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terça-feira, 5 de janeiro de 2021

RN já tem 900 mil seringas em estoque para iniciar vacinação contra a Covid-19


De acordo com o Governo do Estado, outras duas milhões de seringas estão em fase de aquisição, mas ainda não há detalhes sobre o processo
O Governo do Rio Grande do Norte, por meio da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), confirmou ao Agora RN que há 900 mil seringas em estoque, armazenadas na Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), em Natal. A quantidade de insumos é suficiente para garantir a primeira dose às 730 mil pessoas que compõem os grupos prioritários das três primeiras fases de vacinação contra a Covid-19 no RN. O número é superior, inclusive, à população de Natal: 884.122 habitantes. A vacina CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac, é a mais cotada para iniciar o processo de imunização no Estado potiguar. O Instituto Butantan, produtor do imunizante no Brasil, reforçou ao Agora RN que o governo estadual assinou o memorando de interesse na compra da vacina. Contudo, a instituição destaca que não é possível informar prazo nem quantidade de doses que serão enviadas para o RN, pois o desdobramento do trâmite depende da aprovação da CoronaVac por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesse sentido, o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou na segunda-feira 4 que o pedido para uso da CoronaVac deverá ser feito nas próximas 48 horas, “entre hoje e amanhã”. O Estado paulista iniciou a articulação de aquisição do imunizante após impasse do Ministério da Saúde sobre o Programa Nacional de Imunização (PNI) contra o novo coronavírus. Além de SP e RN, outros nove estados brasileiros firmaram contrato para compra, em dezembro de 2020. Gorinchteyn também disse que os dados sobre a eficácia do imunizante serão divulgados ainda nesta semana, possivelmente até quinta-feira 7. “Vai existir a solicitação tanto de uso emergencial como de uso definitivo. E dessa forma, existem questões burocráticas, de documentos que estão sendo juntados para serem enviados nos próximos dias para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Nesta semana serão enviados. Possivelmente hoje ou amanhã. Isso vai depender do próprio Instituto Butantan ter toda documentação já estabelecida”, afirmou, em entrevista à Rádio Bandnews. O pedido será feito pelo Instituto Butantan. Gorinchteyn explicou novamente que o laboratório SinoVac impediu, por enquanto, a divulgação dos dados de eficácia da vacina, mas disse que esse índice é maior que 50%, o mínimo necessário para aprovação da vacina, prometendo divulgá-lo até quinta-feira. “Os materiais foram enviados para China, a pedido da SinoVac, para reavaliar detalhes. Possivelmente teremos os dados de eficácia no dia 7 de janeiro. Digo ‘possivelmente’, porque podemos ter algum delay (atraso) de horas, mas acredito que até o dia 7 já tenhamos os dados”, afirmou Jean. A expectativa da Sesap, divulgada em dezembro, é iniciar o plano de imunização estadual em 21 de janeiro. Para que isso ocorra dentro das estimativas, o Ministério da Saúde precisa ter iniciado a distribuição das doses do Plano Nacional de Imunização (PNI) ainda na primeira quinzena de janeiro – o que deve não se concretizar, considerando o atual cenário. Somando ao estoque de seringa existente, a Sesap revelou que dois milhões de seringas, com agulhas de 25×6, destinadas especificamente à vacinação contra Covid-19, estão em fase de aquisição. Além disso, outras 150 mil seringas (com agulha 20×5,5) também serão adquiridas para a imunização contra o novo coronavírus. A pasta não informou o valor que será gasto com a compra dos insumos. Também não detalhou como será o processo de compra nem se será feito com dispensa de licitação. Eficácia O governo de São Paulo já tinha admitido que a vacina não chegou ao nível de 90% de eficácia, atingido pela maioria das vacinas contra Covid-19. E Gorinchteyn disse que não sabe qual é o valor exato, pois isso está em sigilo, por contrato. Segundo ele, apenas a SinoVac, o Instituto Butantan e a Anvisa estão tratando desse assunto. A divulgação do índice de eficácia chegou a ser prometida no final do ano passado, mas foi adiada porque houve divergência entre os dados dos estudos em diferentes países. Na Turquia essa porcentagem chegou a superar os 90%. Gorinchteyn levantou uma hipótese para explicar essa diferença: o aumento de casos no Brasil a partir de novembro. “Em 20 de outubro, no Brasil, fomos obrigados a convocar mais voluntários, ao todo 12 mil. E obtivemos mais casos de Covid-19, no Brasil todo, em novembro. Então, de forma rápida, atingimos 72 casos, o que permitiu a análise preliminar em 15 de novembro. Mas agora já tivemos 174 casos positivos, o que criou possibilidade de abertura para pedido de uso definitivo”, disse ele. “Frente a essa ascensão rápida dos casos, é possível que pessoas tenham positivado depois de tomar uma dose só da vacina, não duas. Por isso, essa análise detalhada, de quando foi a infecção, será feita. Porque, para ter imunização plena, precisa de duas doses. Essa análise vai trazer luz para ver o que aconteceu com esses pacientes positivados mesmo com vacina”, explicou Jean. O secretário de Saúde também reafirmou que ainda não há um acordo definitivo com o Ministério da Saúde para que a CoronaVac seja utilizada em todo Brasil. As negociações estão abertas, e a vacina está prevista no PNI (Programa Nacional de Imunização).


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