O agente de operações táticas da Polícia Federal Vinícius Segundo, que aparece em um vídeo negociando com o ex-deputado Roberto Jefferson para que se entregasse, enviou em um grupo de colegas uma mensagem esclarecendo sua conduta.
Na mensagem, a que tive acesso, Segundo afirma ser negociador formado pelo Comando de Operações Táticas, (COT) a tropa de elite da Polícia Federal, e se identificando como chefe-substituto do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) e do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom).
Ele escreve que "a responsabilidade da negociação era enorme" e que "não havia condições de fazer uma entrada tática com tantas pessoas na casa e a informação que havia várias armas".
No vídeo, que publicamos no blog em primeira mão neste domingo (veja abaixo), o agente adota um tom amistoso com Jefferson, que confessa ter atirado granadas "de efeito moral" contra os policiais federais que cercaram sua casa e afirma que os teve na mira três vezes.
O agente chega a dizer no início da conversa que "o que o senhor precisar, a gente vai fazer". Quando Jefferson comenta que os policiais que cercaram sua casa estavam "sem colete, de peito nu", o agente diz que os colegas eram profissionais da inteligência, "burocráticos", não operacionais. "Eles estavam tão tranquilos..."
Na mensagem, Vinícius justifica a atitude: "Eu vesti um personagem para desacelerar a situação da melhor maneira possível!"
E resumiu o dilema: "Virou um gerenciamento de crise, se sai um inocente ferido ou morto seria uma tragédia e nome da PF na lama! Graças a Deus tudo terminou bem sem ninguém ferido ou morto e o perpetrador preso!"
Pela mensagem, é possível deduzir que o agente considera que houve um erro de cálculo da PF no planejamento da operação: "Infelizmente não dá para colocar todos os detalhes aqui, mas tenham certeza que se a equipe do GPI estivesse no momento da troca de tiro o resultado poderia ser outro, mas chegamos com uma situação de gerenciamento de crise, aí toda conduta muda!"
Com informações do O Globo
Fonte: Blog do Pkd
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