Segundo ele, a administração do prefeito Rosano Taveira teve de efetuar cortes drásticos para trazer as despesas para dentro das receitas e, assim, continuar com o controle das contas públicas que tem marcado a atual gestão.
Nesta entrevista ao Agora RN, Giovani Rodrigues Júnior fala sobre como tem sido o trabalho do Município no enfrentamento da pandemia de Covid-19 e sobre o impacto da retração econômico nas finanças locais. Ele defende a reabertura gradual das atividades econômicas, pois, segundo ele, “ninguém aguenta” a manutenção do isolamento social.
Perguntado sobre as eleições municipais, ele afirma que este não é o momento de pensar na disputa política, já que o foco é a administração pública. Ele diz também que observa com tranquilidade as recentes baixas na base de sustentação do prefeito Taveira, apesar de “estranhar” o movimento. Confira na íntegra:
AGORA RN – A arrecadação de estados e municípios despencou País afora, por causa da retração econômica provocada pela pandemia de Covid-19. Como a crise afetou a Prefeitura de Parnamirim?
GIOVANI RODRIGUES JÚNIOR – Cada município teve um impacto diferente, de acordo com o seu nível de governança e sua capacidade de se adaptar rapidamente aos novos desafios impostos. Parnamirim teve uma pequena vantagem em relação a muitos municípios. Nós fizemos um longo ajuste fiscal nos primeiros dois anos do atual mandato, e o prefeito Rosano Taveira vem fazendo uma gestão austera e equilibrada em termos de contas públicas, o que está nos ajudando a minimizar as perdas por causa da Covid. Mas, mesmo assim, não está sendo fácil.
AGORA – Que medidas o Município de Parnamirim adotou para que a crise não acarrete em atrasos nos pagamentos?
GRJ – Cortamos custos e enxugamos ainda mais o custeio, para que não precisasse cortar na área de saúde, onde, aliás, aumentamos bastante os investimentos. Para se ter uma ideia, em alguns custos, fizemos reduções de 25%, via decreto, obrigando todas as secretarias a se ajustarem à nova realidade, como o aluguel de automóveis e linhas telefônicas.
AGORA – Em junho, Parnamirim recebeu R$ 6,4 milhões como primeira parcela do socorro financeiro do Governo Federal para estados e municípios. Outras três parcelas, com valores semelhantes, serão depositadas. Como o Município vai aplicar esse recurso?
GRJ – Estamos priorizando a área de saúde, claro. Assim que a pandemia começou e quando saíram os primeiros decretos, nós já canalizamos todos os esforços para o pessoal da linha de frente, ampliando as estruturas das UPA e unidades básicas de saúde, aumentando a quantidade de leitos, inclusive de UTI, e instalando nosso hospital de campanha. Este reforço financeiro chega em boa hora, pois já estávamos no nosso limite de remanejamentos. Os recursos vão todos para isso.
AGORA – O secretário estadual de Tributação, Carlos Eduardo Xavier, disse recentemente que as finanças do Estado não suportam o isolamento social até setembro. E Parnamirim?
GRJ – Ninguém suporta. Nem o setor público nem o setor privado. Mas, ao mesmo tempo, precisamos preservar a capacidade de atendimento a quem se contamina e tem seu quadro agravado. O prefeito Taveira e a Prefeitura Municipal de Parnamirim fizeram a parte deles. E agora colhem os resultados de ter priorizado a saúde, com índices de ocupação de leitos que permitem a reabertura gradual. Tudo no seu tempo, com responsabilidade, mas com a vantagem de termos começado bem antes de muita gente. Por isso, Parnamirim hoje tem as menores taxas de ocupação de leitos em todo o RN.
AGORA – O setor produtivo de Parnamirim, principalmente o comércio do centro da cidade, desrespeitou boa parte dos decretos sobre o isolamento social. Faltou fiscalização?
GRJ – Não faltou fiscalização, mas até para fiscalizar tem de ter bom senso. Foi feito um mutirão com Guarda Municipal, Polícia Militar e agentes da vigilância, para ajudar no esforço de conscientização. Mas sabemos que lidar com o público não é uma tarefa fácil. Existem os que colaboram, mas existem os que não colaboram. É assim em toda parte. Confesso que, aqui em Parnamirim, comparando com outras cidades, foi até tranquilo. O parnamirinense é um povo consciente e sabe reconhecer o esforço da Prefeitura e do prefeito Taveira. Na sua grande maioria, ele colaborou e continua colaborando.
AGORA – Como analisa o atual cenário de pré-campanha em Parnamirim?
GRJ – Nós estamos no meio de uma pandemia muito forte, com muitos desafios em cima da mesa, e ainda não conseguimos parar para pensar em eleição. O povo também não quer saber de eleição agora, quer é tentar voltar à normalidade, trabalhar, estudar, ter lazer para só então, depois, pensar em eleição. O prefeito Taveira, nós da prefeitura, secretários, colaboradores, temos outras prioridades no momento. Na hora certa, sim, claro, iremos discutir política, mas com a certeza do dever cumprido, de ter feito o melhor que pudemos para o povo durante a crise.
AGORA – Venceu o prazo de desincompatibilização e o senhor não deixou o cargo de secretário. Desistiu de disputar cargos públicos ou apenas adiou os projetos?
GRJ – É quase a mesma resposta do item anterior. Só sobrou tempo para cuidar da gestão e atravessar essa tempestade, que, aliás, ainda não passou.
AGORA – A que o senhor atribui as recentes baixas na base de sustentação do prefeito Rosano Taveira?
GRJ – Não são baixas. São movimentos políticos naturais. Faz parte do jogo democrático. A gente respeita todas as opções políticas. A gente só acha estranho que pessoas que estiveram dentro da gestão durante mais três anos deixarem para apontar erros e fazer críticas faltando apenas seis meses para as eleições. Acho que o povo vai saber identificar este tipo de atitude.
AGORA – A pandemia pode prejudicar ou impulsionar governos. Nesse sentido, na sua opinião, como o prefeito Rosano Taveira está se saindo?
GRJ – Sou suspeito de falar, pois estou dentro da gestão, no dia a dia desta luta. Mas posso afirmar, por conhecer outras gestões locais e até nacionais, que poucos prefeitos foram tão atuantes no enfrentamento à Covid quanto o prefeito Taveira. Nós começamos a agir no mesmo dia em que saiu o primeiro decreto estadual, lá no mês de março. Não vi o prefeito descansar um só dia durante estes mais de 120 dias. Nem em feriados, nem em fins de semana. Foi e está sendo uma guerra incessante, mas, como disse, hoje Parnamirim já colhe os primeiros frutos por ter se planejamento bem e enfrentado com competência esta crise. E ainda temos muito trabalho pela frente.
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