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sexta-feira, 21 de julho de 2023

Conheça seis praias que tiveram obras de alargamento como Balneário Camboriú Fonte: BLOG DO PKD

 


O alargamento da faixa de areia da praia central de Balneário Camboriú vem chamando a atenção de moradores e visitantes, e também é um prato cheio para polêmicas. Logo no início da obra, em setembro, fotos do início do engordamento viralizaram nas redes sociais e foram tema de reportagens da imprensa nacional.

O alargamento está orçado em R$ 66,8 milhões e está em execução desde o final de agosto. Nesta semana, o primeiro trecho concluído, da Barra Sul, foi liberado ao público. A obra desperta críticas de pessoas que apontam possível impacto à natureza ou à paisagem.

Outra parte da população sai em defesa dos trabalhos, com o argumento de que poderão oferecer mais espaço para banhistas, menos sombra na praia no período da tarde e tornar a cidade mais atrativa para o turismo, principal segmento da economia local. Além disso, o poder público também argumenta que a obra poderia evitar alagamentos na Avenida Atlântica em períodos de ressaca, o que tem se tornado comum.

Polêmicas à parte, o alargamento da praia não é exatamente uma novidade. Outros locais como a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e, mais recentemente, Canasvieiras, em Florianópolis, também receberam ampliação com técnica semelhante.

O oceanógrafo e doutor em Engenharia Ambiental, Rodrigo Barletta, conta que a obra vem sendo frequente em estados da Costa Leste dos Estados Unidos, como Flórida, Louisiana e Nova Jersey, onde a urbanização e as temporadas de furacão provocam redução das faixas de areia.

No Brasil, entretanto, cidades também vêm optando por essa intervenção, tanto para tentar preservar as orlas dos estragos causados pela erosão e pelas ressacas, quanto para a melhora na exploração do turismo, com praias maiores e mais estruturadas.

Confira abaixo seis praias brasileiras que já tiveram alargamento da faixa de areia:

Canasvieiras, Florianópolis
Ano de execução: 2019-2020

Um dos exemplos mais recentes de local que teve alargamento na faixa de areia é a praia de Canasvieiras, no Norte da Ilha, em Florianópolis.

A obra foi executada em cerca de cinco meses e elevou a orla, que antes ia de um a cinco metros, a até 40 metros de extensão. A ampliação ocorreu em um trecho de 2,4 quilômetros, entre Canajurê e o trapiche. O investimento foi de R$ 10,5 milhões.

A obra foi feita entre outubro de 2019 e janeiro de 2020 e aplicou 400 mil metros cúbicos de areia fina, de cor e tamanho de grão semelhantes aos da areia original. A largura da faixa de areia, que antes era de 10 de metros, passou para 45 a 55 metros, dependendo do trecho, segundo informações da prefeitura da Capital.

O projeto original previa uma praia de 30 metros de largura, após o equilíbrio do aterro, qie ocorre de acordo com o movimento das ondas e eventos climáticos. Quase dois anos depois da conclusão, a prefeitura afirma que a largura atual é superior a 40 metros em todos os pontos da praia, o que estaria até mesmo acima da expectativa inicial do projeto.

A obra ocorreu nos mesmos moldes dos trabalhos em Balneário Camboriú. Uma draga situada em uma jazida a 1,4 quilômetro da orla (no caso de Balneário, ela fica a 15 quilômetros) retirava areia de uma jazida e jogava para a praia, onde máquinas espalhavam o material.

O resultado das obras animou a prefeitura de Florianópolis, que tem projetos em andamento para alargamentos de outras três praias da Capital: Ingleses e Jurerê, no Norte da Ilha, e Armação, no Sul. A expectativa do município é de que as obras possam ocorrer entre agosto e dezembro de 2022.

Copacabana, Rio de Janeiro
Ano de execução: 1969-1971

Outro exemplo famoso de obra de alargamento da praia é o caso de Copacabana, no Rio de Janeiro. Entre 1969 e 1971, a icônica praia da Zona Sul do Rio de Janeiro também recebeu obras de alargamento da praia. Nesse caso, um aterro também permitiu a duplicação da Avenida Atlântica e do tradicional calçadão, que recebeu os famosos mosaicos de pedras portuguesas em preto e branco, além de uma grande obra de saneamento.

As obras foram planejadas para comportar o aumento populacional da região da praia no início da segunda metade do século XX e também o aumento da frota de automóveis, com a expansão da indústria automobilística no país. Também visava evitar danos de ressacas que atingiam áreas próximas aos prédios erguidos próximo à orla.

Em março de 2021, a inauguração da “Nova Copacabana” completou 50 anos. A obra em Balneário Camboriú já atinge velocidade considerada 20 vezes maior do que a intervenção em Copacabana.

O oceanógrafo e doutor em Engenharia Ambiental, Rodrigo Barletta, que já atuou em projetos de alargamento de praia pelo país, conta que a obra em Copacabana é considerada um caso de sucesso do ponto de vista da engenharia. Isso porque a areia escolhida para a obra, trazida da Enseada de Botafogo, era mais grossa do que a existente no local. Com isso, houve menos perdas e a parte que recebeu engordamento ficou mais estável, não demandando novas obras de manutenção. No entanto, ele ressalta que alargamentos de faixa de areia são polêmicos por envolverem diferentes interesses. No caso de Copacabana, por exemplo, ele conta que se formou uma pendente (parte submersa da praia em que os banhistas entram no mar) mais íngreme. Por isso, embora seja um sucesso do ponto de vista de engenharia, pode requerer mais atenção aos banhistas, por exemplo. A dinâmica das ondas também mudou, tornando o local menos atrativo ao surf.

Piçarras
Ano de execução: 1999, 2012-2013

A necessidade de manutenção é uma das características das obras de alargamento de praias. Um exemplo disso é o caso de Balneário Piçarras, também no Litoral de Santa Catarina. Em 1999, a praia central da cidade teve a primeira obra de alargamento. Foram colocados 900 mil metros cúbicos de areia. Entre 2012 e 2013, o município voltou a ter que fazer uma intervenção de alargamento da praia. Também foram construídos molhes nas laterais da orla para tentar ajudar na contenção da erosão.

Jaboatão dos Guararapes (PE)
Ano de execução: 2013

Outra praia brasileira que passou por obra de alargamento foi a de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco. Em 2013, a orla passou por um trabalho de engordamento da faixa de areia em um trecho de 5,8 quilômetros. A faixa de areia aumentou de 30 a 40 metros, com a colocação de 1,2 milhão de metros cúbicos de areia. O investimento foi de R$ 41 milhões, com recursos do município e do então Ministério da Integração Nacional, segundo informações do jornal Diário de Pernambuco.

Cinco anos após a obra, um estudo apontou que ainda não havia ainda a necessidade de serviços de manutenção, mas recentemente a prefeitura já admitiu a possibilidade de fazer nova obra para manter o ganho na faixa de areia obtido com a obra de 2013.

Nos últimos meses, um projeto de uma “nova orla” na cidade tem causado polêmica por prever construções sobre uma área em que existe areia de engordamento. A intervenção foi desaconselhada por especialistas que atuaram na obra de 2013 e ainda está em fase de licenciamento, segundo o município.

Fortaleza (CE)
Ano de execução: 2019

Outro local que passou recentemente por obra de alargamento da faixa de areia foi a Praia de Iracema e a Beira-Mar, em Fortaleza, no Ceará. A orla teve aumento de profundidade 40 a 80 metros em obra feita entre abril e novembro de 2019. A mudança permitiu a adaptação do calçadão e a padronização de quiosques, que ainda está em andamento.

Na capital cearense a intervenção também causou polêmicas com discussões sobre possíveis impactos ambientais. A consequência mais sentida, no entanto, foi um aumento da profundidade do mar. O secretário de Infraestrutura da cidade reconheceu esse problema em entrevista ao portal G1 e apontou que esse desnível é equilibrado com o tempo, conforme a ação das marés e ressacas. A praia já havia recebido obras de aterro da faixa de areia em 2000.

Vitória (ES)
Ano de execução: 2020

Na capital do Espírito Santo, houve obras de alargamento no ano passado na Curva da Jurema e na Praia de Cambori. Segundo o portal A Gazeta, a prefeitura da Capital informou que as obras custariam cerca de R$ 3 milhões e buscavam combater que a erosão causasse estragos em quiosques e no calçadão. A largura ao final dos trabalhos, em junho do ano passado, saltou para 59 metros na praia de Cambori e para 40 metros na praia da Curva da Jurema.

Fonte: BLOG DO PKD


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