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sexta-feira, 15 de junho de 2018

Nova Montagem de 5X Comédia chega no final do mês à capital potiguar

Espetáculo com textos de Antonio Prata, Gregório Duvivier, Heloisa Périssé, Julia Spadaccini, e Luis Miranda, será apresentado nos dias 30 de junho e 01 de julho, no Teatro Riachuelo



Após um hiato de quase 20 anos, o 5 X Comédia, uma das grandes sensações do teatro brasileiro da década de 90 – concebido por Sylvia Gardenberg, produzido pela Dueto e visto por mais de 450 mil espectadores – voltou repaginado a partir de 2016 com temporadas de sucesso no Rio de Janeiro, Brasília, Belém, Curitiba, São Paulo, Recife, Belo Horizonte, Salvador, Ribeirão Preto, Fortaleza, Campinas e Porto Alegre. A nova montagem, dirigida por Monique Gardenberg e Hamilton Vaz Pereira, agora chega a Natal, onde fica em cartaz no Teatro Riachuelo, nos dias 30 de junho e 01 de julho, com cinco esquetes escritos e interpretados por alguns dos maiores nomes do humor e da nova dramaturgia do país.
Percebendo-se ultrapassada pelas princesas contemporâneas, uma Branca de Neve à base de rivotril lê Simone de Beauvoir na tentativa de construir uma nova mulher. Depois de beber um pouco além da conta, um flanelinha, animado com um jogo do Brasil na Copa do Mundo, revela situações pitorescas do seu cotidiano e dá pitacos sobre o desempenho da seleção. Um pai de primeira viagem recorre a medidas extremas após meses de privação de sono e precisa se explicar na delegacia. Flavio tenta estabelecer regras para uma suruba que começa a rolar durante uma festa no apartamento emprestado da mãe. Uma mulher que tinha tudo para dar errado na vida cria uma técnica especial para driblar a pressão do dia a dia e o baixo astral, passando a acreditar que é uma versão brasileira da Oprah Winfrey.
MAIS UMA VEZ CINCO
Marco do teatro carioca dos anos 1990, o espetáculo 5 X Comédia está de volta pelas mãos da produtora da montagem original. Dezoito anos depois da última encenação, uma nova geração entra em cena: Antonio Prata, Julia Spadaccini e Gregório Duvivier são os autores dos textos interpretados, respectivamente, por Bruno Mazzeo, Debora Lamm e Lucio Mauro Filho, enquanto Heloisa Périssé e Luis Miranda apresentam monólogos escritos por eles mesmos.
Assistidas por mais de 450 mil pessoas em dezenas de cidades brasileiras, as versões de 1993, 1995 e 1999 celebrizaram-se por fichas técnicas cujas vidas se entrelaçavam desde a década de 1970, ora no grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone – capitaneado, não por acaso, por Hamilton –, ora no programa “TV Pirata”, que foi ao ar na Rede Globo de 1988 a 1990 e voltou à grade em 1992.
Agora, sublinha Monique, não é muito diferente. “São atores-criadores que se uniram para a produção de um novo humor.” Hamilton classifica a nova montagem de “corajosa”: “Quem viu lá atrás pode querer comparar, e isso é um perigo. Mas a nova versão não se amedronta, é o que se percebe nos textos que recebemos e na vitalidade que está sendo mostrada por cada intérprete”. Unidos esteticamente pelo cenário de Daniela Thomas e Camila Schmidt, pela luz de Maneco Quinderé e pelo figurino de Cassio Brasil, os cinco quadros também dialogam no que trazem de mais atual.
Em “BRANCA DE NEVE”, de Julia Spadaccini, a personagem vivida por Debora Lamm luta para se desapegar da vida de princesa: “Dizem que o mundo mudou, que eu não me adequo mais, que sou antiquada, careta, casada. Mas gente, ser casada agora é um problema? Queriam o quê? Uma princesa divorciada? Vivendo pela Lei do Concubinato? Solteira aos 40 fazendo fertilização in vitro, barriga de aluguel, colhendo sêmen em banco de esperma alemão?”
Em “QUEIXADA”, esquete escrito e encenado por Luis Miranda, um flanelinha – que deveria estar cuidando dos carros do lado de fora do teatro – se anima com um jogo do Brasil na Copa do Mundo – bebe um pouco além da conta e acaba invadindo o palco.  Diante da plateia, ele revela situações pitorescas do seu cotidiano e avalia a performance dos jogadores do Brasil enquanto segue bebendo a sua cervejinha.
Primeiro texto do escritor e roteirista Antonio Prata para o teatro, “NANA, NENÊ” retrata o desespero do clarinetista Rodrigo (Bruno Mazzeo), um pai enlouquecido entre escolas de mamada e de métodos para fazer o bebê dormir: “Vocês acreditam nisso? Acreditam que não tem Alô Bebê 24 horas?! Se existe alguma coisa que funciona 24 horas neste mundo é um bebê! Nada é mais 24 horas que um bebê! E não tem nenhuma Alô, Bebê 24 horas! Se eu quiser comprar uma máquina de lavar louça agora, eu compro! Se eu quiser comprar falafel agora, eu compro! Se eu quiser sexo ou drogas ou rock ‘n’ roll, eu compro! Não que eu vá comprar, mas tem!”
Em “TIADORO SHOW”, Heloisa Périssé dá vida a Dorotéia, uma mulher que tinha tudo para dar errado na vida, mas a partir de estudos e crenças que desenvolveu, criou uma técnica especial para driblar a pressão do dia a dia e o baixo astral. Depois de dar a volta por cima, acredita que se tornou uma espécie de Oprah Winfrey brasileira.
“REGRAS DE CONVIVÊNCIA”, contribuição de Gregorio Duvivier, nos leva a um ensaio frustrado de sexo grupal protagonizado por Lucio Mauro Filho: “Posso só pedir uma coisa? Gostaria que os cônjuges se mantivessem fora do campo visual do seu respectivo cônjuge. Não, Heitor, se você quiser o seu marido pode ficar no seu campo visual. Olha, eu tô falando mais especificamente da Marcia. Seria legal se a Marcia ficasse fora do meu campo visual. Pode ser, Marcia?”

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