O filme de quatro horas que será veiculado em duas partes no Channel 4 britânico e na HBO
Não é incomum plateias do Sundance Film Festival aplaudirem de pé. O ato, porém, ganhou na sexta-feira, 25, um ar de solenidade quando dois homens que acusam Michael Jackson de tê-los molestado quando garotos subiram ao palco após a exibição de Leaving Neverland, um documentário no qual contam suas histórias. Eles são Wade Robson, que diz que Jackson abusou dele dos 7 aos 14 anos, e James Safechuck.
O filme de quatro horas, que será veiculado em duas partes no Channel 4 britânico e na HBO, é um abrangente relato sobre como as vidas dos dois e a de Jackson se entrelaçaram no auge da fama do artista, nos anos 1980 e início dos 90, e de como mais tarde, já adultos, o que aconteceu naquela época começou a emergir de modo preocupante. Além dos relatos dos dois, o filme traz entrevistas com seus familiares.
A voz de Jackson é ouvida em mensagens de voz deixadas para Robson e numa “entrevista” que Safechuck fez com o astro em seu avião particular. O filme mostra também alguns dos muitos fax que o cantor mandou para Robson.
“Não podemos mudar o que aconteceu conosco nem podemos fazer nada contra Michael”, disse Robson num bate-papo com o público. Mas ele espera que as revelações da dupla possam fazer com que outras vítimas se sintam menos isoladas e que sirvam de alerta a todos que têm filhos.
“O filme pega acusações não confirmadas de coisas que supostamente ocorreram 20 anos atrás e as trata como fato”, disse o espólio de Michael Jackson. A declaração acusa os produtores do filme de confiarem fortemente nas histórias de dois homens e ignorarem outros relatos segundo os quais Jackson nunca fez mal a crianças.
Leaving Neverland vem sendo denunciado pelo espólio e por fãs de Jackson desde que o projeto foi anunciado, no início deste mês, e houve protesto fora do cinema, durante sua exibição.
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