O dinamarquês Jonas Vingegaard, bicampeão do Tour de France comemora a vitória em 2023
O dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) disputou a Volta ao Algarve com uma bike equipada com um curtíssimo pedivela com braços de 150mm. Além do bicampeão do Tour de France, o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates) também aderiu a pedivelas mais curtos na temporada passada. Pogacar mudou de 172,5mm (o mais comum no pelotão) para pedivelas de 165mm. Wout Van Aert, companheiro de Vingegaard nas Visma-Lease a Bike, também utiliza pedivelas de 160 e 165mm.
Mas porque ciclistas de ponta do WorldTour aderiram a pedivelas mais curtos?
A resposta não é óbvia. Alguns alegam a aerodinâmica como fator principal, outros exaltam estudo avançados de biomecânica como o real motivo.
Do ponto da aerodinâmica o ganho existe, mas é pífio. Um pedivela de 150mm é apenas 22,5mm (2,25cm portanto) mais curto que o tradicional pedivela 172,5mm, usado pela maioria dos mortais. O ganho aerodinâmico frontal existe, afinal o movimento das pernas é mais curto.
Do ponto de vista da eficiência biomecânica, a mudança de pedivelas de 172.5mm para 150mm, como a que o ciclista Jonas Vingegaard adotou, levanta algumas questões.
Com o selim colocado mais à frente aliado ao ângulo de tubo de selim mais agressivos o espaço efetivo para as pernas diminui e pedivelas muito longos promovem flexão excessiva dos joelhos no topo da pedalada, especialmente em posições super agressivas. Embora Vingegaard use o selim em uma posição mais avançada, especialistas biomecânicos acreditam que essa não seja a razão principal para a escolha do pedivela mais curto.
Estudos sobre o comprimento das pedivelas mostram que os mais longos, como 180mm, podem gerar mais potência média e máxima, além de serem vantajosos em situações de fadiga. Por outro lado, pedivelas mais curtos permitem uma cadência mais alta, o que pode reduzir o esforço muscular para a mesma potência e esta menor fadiga muscular pode beneficiar Vingegaard no final de uma etapa, desde que sua capacidade aeróbica compense o menor torque.
Embora pedivelas mais curtos reduzam a flexão do joelho no topo da pedalada, aumentam a flexão na fase de maior força, o que pode aumentar a geração de potência até certo ponto, mas pedivelas curtos podem ser prejudiciais, comprometer a biomecânica e a saúde do ciclista.
Não está claro de que fabricante é o pedivela com braços de 150mm que Vingegaard usou em Portugal.
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