RADIO WEB

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Fotógrafo suíço que fez imagens de sucuris gigantes fala da sensação de fotografar nos rios de MS

Franco Banfi registra a vida selvagem há 35 anos. Além de fazer registros de baleias, ele sempre participa de expedições para fotografar cobras e de eventos que acontecem na região de Bonito, no sudoeste de MS.

Com 35 anos de experiência e um vasto roteiro de viagens pelos quatro cantos do mundo, o fotógrafo subaquático suíço Franco Banfi, que tem especialização em registrar a vida selvagem, contou com exclusividade ao G1 como é a experiência de registrar sucuris gigantes nos rios de águas cristalinas de Mato Grosso do Sul 
"A sensação de fotografar uma cobra como essa é incrível! Pessoalmente, ela parece ser mais escura, mas quando chega perto, é possível ver o quão grande essa sucuri é. Em toda minha carreira, essas são as maiores que já fotografei"

Debaixo d'água ou em solo firme, profissionais estrangeiros e apaixonados pela vida selvagem chegam anualmente ao estado, na região de Bonito, a 300 km de Campo Grande, em busca das cobras que chegam a medir 7 metros de comprimento.

Mas, diante da impossibilidade de expedições – o que consequentemente inviabiliza novos cliques desses répteis –, Banfi viralizou na internet por protagonizar uma imagem impressionante: do momento em que ele mesmo fotografa uma sucuri com mais de 200 quilos. A foto de "bastidor" foi feita por Daniel De Granville, que é guia e também responsável por auxiliar esses fotógrafos subaquáticos em rios da região de Bonito. 

Banfi, que sempre vêm a Mato Grosso do Sul, contou que planeja voltar em 2022 e, se possível, reviver a experiência de fotografar os animais.


No Brasil, ele visitou por quatro vezes Bonito, além de Pantanal, Amazonas e Fernando de Noronha.

E Granville, que também é biólogo, disse ao G1 que seu trabalho é garantir tanto a segurança deles quanto a das sucuris, para que elas não se sintam ameaçadas pela presença do homem.

"Deixo bem claro para os fotógrafos que aqui não se deve chegar muito perto das sucuris e muito menos encostar nelas, até por conta da nossa legislação. Caso o animal se sinta incomodado, a expedição termina naquele momento", explicou o biólogo.

Granville reforça que a difusão das imagens das sucuris vem contribuindo para a desmistificação de que se trata de um animal perigoso. E as fotos, que mostram tantos detalhes, ajudam no avanço das pesquisas científicas.

"Depois que começamos a exibir fotos assim, os turistas que vêm a Bonito e região têm mostrado mais interesse e curiosidade em ver de perto esses animais", afirmou.

A época ideal

O inverno é o período mais favorável para conseguir encontrar e fotografar as sucuris, segundo o biólogo.


"Por conta das baixas temperaturas nessa época, as noites são frias e, durante o dia, as sucuris costumam sair para tomar sol de manhã e acaba sendo o momento que fica mais fácil para fazer os flagrantes", disse Granville.


Segundo ele, é preciso paciência antes de encontrar os animais, porque eles são discretos, não costumam fazer barulhos e não deixam rastros.

Segundo o biólogo, muitos proprietários rurais, hoje, demonstram orgulho em ter sucuris em suas propriedades.

"Antes, era relativamente comum quererem se livrar destes animais por medo. Hoje, eles nos chamam para mostrar o bicho quando encontram."

Nenhum comentário:

Postar um comentário