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segunda-feira, 18 de junho de 2018

Líderes do Mercosul assinam declaração sobre Venezuela

Texto não faz menção à reeleição do presidente Nicolás Maduro ou questões políticas
Por Agência Estado

Lideranças do Mercosul assinaram nesta segunda-feira, 18, uma declaração à parte sobre a Venezuela para pressionar a criação de canais de acesso que facilitem a ajuda humanitária no país. O texto não faz menção à reeleição do presidente Nicolás Maduro ou questões políticas. Os líderes participam hoje da 52ª reunião de cúpula do bloco, que ocorre em Assunção, no Paraguai.
No documento, os líderes pedem que o governo venezuelano coordene com a comunidade internacional o estabelecimento de canais para “aliviar a crise social e migratória” e também crie um sistema para o intercâmbio de informação epidemiológica com os países da região.
“Considerando o crescimento dos fluxos migratórios de venezuelanos, que buscam novas oportunidades na região, ante a deterioração das condições de vida da Venezuela, sublinham a necessidade de coordenar esforços a fim de dar respostas integrais em matéria migratória e de refúgio, de forma consistente com a dignidade e a preservação dos direitos fundamentais dos migrantes”, diz o texto.
Em agosto de 2017, a Venezuela foi suspensa do Mercosul – atualmente integrado por Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai – por ruptura da ordem democrática.
“(Os países) Reiteram sua vontade e compromisso de apoiar e acompanhar o povo irmão venezuelano nos esforços que demande a mitigação da crise migratória, humanitária e social, que atravessa atualmente”, continua o texto.
Mais cedo, o presidente Michel Temer anunciou aos líderes do bloco que irá amanhã para Roraima inspecionar pontos de atendimento aos refugiados venezuelanos. Temer viajará acompanhado do líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), visitar o abrigo Nova Canaã, em Boa Vista.
“Lamentamos dizer de uma certa ruptura existente na ordem democrática da Venezuela e nós continuamos vigilantes frente a uma deterioração humanística no quadro daquele país”, afirmou Temer.
Ele disse que o Brasil tem recebido “milhares e milhares de imigrantes venezuelanos que buscam uma vida melhor” e que “não tem poupado esforços” para recebê-los, citando que o País oferece alimentação, remédio, abrigo e uma carteira de identidade transitória. “Nosso povo irmão atravessa um momento preocupante e não há espaço para hesitações, por isso que agimos dessa maneira.”

Bélgica desencanta no 2° tempo e atropela o Panamá

Jogo marcou a estreia panamenha nos Mundiais; Belgas não decepcionam


Pela primeira vez nesta Copa do Mundo, uma seleção apontada como franca favorita para uma partida não decepcionou. Contando com boa atuação de Eden Hazard e com o oportunismo de Lukaku, a Bélgica bateu o Panamá por 3 a 0 em Sochi, em partida válida pelo Grupo G. O jogo marcou a estreia panamenha em Mundiais e, até por isso, foi uma grande festa.
Na véspera da partida, o técnico espanhol Roberto Martínez, que comanda o time belga, havia dito que o Panamá tinha “uma das histórias mais bonitas desta Copa”, lembrando a classificação ao Mundial e o orgulho do feito para o país. E o que se viu no Fisht Stadium nesta segunda-feira corroborou com o discurso.
A seleção panamenha carece de técnica e tem um grupo de jogadores comuns, mas em campo todos eles substituíram isso por muita entrega. O time chegou a atrasar em alguns segundos o protocolo inicial da partida porque decidiu fazer uma rodinha dentro de campo para desejar sorte uns aos outros. O apelo do árbitro para que se alinhassem para a partida mal foi ouvido.
Se deixou a desejar em qualidade no gramado, fora dele o Panamá foi o grande vitorioso. Seus torcedores estavam em maior número nas arquibancadas e fizeram um espetáculo digno das melhores Copas do Mundo. Começou no momento da execução do hino, cantado a plenos pulmões. Depois, os panamenhos vibravam quando sua seleção tinha um escanteio a favor ou mesmo quando os zagueiros Escobar e Román Torres rifavam a bola ao ataque de qualquer maneira. E quando Blas Perez ou Rodriguez conseguiam colocar a bola no chão e buscar um contragolpe, era puro êxtase nas arquibancadas.
Do outro lado, a Bélgica era dona do jogo propriamente dito. A despeito do primeiro tempo difícil, demonstrou ser uma equipe muito bem treinada, com boas opções ofensivas e jogadores perigosos a partir do meio de campo. O placar final de 3 a 0, nesse sentido, foi mais do que justo.
O capitão Eden Hazard foi o grande articulador do time, mas as jogadas de ataque não passavam apenas pelos seus pés. Mertens, na direita, e Carrasco, pela esquerda, se revezavam nos avanços até a linha de fundo e tentativas de arremate. Pelo miolo da área, Lukaku estava preso entre os defensores, mas era sempre uma opção, principalmente pelo alto.
Nesse ritmo, era uma questão de tempo para os belgas construírem a vitória. Se faltou capacidade para o time furar o bloqueio panamenho na primeira etapa, na segunda o time soube aproveitar seu qualificado toque de bola e o cansaço do adversário. Para facilitar ainda mais, um golaço de Mertens logo aos 2 minutos jogou por terra toda a estratégia defensiva do Panamá. Lukaku, aos 24 e aos 30, fechou o placar.
Após a boa estreia desta segunda-feira, a Bélgica voltará a atuar no próximo sábado, quando enfrenta a Tunísia, às 9 horas (de Brasília), em Moscou. No domingo, no mesmo horário, o Panamá terá pela frente a Inglaterra, em Nijni Novgorod.
FICHA TÉCNICA
BÉLGICA 3 X 0 PANAMÁ
BÉLGICA – Courtois; Alderweild, Boyata e Vertonghen; Witsel (Chadli), De Bruyne, Carrasco (Dembele) e Meunier; Eden Hazard, Mertens (Thorgan Hazard) e Lukaku. Técnico: Roberto Martínez.
PANAMÁ – Penedo; Murillo, Roman Torres, Escobar e Davis; Gomez, Cooper, Godoy, José Luis Rodriguez (Diaz) e Barcenas (Gabriel Torres); Blas Perez (Tejada). Técnico: Hernán Gomez.
GOLS – Mertens, aos 2, e Lukaku, aos 24 e aos 30 do segundo tempo.
ÁRBITRO – Janny Sikazwe (ZAM).
CARTÕES AMARELOS – Meunier, Vertonghen e De Bruyne (Bélgica); Davis, Barcenas, Cooper, Murillo e Godoy (Panamá).
PÚBLICO – 43.257 torcedores.
LOCAL – Fisht Stadium, em Sochi.

Mamãe eu quero ser miss. ( B r y s a D o r i a )



Sempre tive vontade de ser modelo, e de ser famosa no mundo da moda.
a cada clic eu chego la, agradeço a colaboração de todos

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domingo, 17 de junho de 2018

Ministério da Saúde tenta identificar origem de surto de toxoplasmose

Até 7 de junho, foram confirmados 88 casos de toxoplasmose no RS



Uma equipe do Ministério da Saúde trabalha em campo junto com agentes do governo do Rio Grande do Sul e da prefeitura de Santa Maria na investigação do surto de toxoplasmose identificado no município gaúcho. Os técnicos da pasta devem permanecer na cidade até amanhã (18), quando será feita uma reunião com a equipe de investigação e gestores locais.
De acordo com o ministério, até 7 de junho, foram confirmados, laboratorialmente, 88 casos de toxoplasmose com indício de infecção recente. Já a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul confirma pelo menos 510 casos da doença. Há ainda, em investigação, 212 casos suspeitos.
Além do monitoramento do surto, a pasta informou que implementa ações como: orientações técnicas para notificação, diagnóstico e tratamento; disponibilização de contato permanente com médicos especialistas na doença; e aquisição de insumos para a realização de análises laboratoriais.
“Além de identificar as pessoas doentes, o Ministério da Saúde tem que identificar qual a fonte de infecção, para checar se há algum risco de repetição”, destacou a pasta, por meio de nota.
Água analisada
No início de junho, foram coletadas sete amostras de água em Santa Maria. Quatro foram retiradas de açudes, duas de poços artesianos e uma em vertente d’água. Os técnicos também recolheram duas amostras de lodo dos reservatórios de água e duas de água dos reservatórios em localidades onde existem registros de casos confirmados.
O material foi encaminhado ao Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul para análise em primeira triagem. De lá, as coletas serão encaminhadas para a Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, na próxima semana. Os resultados devem ser divulgados em até 15 dias.
Doença
Conhecida como doença do gato, a toxoplasmose, de acordo com o Ministério da Saúde, é causada por um protozoário e apresenta quadro clínico variado – desde infecção assintomática a manifestações sistêmicas extremamente graves.
A infecção em humanos ocorre por três vias: contato direto com solo, areia e latas de lixo contaminados com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua ou mal cozida infectada (sobretudo carne de porco e de carneiro), e infecção transplacentária durante a gravidez.
A toxoplasmose não pode ser transmitida de humano para humano, com exceção das infecções intrauterinas. De acordo com a pasta, cerca de 40% dos fetos de mães que adquiriram a doença durante a gestação são infectados.
A orientação para se prevenir a doença é evitar o uso de produtos animais crus ou mal cozidos, eliminar as fezes de gatos infectados em lixo seguro, proteger as caixas de areia, lavar as mãos após manipular carne crua ou terra contaminada e evitar o contato de grávidas com gatos.

Empate do Brasil frustra torcida na Arena das Dunas

Estádio foi um dos principais pontos de concentração de torcedores para a estreia da Seleção


Da confiança esbanjada à frustração com o empate. Assim pode-se definir o sentimento do potiguar que acompanhou, na Arena das Dunas, a estreia do Brasil na Copa do Mundo.
O gol no início do primeiro tempo e a vantagem no intervalo deixou o torcedor eufórico. Ainda na pausa entre os tempos de jogo, um torcedor comentou que “não havia seleção melhor do que essa”. Ele ainda relembrou a seleção tetracampeã em 1994. “Essa seleção vai nos fazer voltar para 1994”, declarou.
No entanto, em nova conversa após o fim do jogo, ele se mostrou mais contido. “Não foi o que a gente queria, mas ainda dá para manter a confiança. O grupo do Brasil é bom”, avaliou.
Outra torcedora não ficou feliz com a igualdade na estreia da competição. “Eu não gostei do resultado do Brasil. Eu esperava bem mais. Decepcionante”, declarou.
O Brasil volta a campo na próxima sexta-feira (22), às 9 horas, para enfrentar a Costa Rica, pela segunda rodada.

Brasil decepciona e fica no empate com a Suíça

Coutinho marcou o primeiro gol, mas Seleção não conseguiu segurar a vantagem


A esperada estreia do Brasil na Copa do Mundo da Rússia ficou abaixo do esperado. O empate em 1 a 1 com a Suíça, em Rostov, foi resultado do primeiro tempo de bom futebol, toque de bola, demonstrações de talento, com uma etapa final errante, de falhas na defesa e falta de criatividade. Desde 1978 a seleção não começava um Mundial sem vitória.
O placar igual em Rostov deixa lições para o próximo compromisso na Copa, contra a Costa Rica, sexta, em São Petersburgo. Neymar e Gabriel Jesus sofreram com a marcação adversária e pouco produziram. A defesa cometeu uma rara falha. A outra reflexão é que talvez um outro árbitro possa ser mais enérgico e coibir os lances violentos.
O bom futebol do Brasil demonstrado durante grande para das Eliminatórias levou alguns minutos para aparecer na Copa. Os primeiros instantes foram de domínio suíço, com uma finalização perigosa de Dzemaili. A seleção pareceu no começo mesclar a ansiedade com um estudo do adversário, até começar a dominar o jogo depois de dez minutos. A paciência para tocar a bola, a aproximação dos jogadores e as triangulações pela esquerda iniciar a ditar o ritmo.
O lado do campo com Marcelo, Neymar e a aproximação de Philippe Coutinho passou a trocar passes, ter paciência e buscar uma brecha para o gol. Na primeira investida, Paulinho quase fez. Foi uma amostra de que ali era o caminho. Então, era preciso insistir. Aos 20, nova jogada pela esquerda e na sobra da zaga, Coutinho chutou de fora da área, com curva, para colocar a bola no canto de Sommer e fazer 1 a 0.
A vantagem deixou a seleção ainda mais confiante a ponto de Alisson arriscar passes ousados com os pés e a defesa sair para o jogo com classe. O Brasil prosseguiu o domínio, porém sentia mais falta da participação de Neymar. Caçado pelos suíços, sofreu faltas duras e em uma delas, fez o adversário levar amarelo. Em outros lances, porém exagerou da individualidade.
A equipe diminuiu o ritmo antes do intervalo e viu a Suíça passar a ter mais posse de bola. Ainda assim, sem finalizações de perigo. A torcida brasileira, presente em maior número, terminou o primeiro tempo cantando “o campeão voltou” para logo se calar quando começou a etapa final. No começo, logo aos cinco minutos, escanteio para a Suíça, Zuber se desmarca de Miranda e na pequena área, cabeceia para empatar.
O lance gerou muita reclamações dos brasileiros, principalmente sobre um empurrão do suíço no defensor antes da chegada da bola. O fato é que o empate mostrou o quanto a seleção desperdiçou no primeiro tempo um bom momento e a chance de ter ampliado, ao se acomodar. O segundo tempo era de erros de passes e perda no vigor na marcação no meio. Tite sentiu isso e para tentar conter o crescente domínio adversário, colocou Fernandinho e Renato Augusto para refoçar o setor.
O Brasil melhorou, voltou a comandar a partida, mas se viu de frente a um obstáculo cruel. A arbitragem insegura do mexicano Cesar Ramos, de 34 anos, havia irritado os jogadores no momento do gol suíço, tinha deixado de marcar faltas em Neymar e não assinalou pênalti em um lance de Akanji em Gabriel Jesus.
Nos minutos finais a seleção se arriscou em busca do segundo gol e a Suíça se fechou na defesa. O goleiro Sommer passou a trabalhar em cabeçadas perigosa de Neymar e Firmino. Miranda quase fez em um chute. A bola, definitivamente, não quis entrar, para a frustração do Brasil.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 1 x 1 SUÍÇA
BRASIL – Alisson; Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro (Fernandinho), Paulinho (Renato Augusto) e Philippe Cooutinho; Willian, Neymar e Gabriel Jesus (Firmino). Técnico: Tite.
SUÍÇA – Sommer; Lichtsteiner (Lang), Schär, Akanji e Rodriguez; Behrami (Zakaria), Xhaka (Embolo), Dzemaili, Shaqiri e Zuber; Seferovic. Técnico: Vladimir Petkovic.
GOLS – Philippe Coutinho, aos 20 minutos do primeiro tempo. Zuber, aos 5 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Lichtsteiner, Casemiro, Schär, Behrami.
ÁRBITRO – César Ramos (Fifa/México).
RENDA – Não disponível.
PÚBLICO – 43.109 pagantes.
LOCAL – Arena Rostov, em Rostov (Rússia)



O desrespeito à propriedade privada empobrece o sertão nordestino


“Eu sinto raiva porque Deus não acaba com tudo logo; ele destrói tudo devagarinho, pra a gente sofrer aos poucos”.
Essa frase foi dita a mim por um senhor, de aproximadamente 70 anos de idade, que mora numa roça pobre do pequeno município de Terra Nova, no Sertão de Pernambuco. Sem o mínimo romantismo, ele se queixava de que não chove uma gota há aproximadamente 4 anos na região, o que lhe causa fome e sede e aprofunda a pobreza na sua casa e na dos vizinhos.
Esse relato não é um fato isolado. Centenas de sertanejos queixam-se da forte seca a mim sempre que vou a alguma roça cumprir alguma diligência ordenada pelo juiz. No meu trabalho, cumpro mandados judiciais em 11 cidades do Sertão pernambucano, todas assoladas gravemente pela seca, todas marcadas pela pobreza extrema.
A situação é calamitosa, e isso naturalmente mereceu a atenção do Estado. Sob o pretexto de resolver os problemas da estiagem em boa parte do Nordeste, o Governo Federal bancou a chamada Transposição do Rio São Francisco, mega obra que promete retirar água do maior rio da região para distribuí-la às cidades onde não chove. Para muitos sertanejos, naquela época, a obra trazia esperança: enfim, um Presidente da República realmente olhava para o Nordeste. Hoje, o que vejo e ouço dos sertanejos com quem tenho a oportunidade de lidar diariamente é um discurso bem diferente.
Naturalmente, a transposição precisa invadir terras particulares para existir, caso contrário nunca chegaria aos lugares aonde precisa chegar. Isso significa, em outras palavras, que várias pessoas precisam perder suas terras e, em muitos casos, suas casas, a fim de que a obra seja viabilizada.
Eis os fatos: 1) o Sertão vive uma seca pesada, que aprofunda a miséria na região; 2) então, o Estado retira tudo o que o sertanejo tem, a sua terra ou a sua casa, para realizar uma obra caríssima, que já dura 10 anos e não está nem perto de ser concluída, tudo pelo seu bem. Parece incompreensível, mas é a realidade nua e crua.
Pior: como o sertanejo pobre não tem dinheiro para contratar os serviços de um advogado, e, nas 11 cidades onde trabalho, não existe nenhum defensor público federal para fazer a sua defesa, a indenização ínfima oferecida pelo Governo acaba por prevalecer. Toda essa invasão ao direito de propriedade do povo do Sertão é confirmada burocraticamente pela Justiça, que lida com folhas de papel, e não com pessoas.

E tudo isso tem fundamento legal num decreto-lei editado na Ditadura de Getúlio Vargas (Decreto-Lei n° 3.366/1941), que é considerado pelo Supremo Tribunal Federal como plenamente compatível com o nosso Estado Democrático de Direito.
Assim, diante de todo esse quadro, é óbvio que boa parte do povo sertanejo hoje já não tem a visão romantizada de anos atrás. A obra começou em 2006, orçada em 4,5 bilhões de reais, e desde esse ano muita gente miserável perdeu a casa em troca de valores irrisórios. Hoje, em 2015, o Governo Federal estima 8,2 bilhões de custo e promete concluir tudo em 2017 – prazo para inglês ver, pois o que os próprios engenheiros do governo me dizem é que a obra não ficará pronta em menos 10 anos.
Na verdade, o sertanejo que chora a seca hoje também lamenta a perda das suas propriedades. “O governo pode tudo contra gente pobre”, é o que me dizem, e tudo o que se conquistou após décadas de trabalho no semi árido é perdido em prol da transposição. E sou eu quem dou a triste notícia: Seu Zé, essa tua casa de “taipa”, com 1 geladeira, 1 fogão e 3 camas, que tu construíste com o teu suor, apesar da seca que sempre te acompanhou, vai ser derrubada para o teu bem. Mas tu podes contratar um advogado, se quiseres, embora dificilmente ele consiga mudar alguma coisa.
Por todas essas razões é que afirmo, sem medo de errar e sem apego político-partidário absolutamente nenhum, que precisamos repensar as desapropriações em geral no nosso país, as quais não são obra de um governo, mas de uma cultura que deposita no Estado a solução para os problemas da humanidade. Precisamos respeitar o povo sertanejo, o cidadão e a cidadã pobre que têm o seu direito de propriedade e de moradia aniquilado por projetos que não passam de uma ilusão. Nesse caso, não prejudicá-los já é um grande avanço.
O sertanejo é, antes de tudo, um forte, disse acertadamente Euclides da Cunha no século passado. Devemos acreditar nisso, mas não podemos permitir que abusos desse tipo perdurem por tanto tempo. Desapropriações são agressivas e, se não serão extintas tão cedo, precisam ao menos ter limites mais claros.

Fotógrafo retrata de forma delicada o dia a dia do sertão nordestino

O fotógrafo Rodrigo Chadi passou uma semana no sertão nordestino, em Campo Grande, Rio Grande do Norte — a 100Km de Mossoró — acompanhando a dura rotina dos seus moradores. De acordo com o profissional, um lugar muito seco, onde as raízes do sertanejo continuam intactas.


“Francisca (apelido Titica), mais ou menos 70 anos. Dona Francisca, 6 vezes por dia sai no lombo de seu burro, faz um trajeto de alguns quilômetros enfestado de cascavéis e escorpiões para chegar em uma cacimba (buraco na terra de mais ou menos 1,50m) cavado por ela para retirar água e encher seus 2 barris. Depois ela volta pra casa e vende cada barril por 2 reais. Esse é o seu meio de vida.”






As dificuldades de viver no Sertão Nordestino


O Nordeste brasileiro é uma região tropical semi-árida com verões secos e quentes; no período invernoso, quando não caem chuvas torrenciais, é atingido por secas rigorosas durante anos sucessivos.
Possui uma população marcada pelo sincretismo cultural originado da fusão das culturas dos vários grupos que a constituíram: nativos indígenas, colonizadores portugueses e africanos trazidos como escravos. Sua população é, sobretudo, rural, pobre, muitas vezes analfabeta e marcada pela mobilidade — no passado, em função dos ciclos de produção do pau-brasil, açúcar, ouro, café; no presente, pela falta de uma política agrária que fixe o homem à terra.


Essa situação tem-se agravado com as secas cíclicas e as condições climáticas adversas, que provocam constantes migrações e geram uma mistura de traços culturais onde coabitam os temas indígenas, os hábitos regionais e as novidades veiculadas por intermédio da televisão.
A sociedade sertaneja é uma sociedade dispersa em função de várias razões: o forte calor, a variedade das origens étnicas e a influência dos diversos grupos de clientelismo. Dividida pela geografia, isola-se em pequenos grupos. As famílias vivem em comunidades de vizinhanças e compadrios e, no mais das vezes, praticam uma agricultura de subsistência.
Para minimizar a dureza de suas existências, a vida social é redimensionada e dinamizada quando da ocasião das festas religiosas ou das peregrinações periódicas que o povo sertanejo realiza aos santuários consagrados a seus santos protetores.
A fazenda constitui um microuniverso onde coabitam o patrão, em sua casa grande, os empregados, em habitações rudimentares, e os animais. Este conjunto forma uma pequena sociedade onde as relações são marcadas por uma forte hierarquia.
Da carnaúba, retira-se o madeiramento. Com suas folhas, cobrem-se os tetos das casas e confeccionam-se chapéus, cestas e brinquedos. Os espinhos do mandacaru ajudam a sertaneja a tecer rendas de grande valor.
O reservatório de água mata a sede de homens e animais. Além de ajudarem nas atividades domésticas, as crianças brincam no açude e se divertem com brinquedos construídos por elas mesmas.








Jovem de 18 anos larga tudo para viajar pelo mundo registrando belas imagens

“Cansado dos estudos, eu larguei tudo quando eu tinha 18 anos e comecei a viajar pelo mundo. Agora eu tenho 27 anos e já visitei 97 países”, conta Christian Lindgren, que registra suas viagens em lindas fotografias.

O norueguês conta suas aventuras em um blog e afirma: “eu sempre viajo gastando pouco e nunca uso guias. Aqui estão algumas das belezas escondidas pelo mundo”.
E ele não está exagerando quando diz ‘belezas’. Confira algumas de suas fotos: