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domingo, 10 de junho de 2018

Quem promove "bagunça" e "ditadura" não deveria ser candidato, diz Alckmin...



“Esses pré-candidatos que flertam com a intervenção militar e a ditadura não deveriam ser candidatos”, afirmou Alckmin. “Eles não acreditam no regime democrático”, disse ele, após se reunir com as bancadas tucanas no Senado e na Câmara.
No dia em que manifestantes foram para o gramado do Congresso com faixas em defesa de uma intervenção militar, Alckmin percorreu gabinetes e participou de reuniões com lideranças tucanas. Os encontros, segundo participantes, foram marcados por um clima de “ansiedade” por uma presença mais incisiva do pré-candidato no debate eleitoral.
“Neste momento, certas ações podem soar como oportunismo político, sem consistência”, argumentou o deputado Floriano Pesaro (PSDB-SP). “O momento é de trabalhar nos bastidores.” Para Alckmin, a disputa começa mesmo em 15 de agosto depois da Copa do Mundo. “As pessoas não estão com cabeça agora para eleições.”

Inquérito sobre Alckmin vai para a Justiça Eleitoral e frustra Lava Jato

Coincidência que o inquérito contra o tucano Alckmin tenha vindo para São Paulo onde ele foi governador e onde supostamente terá força para “influenciar” a justiça e assim conseguiu “escapar” da Lava Jato em Curitiba?
Foto reprodução Jornal Nacional (CRÉDITO)

Procuradores da Lava Jato em São Paulo estão estudando como avançar nas investigações sobre o ex-governador Geraldo Alckmin, do PSDB. Por decisão do Superior Tribunal de Justiça, o inquérito sobre o tucano foi encaminhado à Justiça Eleitoral.
A decisão do STJ de mandar o inquérito sobre o ex-governador Geraldo Alckmin para a Justiça Eleitoral está sendo discutida pelos 11 procuradores da força-tarefa da Lava Jato, em São Paulo. Eles queriam assumir as investigações de suspeitas de corrupção. Agora, Alckmin pode responder apenas por caixa dois de campanha.
Os procuradores ainda não definiram os próximos passos, mas uma das possibilidades é pedir o compartilhamento das provas com a Justiça Eleitoral e, assim, verificar se há indícios para abrir investigações criminais contra o ex-governador de São Paulo.
O nome de Geraldo Alckmin apareceu nas delações premiadas de três executivos da construtora Odebrecht. Benedicto Júnior, acusado de fazer parte do departamento de operações estruturadas da empresa, o chamado departamento da propina, disse que, no total, foram destinados R$ 10 milhões de caixa dois às campanhas de Alckmin em 2010 e 2014.
Alckmin está citado em mais de um processo que investiga corrupção ocorrida durante seu governo, no Estado de São Paulo – Foto CRÉDITO: divulgação

Benedicto: R$ 10 milhões em caixa dois pelo sistema de operações estruturadas da Odebrecht.
Arnaldo Cumplido era responsável na Odebrecht pelas obras do metrô e relatou que o repasse na campanha de 2014 de R$ 8 milhões tinha uma relação indireta com as obras da linha seis do metrô, a laranja. A Odebrecht fazia parte do consórcio que fez parceria com o governo do estado para realizar as obras.
MP: Não tinha nenhuma relação com a obra do metrô?
Cumplido: Relação entre causa e efeito, não. Para efeito de alocação de custo, somente.
MP: O senhor pode explicar melhor como seria essa alocação de custo?
Cumplido: Era um apoio para a campanha do governo do estado de São Paulo. Teoricamente, esses valores saíam dos custos das obras do estado de São Paulo.
Benedicto Júnior, disse que Geraldo Alckmin nunca beneficiou a Odebrecht, mas que a empresa deu dinheiro para a campanha dele porque tinha interesse em manter boas relações com o governador.
Benedicto: Primeiro, ele era um expoente que tinha espaço no cenário nacional do PSDB, a gente sempre acreditou que haveria uma alternância de poder no país; segundo, ele tinha o manejo de São Paulo, que era um estado importante para a nossa operação, então, queríamos manter a relação fluida, sem nenhum óbice. Basicamente eram esses os objetivos.
MP: E Geraldo Alckmin já beneficiou diretamente a Odebrecht?
Benedicto: Não que eu saiba. De maneira alguma. Não tenho nenhuma.
Alckmin, como governador, tinha foro privilegiado e o caso foi para o Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, no fim de 2017. Na semana passada, Alckmin renunciou ao cargo e perdeu o foro privilegiado.
Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo pediram, então, à Procuradoria-Geral da República em Brasília para receber o inquérito. Mas a PGR indicou ao Superior Tribunal de Justiça que a suspeita era de crime eleitoral. Por isso, o STJ enviou para a Justiça Eleitoral em São Paulo.
No pedido à Procuradoria-Geral da República, os procuradores da Lava Jato de São Paulo disseram que o envio da investigação era urgente “tendo em vista o andamento avançado de outras apurações correlatas ao caso”.
O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, respondeu que nunca foi informado de apurações correlatas e muito menos da alegada urgência e reafirmou que a suspeita era de crime eleitoral.
O advogado de Alckmin defendeu o ex-governador.
“Acho que a investigação está sendo feita, é normal que o seja, mas a minha expectativa é que, em breve, tudo seja esclarecido e, se houver culpados, que se puna quem realmente cometeu algum ilícito. Mas, em relação ao governador, estamos muito tranquilos”, disse José Eduardo Alckmin.
Em entrevista nesta quinta-feira (12) ao jornal “O Globo”, o vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, disse que as referências a Alckmin na delação da Odebrecht foram no sentido de que ele teria recebido dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral para a sua campanha e que a investigação se deu sobre esses fatos. Para o vice-procurador-geral, “não havia elementos para ir além disso”.
Na noite desta quinta, a Procuradoria-Geral da República informou em nota oficial que, se os procuradores da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo tiverem informações que possam levar adiante investigação sobre atos de corrupção ou outro crime, nada os impede de iniciar uma apuração criminal sobre os fatos.



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