Vereadores da Comissão de Saúde vistoriaram Centro de Zoonoses e não gostaram do que viram
Vereadores da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Natal encontraram um cemitério de ambulâncias no Centro de Zoonoses de Natal. Eles foram ao local ontem (15) ao local, que fica situado no Conjunto Santa Catarina, na Zona Norte da capital e atestaram a situação de precariedade em que se encontra tanto a estrutura física, quanto de trabalho dos funcionários que prestam serviço no local, inclusive com risco de disseminação de vetores de arboviroses.
Presidente da Comissão, o vereador Fernando Lucena (PT) se mostrou preocupado com o depósito de ambulâncias abandonadas dentro do terreno, que acabam se transformando em criadouros para o mosquito Aedes Aegypti. “Aqui você tem a Maternidade Leide Morais, o Zoonoses e o canil, ou seja, você tem cães com Calazar a cinquenta metros e o mosquito da dengue ou não pode ferroar um animal doente desse e depois picar uma criança recém-nascida na maternidade. A área dessas ambulâncias não podia nunca ser aqui. Quando fizeram à denúncia eu não acreditei que seriam capazes de fazer um verdadeiro depósito de dengue, numa área de saúde, mas quando chegamos aqui, infelizmente por mais que achemos impossível, o impossível se torna realidade”, disse.
O vereador Franklin Capistrano (PSB), que é médico, atestou a preocupação com o problema devido à grande probabilidade dos moradores no entorno da estrutura e também funcionários da maternidade, do canil e também pacientes serem contaminados por doenças, principalmente pelas arboviroses. “Uma situação dessas vai trazer dificuldades maiores para a população, porque os moradores da região vão ficar doentes e nada se faz, sem falar no cemitério de ambulâncias e ai vai continuar aqui? Aqui atrás está a maternidade da Zona Norte e quais as consequências? São perguntas que teremos que encontrar a resposta na próxima reunião da comissão de saúde”, ressaltou o vereador.
Outra denúncia acompanhada pelos vereadores foi quanto à situação do canil e do serviço de castramóvel. O prédio está com as obras paralisadas e não existem condições de trabalho para os servidores. “Aqui até as paredes são contaminadas, então animais com patologias transmissíveis para o homem como esporotricose, calazar, inclusive tem o próprio mosquito transmissor vivendo aqui expostos para quem mora perto e para os profissionais. Segundas, quartas e sextas são realizadas eutanásias de animais com calazar e isso é bastante complicado sem condições estruturais. E outra observação que temos de fazer é quanto ao castramóvel, que de móvel não tem nada. É uma estrutura muito grande para pneus pequenos que não consegue andar nas ruas, que deveria estar nas ruas, mas que acaba sendo utilizada há cada quarenta dias com a castração de no máximo cinqüenta animais. Precisamos conversar com o diretor daqui e a Prefeitura e ver como podemos melhorar. População doente mais gasto para os cofres públicos”, destacou a vereadora Carla Dickson (PROS).
Ao final da visita, o vereador Fernando Lucena explicou o que será feito com o material colhido. “Nós vamos fazer um relatório e encaminhar ao Ministério Público mostrando que o problema continua e apenas mudou de lugar. Além do prejuízo das ambulâncias, o risco na saúde pública tanto para a população quanto para os profissionais”, informou.