Um sábado de dezembro de 2018. Um grupo composto por cerca de 30 pessoas parte para uma excursão em Ceará-Mirim, a 28 quilômetros de Natal. Mais precisamente nos antigos engenhos de cana de açúcar que, um dia durante o Brasil Império, nutriram o poder e a riqueza da região. A experiência trouxe boas e más recordações para quem visitou o local.
“Deu o sentimento de encantamento pela suntuosidade das construções. Mas, ao mesmo tempo, fiquei espantado pelo abandono da arquitetura e também da história. Quem tem noção do valor do patrimônio se choca com a situação. Fotografei para ficar pelo menos com o registro na parede”. Essa foi a impressão do fotógrafo Mardone França.
Cearense morando há 40 anos no RN, ele já conhecia o município de Ceará-Mirim. Contudo, ainda não tinha conhecimento do antigo polo açucareiro do estado. Para França, o circuito composto pelos antigos engenhos poderia se tornar referência para o turismo potiguar.
Busto de Ruy Pereira (Foto: Mardone França)
“É preciso ter o que mostrar. Praia não é mais diferencial. O Nordeste inteiro tem praias. Os engenhos poderiam ser restaurados e transformados em museus para os turistas. Mas, se medidas não forem tomadas, tudo vai acabar virando pó”, analisou.
Dos locais visitados pelo grupo, o Engenho São Leopoldo é o que aparenta estar em melhores condições para receber visitas. O ponto, que foi a parada para o almoço do grupo, ainda conserva maquinário e utensílios antigos. Além desse, os engenhos Verde Nascença, Mucuripe e Nascença também apresentam boas condições de conservação.
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