A princípio a equipe acreditou que a redução dos cristais observada durante o experimento era um caso único
Os cálculos renais são depósitos de mineiras duros, predominantemente cristais de oxalato de cálcio, que se formam dentro dos rins, com prevalência maior em pessoas com hipertensão, diabetes e obesidade.
Um estudo publicado pela revista Nature mostrou que um composto chamado hidroxicitrato (HCA), encontrado naturalmente e uma planta nativa da Ásia, a Garcinia cambogia, pode ser capaz de dissolver esses cristais.
O estudo mostrou que o crescimento das dolorosas pedras poderia ser inibido e até mesmo regredido pelo extrato natural de citrinos. A descoberta, de acordo com os pesquisadores, marca o primeiro avanço no tratamento da condição – que afeta 12% dos homens e 7% das mulheres no mundo – em mais de três décadas.
O tratamento para condição de pedras nos rins pouco mudou nos últimos 30 anos. Comumente, os médicos aconselham ingerir muita água e evitar alimentos ricos em oxalato, como ruibarbo e amêndoas. Eles frequentemente também indicam suplementos de citrato de potássio, que ajudam a retardar o crescimento das pedras, mas algumas pessoas costumam sofrer com efeitos colaterais.
Profissionais como o nefrologista John Asplin, do hospital particular Litholink Corporation, Chicago, EUA, já sugeriram o HCA como um possível tratamento, afirmando as semelhanças químicas entre ele e o citrato.
De acordo com o principal autor do estudo, Dr. Jeffrey Rimer, da Universidade de Houston, o “HCA vem como uma promessa de terapia em potencial para a prevenção das pedras nos rins”, e tem chances de ser usado no lugar do convencional citrato de potássio, já que é mais potente.
A princípio a equipe acreditou que a redução dos cristais observada durante o experimento era um caso único, pois é raro ver isso quando o cristal é cultivado em laboratório. No entanto, eles descobriram que o experimento estava correto, e uma vez que conseguiram comprovar a eficácia da dissolução de cristais em soluções supersaturadas, foram atrás do que motivou o resultado.
Eles descobriram que o HCA formava um vínculo mais forte com as superfícies dos cristais, levando-os à ruptura. Quando testado em humanos – sete pessoas tomaram um suplemento durante três dias – notou-se que o composto foi excretado através da urina, um requisito para ser usado como tratamento.
Agora, os pesquisadores estão trabalhando para testá-lo como uma droga eficaz. As questões que ainda estão abertas envolvem a segurança a longo prazo e a dosagem – o que poderá ser determinado com testes adicionais.
“Nossas descobertas iniciais são muito promissoras”, disseram os pesquisadores. “Se funcionar in vivo [na vida real], similarmente aos nossos ensaios em laboratório, o HCA tem o potencial de reduzir a taxa de incidência de formas crônicas de pedra renal nas pessoas”.
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