Tecidos de acervo e retalhos viram matéria-prima.
Marcas da moda sofrem com quedas nas vendas e usam produção de máscaras
para agradar clientes e dar trabalho a costureiras
Lojas fechadas, produção parada, vários retalhos sobrando na sala de produção e uma necessidade surge no mercado: máscaras para combater o coronavírus.
Nas últimas semanas, estilistas contaram que aumentou a procura por máscaras cheias de cor e estilo, usando tecidos e estampas de suas próprias marcas.
O uso das máscaras diminui a chance de contágio pelo novo coronavírus, segundo especialistas. A recomendação já havia sido feita pelo Ministério da Saúde e pela OMS, ainda que com ressalvas.
Foi assim com Lidiane Feline, da marca de biquínis Feline. Com a loja na Oscar Freire fechada e sem pedidos no atacado há mais de três semanas, ela se voltou para a loja online.
A ideia das máscaras surgiu como um brinde para os clientes que compram no site: "Quando eu postei minhas clientes começaram a pedir muito, mas eu não tenho como fazer em quantidade."
A empresária tem uma oficina com 28 costureiras e trabalha com uma rede de parceiros terceirizados. Só quem tem máquina em casa está pegando o serviço, já que a oficina está fechada.
Desde que teve a ideia já foram enviadas entre 400 e 500 máscaras. Ela acredita que o item incentiva as vendas.
"Eu sempre tive muito claro que eu não queria vender, mas sim doar. Mas como as pessoas queriam muito comprar, eu acredito que acaba incentivando a comprar uma peça sim."
Sobre a máscara ter virado um dos itens essenciais para sair de casa, Lidiane não vê problema em acrescentar um pouco de cor:
"Ok a gente tem que passar por isso, mas a gente pode passar por um pouquinho mais de leveza, buscando o lado bom. Vamos ter que passar por isso de qualquer maneira, então que seja com estilo", defende.
"Por dois motivos: um, porque eu não consigo fazer mais nada, e dois, porque assim consigo mandar alguma produção para as costureiras que estão paradas neste momento", explica.
No começo, o foco eram doações e "agrados" para quem comprasse na loja on-line, mas a alta procura fez ela e a sócia mudarem de ideia.
"A gente decidiu começar a vender, colocando um preço justo, porque assim a gente consegue continuar girando isso", afirma Rita. Duas máscaras saem por R$ 20 e o kit com 3 por R$ 50.
Tecidos em linho e viscose são a matéria-prima das famosas roupas estampadas da Irrita e, os retalhos viraram as máscaras.
"As pessoas estão enlouquecidas, elas ficam escolhendo estampa, gente. Eu falo nem na doença o povo se acalma", diz a estilista, rindo.
Rita é a única pessoa que tem ido diariamente ao ateliê e loja em Pinheiros, para separar pedidos, modelar e entregar as máscaras às clientes.
Assim como a maioria das fabricantes e lojas de varejo, a estilista sentiu a queda no volume de vendas. Questionada sobre possíveis cortes, Rita é direta e pé no chão:
"É um dia por vez. Por enquanto a gente está mantendo todos os nossos funcionários em casa e vamos revendo mês a mês."
Além da causa social, a estilista mantém dando trabalho para uma antiga rede de costureiras que eram fornecedoras na época da marca. As máscaras são feitas de algodão e custam R$ 30.
Ela entregou cerca de 90 máscaras e já tem mais 150 pedidos. "Já recebi de mensagens de amigas falando que é um prazer comprar uma máscara diferente, até porque vamos usar por muito tempo."
"Também traz uma alegria, uma sensação de bem estar para pessoa não ficar usando aquela máscara branca", diz Giuliana.
Lojas fechadas, produção parada, vários retalhos sobrando na sala de produção e uma necessidade surge no mercado: máscaras para combater o coronavírus.
Nas últimas semanas, estilistas contaram que aumentou a procura por máscaras cheias de cor e estilo, usando tecidos e estampas de suas próprias marcas.
O uso das máscaras diminui a chance de contágio pelo novo coronavírus, segundo especialistas. A recomendação já havia sido feita pelo Ministério da Saúde e pela OMS, ainda que com ressalvas.
Foi assim com Lidiane Feline, da marca de biquínis Feline. Com a loja na Oscar Freire fechada e sem pedidos no atacado há mais de três semanas, ela se voltou para a loja online.
A ideia das máscaras surgiu como um brinde para os clientes que compram no site: "Quando eu postei minhas clientes começaram a pedir muito, mas eu não tenho como fazer em quantidade."
A empresária tem uma oficina com 28 costureiras e trabalha com uma rede de parceiros terceirizados. Só quem tem máquina em casa está pegando o serviço, já que a oficina está fechada.
Desde que teve a ideia já foram enviadas entre 400 e 500 máscaras. Ela acredita que o item incentiva as vendas.
"Eu sempre tive muito claro que eu não queria vender, mas sim doar. Mas como as pessoas queriam muito comprar, eu acredito que acaba incentivando a comprar uma peça sim."
Sobre a máscara ter virado um dos itens essenciais para sair de casa, Lidiane não vê problema em acrescentar um pouco de cor:
"Ok a gente tem que passar por isso, mas a gente pode passar por um pouquinho mais de leveza, buscando o lado bom. Vamos ter que passar por isso de qualquer maneira, então que seja com estilo", defende.
Retalhos de linho e viscose
Rita Comparato, estilista da marca paulistana Irrita, decidiu confeccionar máscaras antes de elas virarem um item recomendado pelos órgãos públicos."Por dois motivos: um, porque eu não consigo fazer mais nada, e dois, porque assim consigo mandar alguma produção para as costureiras que estão paradas neste momento", explica.
No começo, o foco eram doações e "agrados" para quem comprasse na loja on-line, mas a alta procura fez ela e a sócia mudarem de ideia.
"A gente decidiu começar a vender, colocando um preço justo, porque assim a gente consegue continuar girando isso", afirma Rita. Duas máscaras saem por R$ 20 e o kit com 3 por R$ 50.
Tecidos em linho e viscose são a matéria-prima das famosas roupas estampadas da Irrita e, os retalhos viraram as máscaras.
"As pessoas estão enlouquecidas, elas ficam escolhendo estampa, gente. Eu falo nem na doença o povo se acalma", diz a estilista, rindo.
Rita é a única pessoa que tem ido diariamente ao ateliê e loja em Pinheiros, para separar pedidos, modelar e entregar as máscaras às clientes.
Assim como a maioria das fabricantes e lojas de varejo, a estilista sentiu a queda no volume de vendas. Questionada sobre possíveis cortes, Rita é direta e pé no chão:
"É um dia por vez. Por enquanto a gente está mantendo todos os nossos funcionários em casa e vamos revendo mês a mês."
Algodão e estampas 'diferentes'
Giuliana Romano está usando o acervo de tecidos da marca que tinha com seu nome até 2018. O momento de crise apareceu na hora em que ela começava o projeto Give Great Fashion New Life, que busca "ressignificar a moda".
"A moda é uma relevante ferramenta para trabalhar com responsabilidade social. Conecta pessoas, é uma rede de duas mãos, conecta produtores, fornecedores", diz Giuliana. Ela conta que metade da renda será destinada a asilos.Além da causa social, a estilista mantém dando trabalho para uma antiga rede de costureiras que eram fornecedoras na época da marca. As máscaras são feitas de algodão e custam R$ 30.
Ela entregou cerca de 90 máscaras e já tem mais 150 pedidos. "Já recebi de mensagens de amigas falando que é um prazer comprar uma máscara diferente, até porque vamos usar por muito tempo."
"Também traz uma alegria, uma sensação de bem estar para pessoa não ficar usando aquela máscara branca", diz Giuliana.