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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

LUTO: Câncer mata ex-árbitro potiguar Milton Otaviano dos Santos

Potiguar trabalhava na federação cearense e lutava contra câncer


Morreu na madrugada desta quarta-feira, 24, em Fortaleza (CE), o ex-árbitro de futebol Milton Otaviano dos Santos, de 54 anos, que lutava contra um câncer. O profissional era presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Cearense de Futebol (FCF).
Milton Otaviano formou-se árbitro em 1990 no Rio Grande do Norte e atuou como árbitro assistente CBF e FIFA até 2008. Em 2009, ocupou o cargo de instrutor CBF e no ano seguinte, assumiu a mesma função no quadro FIFA.
O ex-árbitro chegou a Fortaleza em janeiro de 2013 quando aceitou o convite do presidente da federação, Mauro Carmélio, para comandar a Comissão de Arbitragem da FCF. Ele foi homenageado em setembro do ano passado pelos instrutores da FIFA, durante um curso da CBF em São Paulo.
Milton Otaviano está sendo velado em Fortaleza até às 13h. Logo após, o cortejo virá a Natal e o velório será a partir das 22h, na Rua Xavier da Silveira, em Morro Branco. O sepultamento ocorrerá nesta quinta-feira (25), às 17h, no cemitério Parque Vila Flor, em Macaíba.
Homenagem
A Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF) emitiu nota de pesar na manhã de hoje no qual “se solidariza com familiares, amigos e decreta também um minuto de silêncio nos jogos de hoje (24) da Segunda Divisão do Campeonato Potiguar Loterias Caixa em homenagem ao profissional que defendeu por muito tempo a arbitragem potiguar, sendo uma referência pelo seu trabalho, principalmente, na arbitragem nacional e sul-americana”.
História

Potiguar Milton Otaviano fez história no futebol Brasileiro. (Foto: Redes Sociais)
Milton Otaviano começou a dar os primeiros passos como assistente aos 16 anos quando era convidado a apitar jogos amistosos amadores no bairro de Nova Descoberta. Em 1982, entrou para a carreira militar onde se tornou sargento, o que não o impediu de continuar apitando partidas dentro e fora do quartel.
No ano de 1990, ele deixou o exército e se inscreveu no curso de árbitro da Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF), concluindo como primeiro da turma. Em seguida passou a se credenciar profissionalmente FNF trabalhando em jogos de divisão amadora e categorias de base, até atingir o nível de profissional.
Em 1992, foi indicado para testes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e após a aprovação, passou a integrar o quadro da Comissão Nacional de Árbitros de Futebol (Conaf). Em seguida, foi escalado para apitar os primeiros jogos como profissional pelas séries A, B e C. O primeiro jogo que apitou como profissional foi um “Clássico Rei” entre ABC e América, em outubro de 1992.
Ele também tinha formação de bandeirinha e passou a fazer parte do conjunto de assistentes internacionais quando a FIFA instituiu que todas as associações nacionais deveriam ter assistentes especializados. Para isso foram convocados árbitros de variadas federações espalhadas pelo Brasil.
No Rio Grande do Norte, Milton Otaviano foi indicado pelo então presidente da Comissão de Árbitros Jader Costa. Em outubro de 1993, seguiu para o Rio de Janeiro onde fez a avaliação física, avaliação de regra e o curso intensivo de árbitro assistente. Foi aprovado e passou para o quadro efetivo em 1994. Em 1993 iniciou a participação em jogos de primeira divisão trabalhando no jogo Bahia e São Paulo.
Nos anos seguintes, ele atuou em partidas de Campeonato Brasileiro, Copa João Havelange, Copa do Brasil, Eliminatórias Sulamericana. Com o escudo da FIFA teve sua primeira atuação em 1995 no jogo entre Brasil e Eslováquia, em Fortaleza. 1996, foi escalado para a final da Copa do Brasil entre Palmeiras e Cruzeiro, no Parque Antártica, em São Paulo. Bandeirou em jogos da eliminatória entre Colômbia e Argentina, Jamaica e El Salvador, Bolívia e Argentina.
Ele participou nas duas partidas da final da Copa João Havelange, em 2001, entre Vasco e São Caetano. No mesmo ano, foi escalado para o Campeonato Sulamericano masculino sub 17 em Arequiepa, no Peru. Nos anos 2005, atuou na final da Copa do Brasil. Em 2007, trabalhou em cinco jogos no Panamericano realizado no Rio de Janeiro, participando da final entre Jamaica e Equador.
Ele também atuou como comentarista nas rádios de Natal até o convite para trabalhar em Fortaleza pela FCF.

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