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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Expansão do transporte público induz adensamento de áreas urbanas nas cidades

Arquiteta paranaense Maria Cristina Trovão explicou como em Curitiba (PR) a expansão do transporte propiciou que as pessoas ocupassem áreas mais afastadas da região do Centro, proporcionando desenvolvimento econômico e social

A implantação do transporte público possibilita o crescimento de todas as áreas da cidade. É assim que acontece em Curitiba, capital do Paraná, desde a criação do primeiro Plano Diretor. Em palestra no Seminário Internacional Agora Natal, que discutiu nesta quarta-feira (12) ideias para inspirar a revisão urbana da capital potiguar, a arquiteta Maria Cristina Trovão Santana, coordenadora de Uso do Solo do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), indicou que as avenidas com vias exclusivas para o transporte oferecem diferentes possibilidades de ocupação, promovendo o desenvolvimento econômico e social.

O primeiro Plano Diretor de Curitiba foi aprovado em 1966 e teve como premissa o planejamento urbano baseado no seguinte trio: transporte coletivo, sistema viário e uso do solo. O objetivo era buscar o crescimento linear e prezar também pelo desenvolvimento econômico e social, além da preservação do meio ambiente. Já em 2015 ocorreu a mais recente revisão do Plano Diretor da cidade, que foi readequado para comportar novas diretrizes, passando a permitir que sejam discutidos planos por setores.

As avenidas de Curitiba são divididas em vias de tráfegos lentos e rápidos. Os ônibus circulam em tráfego lento e, nas avenidas, há canaletas exclusivas para os veículos do transporte público. Nas avenidas também estão presentes as estações-tubo e terminais, que proporcionam a integração para os passageiros. Ao todo, são 82 quilômetros de faixas exclusivas, 30 terminais, 342 estações-tubo e 1.200 ônibus. Por dia, há quase 1,4 milhão de passageiros só na capital paranaense. De acordo com Maria Cristina, os usuários não andam mais de 500 metros para conseguir pegar um ônibus.

Ainda no quesito mobilidade, Curitiba começou a investir com maior intensidade nas ciclovias. “Pretende-se chegar a 200 quilômetros de ciclovias até 2025. No ano passado, foi aprovado um plano com alguns modelos de construção dessas faixas exclusivas para ciclistas. Na cidade, tem sido um modal que vem sendo bastante utilizado ultimamente”, afirmou Maria Cristina durante a palestra.

Ao longo das vias com canaletas, ou seja, eixos que possibilitam o acesso da população justamente devido ao transporte público, os prédios podem ser construídos com qualquer altura. Assim, a permissão torna-se um benefício para os empreendimentos, já que promove a ocupação e a transformação urbana das diferentes zonas da cidade. O objetivo do Plano Diretor, portanto, acaba sendo alcançado quando essas áreas se desenvolvem econômica e socialmente.


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