Vítimas são, geralmente, idosos e mães com crianças
No último dia 28 de novembro, uma dupla aplicou um golpe contra uma idosa de 81 anos. Um dos golpistas circulou com ela por bancos e shoppings, causando um prejuízo de mais de R$ 55 mil entre saques, transferências e compras feitas com o cartão e documento da vítima.
A investigação da Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações (DEFD), da Polícia Civil, descobriu que a idosa foi abordada primeiramente por um homem (baixo, com a boca torta, moreno e cabelo curto) que pediu informação sobre o local de um consultório médico.
De acordo com a Polícia Civil, enquanto ela conversava com esse primeiro homem, outro (alto, magro, rosto fino e cabelos alisados) se aproximou afirmando que o rapaz teria ganhado R$ 1 milhão de reais na loteria. Durante essa conversa, a idosa foi induzida a entrar em um veículo com a dupla.
A dupla levou a idosa para um banco e fez uma transferência bancária. Um dos golpistas ficou com o cartão da idosa e com o documento dela. Eles seguiram até a casa da vítima e depois a conduziram para um shopping e, depois, para outro banco. Após terem circulado com a idosa, os golpistas a deixaram perto de casa e entregaram para ela uma pequena bolsa preta, afirmando que a mesma só poderia ser aberta após alguns dias, mas ela abriu a bolsa e encontrou um amontoado de papéis.
Esse caso é um exemplo dos golpes que aumentam consideravelmente aos finais dos anos. “Não temos um número exato, porque seria preciso levantar os casos de cada delegacia, mas é perceptível um aumento significativo nesse período. Toda semana temos um novo caso registrado aqui”, é o que afirma Fábio Vila, Chefe de Investigações da DEFD.
O padrão de vulnerabilidade das vítimas, em conjunto com o espírito natalino desta época, ocasiona o aumento dos golpes. “Os estelionatários ludibriam mães com crianças e idosos, que normalmente ficam sensibilizados mais facilmente, utilizando histórias bonitas para deixar as pessoas mais solícitas”, disse Fábio.
“Normalmente são duas ou três pessoas que abordam a vítima com alguma história. Às vezes utilizam uma nova roupagem do golpe do bilhete dourado”, afirma o policial.
As investigações desses casos são difíceis por muitas vezes a polícia não ter o nome dos estelionatários. “Nós baseamos apenas os relatos da vítima. A equipe vai até os locais pelos quais a vítima passou e busca por câmeras de segurança, por exemplo”, explica.
Outro fator que dificulta a resolução desses crimes é que as vítimas não procuram delegacias para realizar denúncias por se sentirem humilhadas. “Parentes questionam como aquelas pessoas conseguiram cair em um golpe, o que deixa as vítimas envergonhadas”, aponta.
O Chefe ainda disse que é importante acolher a vítima e incentivá-la a denunciar: “Aqui na delegacia fazemos questão de passar para a vítima que ela foi enganada por uma pessoa preparada para fazer aquilo”.
A DEFD recebe informações que possam ajudar a identificar quem são os dois homens suspeitos pela prática do crime. Informações podem ser enviadas de forma anônima e com sigilo de garantia para o Disque-Denúncia 181.
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