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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Edital de licitação do transporte público de Natal agora é prometido para março

Publicação das regras para o novo ordenamento do sistema de transporte público foi adiado por três vezes ao longo de 2019; Secretaria Municipal de Administração (Semad) prevê que sessão pública da licitação aconteça até o fim de abril

A publicação do edital de licitação do transporte público de Natal está prevista para acontecer em março, de acordo com a Secretaria de Administração de Natal (Semad).

Segundo a pasta, a empresa contratada para desenvolver o projeto – o Instituto Rua Viva (MG) – estendeu o prazo de entrega, que estava previsto para acontecer em dezembro de 2019, por causa da necessidade de ajustes. Em seguida, o projeto seguiu para a Procuradoria Geral do Município (PGM), onde passou por nova avaliação. A Semad informou que o processo só chegou à Comissão Especial de Licitação na última semana de janeiro, o que inviabilizou a divulgação no prazo anteriormente previsto (mês passado).

Não é a primeira vez que a divulgação do edital é adiada. Somente em 2019, o lançamento do certame foi reaprazado três vezes. O processo de licitação se arrasta desde 2017, quando o primeiro certame terminou deserto – sem a presença de empresas interessadas. O novo pregão deve acontecer até abril.

Com ônibus desconfortáveis, insegurança, motoristas com dupla função, passagem considerada cara, atrasos e superlotação, o sistema de transporte público de Natal é mal avaliado pelos usuários. A longa espera em pontos de ônibus é uma das principais reclamações da auxiliar de saúde Virgínia Felismino, 35 anos. Ela mora em Canguaretama, na Região Metropolitana de Natal.

Depois de mais de uma hora de viagem após sair de casa, Virgínia ainda precisa esperar outra meia hora até conseguir pegar o ônibus que a levará de Potilândia, na Zona Sul, até Mãe Luiza, na Zona Leste da cidade, onde trabalha. “É um inferno! Teve dias em que eu esperei quase uma hora até conseguir pegar o ônibus”, desabafa.

Segundo o professor e especialista em engenharia de transportes, Rubens Ramos, o sistema da capital tem excessos de linhas, com vários ônibus percorrendo um único itinerário ao mesmo tempo. Para ele, esse fator produz um custo exagerado e compromete a qualidade do serviço.

“Não há uma rede racional integrada e isso gera falta de qualidade no serviço, porque o usuário não consegue pegar o ônibus que ele quer, no horário em que ele quer. Quando precisa fazer integração, por exemplo, o passageiro costuma ficar tenso, porque não sabe se conseguirá cumprir o horário mínimo ou máximo para tal”, avalia.

O professor aponta algumas medidas que, de acordo com ele, ajudariam a solucionar os problemas do sistema. “As paradas não podem ser construídas a determinados metros de distância das residências, os ônibus teriam um tempo definido para circular nos horários de pico e o limite de passageiros em cada coletivo teria que ser respeitado”, opina.

Rubens Ramos também critica o sistema de transporte atual e alega que o tempo de renovação da frota deveria ser menor. “É um sistema irracional. A cada quatro anos ônibus, três estão acima da idade limite para renovação, que é de sete anos”, encerra.

Regras

De acordo com a Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (STTU), o novo certame de licitação do transporte público prevê uma renovação inicial da frota de 10%, podendo chegar a 30% no final do contrato. Em média, a idade seria reduzida para 4 anos.

As regras preveem também ônibus com piso baixo, ar-condicionado e motor traseiro. Outra proposta de mudança está relacionada à utilização do benefício da gratuidade por idosos, que passará dos atuais 65 para os 60 anos de idade.

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