Banda Filarmônica leva arte e dignidade a crianças e adolescentes de Mãe Luíza, na Zona Leste da capital. Grupo inaugurou sede com salas e auditório de 'primeiro mundo' em abril.
Nao quero isso. Eu nem queria estar aqui", disse a menina de 13 anos, quando o professor de música lhe ofereceu a tuba. Cerca de um ano e meio depois, Gleyce Kelly Fernandes, agora com 15 anos, quer ser musicista, se especializar no instrumento de sopro e tocar mundo afora.
O sonho dela também é o de outras crianças do bairro de Mãe Luiza, na Zona Leste de Natal, onde a música vem dando novas perspectivas de vida às crianças e adolescentes. A menina faz parte da primeira formação da Banda Filarmônica do bairro, criada em 2016 pelo Centro Sócio-Pastoral Nossa Senhora da Conceição.
Quando as aulas começaram, ela foi matriculada pela mãe, junto com outras duas irmãs. "Vim obrigada. Eu não queria, não gostava de acordar cedo de manhã, só queria ficar em casa e não fazer nada, mas fui me apaixonando. O projeto tranformou minha vida", conta a adolescente.
A Gleyce Kelly daquela época, porém, já não se parece com jovem que vai todas as manhãs à sede recém-inaugurada da banda, para estudar música, embora suas aulas sejam apenas às segundas e quartas-feira. À tarde, ela faz o 9º ano em uma escola pública da capital. A menina já pensou em ser advogada, arquiteta e investigadora criminal, mas hoje tem o maior foco na música.
"Me apaixonei pela tuba. Hoje quero ser musicista. A melhor coisa que podia ter acontecido foi entrar nesse curso ", diz Gleyce.
O prédio da sede do projeto chama a atenção na comunidade. As salas de estudo, o auditório, o estúdio de gravação, os instrumentos, a manutenção - tudo é fruto de doação. As crianças não pagam nada. "Todas as salas têm isolamento acústico e têm padrão profissional. É um grande presente para essas crianças e a comunidade", conta o professor Pedro Augusto da Silva, que prefere não revelar o valor investido.
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