fixa pelos próximos seis anos, no mínimo.
Construída totalmente a partir de placas de plástico especial endurecido, feitas para resistir ao tempo e à maresia, a nova plataforma precisou de um ano para ser avalizada pela autoridade marítima.
“Foi uma luta e tanto”, diz Madalena Nunes, presidente da Associação dos Nadadores de Ponta Negra, que precisou dar seu CPF como responsável pela plataforma, que custou R$ 12 mil angariados numa vaquinha pelos associados.
Com três poitas, que são pesos de 50 quilos de ferro que afundam na areia do fundo do mar, mais três âncoras, que ajudam a fixar a estrutura no lugar, a “Dubai” requereu dezenas de documentos, desde memorial descritivo, projeto assinado por engenheiro e mais meses de paciência até a vistoria final desta terça-feira. E Madalena ainda precisou pagar o táxi dos vistoriadores, que atrasaram mais de uma hora para chegar.
Tecnicamente, a “Dubai” é usada para apoio a nadadores que precisem descansar antes de seguir nadando. Mas serve também como mirante para os atletas, onde eles habitualmente se reúnem para bater um papo, contemplando a orla.
“É uma tradição que já tem 25 anos em Ponta Negra, onde as travessias pela orla reúnem mensalmente no mínimo 50 nadadores de todas as idades”, explica Madalena Nunes, uma corretora de imóveis que se dedica ao nado em todos os estilos desde os cinco anos de idade.
Hoje, aos 60 anos, ela não tem dúvida que foi o melhor investimento que fez na vida. “É muito bom para a saúde e a cabeça”, lembra.
Neste sábado, a travessia está marcada para começar às 8h da manhã, saindo do pé do Morro do Careca até o flutuante a 500 metros da orla. Depois, desce até a altura do bar Suco Astral, a 1 mil metros de distância. De lá, o grupo volta a pé pela areia, acompanhado de uma bandinha frevo.
O calendário da Associação dos Nadadores de Ponta Negra, cujo estatuto tem apenas dois anos, embora a associação exista há pelo menos 25, tem competição todos os meses, e cada mês por um motivo diferente. Em março, para comemorar o Dia Internacional da Mulher. Em abril, a Páscoa. Em maio, o Dia das Mães. Em junho, para comemorar as festas juninas. Em agosto, o Dia dos Pais, e assim sucessivamente.
Madalena Nunes, a propósito, é nadadora de 10 quilômetros premiada em campeonatos brasileiros e sul-americanos, chegando a conquistar uma medalha de bronze em uma dessas travessias.
Há 30 anos em Natal, natural de Belém (PA), ela nada desde os 5 anos de idade.
“Essa travessia aqui de Ponta Negra, para mim, é refresco”, concluiu a nadadora.
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