A “lagoa” de águas azuis que surgiu em Parnamirim, na Grande Natal, durante escavações de a obra de uma Estação Elevatória de Esgotos (EEE) nesta semana, tem despertado a curiosidade e atraindo visitantes. O Idema recomenda que não se deve entrar em contato com a água. A tonalidade da água, segundo o órgão ambiental, é por conta de um fenômeno da refração da luz. Apesar disso, os visitantes confiam que o local poderia ser uma área de lazer e turismo, ainda que não exista nenhuma informação técnica e oficial a esse respeito.
Moradores sonham com a formação de um ponto turístico
O local, na Rua João Paulo Segundo, no bairro Nova Esperança, numa área de expansão urbana da cidade, está isolado e com cartazes indicando que é proibido pular na água. Mas isso não impede que diariamente centenas de curiosos vão até lá para conferir a novidade. "A gente é de São José de Mipibu e veio visitar depois de tanta notícia sobre esse assunto. É mais bonito do que pensava. A água bem azulzinha. É perfeito para uma área de lazer. Tem árvores ao redor e tem espaço para barracas e bares", sugeria o pedreiro Eudes Lopes, 40 anos, que foi visitar a “lagoa” com esposa.
A água começou a subir para a superfície durante a obra da esgotamento sanitário que está sendo executada pela Prefeitura Municipal de Parnamirim, licenciada pelo Instituto do Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), com validade até dezembro deste ano. Porém, a Prefeitura de Parnamirim emitiu uma nota suspendendo o serviço de forma temporária até que a Caern finalize o laudo emergencial sobre o nível do aumento do lençol freático, identificado durante a execução. Tal medida se deve para garantir a proteção do meio ambiente e a segurança hídrica da região.
Os moradores do bairro garantem que no mesmo local passava um rio temporário há alguns anos e que seria o mesmo que cruza a BR 101 logo na entrada da cidade, no sentido Natal, mais visível quando chove. "Aqui já passava um rio. Depois aterraram para as construções de casas e condomínios. Então, já era uma área sensível e com lençol freático raso. Já que isso aconteceu, nada melhor do que aproveitar e fazer algo de lazer ao invés de transformar em depósito de esgoto", sugeria o marceneiro Erinaldo de souza, 54, enquanto filmava a "lagoa" para divulgar aos seus amigos e familiares.
O refrigerista Edson Oliveira, 65, compartilhava da mesma opinião. Ele estava em serviço pela vizinhança e aproveitou para ir conhecer o local, alvo do incidente que gerou a “lagoa”. "Acredito que isso aqui tem potencial para se transformar em ponto turístico, se estruturarem e prepararem para receber visitantes", dizia.
Por enquanto, o espaço, localizado bem próximo ao estádio do clube de futebol América, é apenas um buraco com amontoados de areia e um poço com água azul que chama a atenção pela cor. Aparentemente, não é tão raso e as condições para banho e uso humano ainda não estão claras. Ao redor, o terreno aberto de fato tem árvores frutíferas e área para instalação de equipamentos de lazer. As expectativas em torno do local são tão grandes que até grupo de whatsapp e perfil no instagram sobre isso já foram criados por moradores que discutem o assunto planejando promover eventos por lá.
A Caern trabalha na análise da água que aflorou da obra de esgotamento. O resultado está previsto para o fim dessa semana. A Companhia informou que afloramento de água é algo comum na engenharia e reforçou a importância das obras de esgotamento sanitário para a saúde pública, para o meio ambiente e toda a sociedade.
Enquanto isso, uma equipe de fiscalização do Idema esteve na sexta-feira (27) no local e confirmou que a tonalidade da água não é azul-turquesa, sendo que o que ocorre na verdade é um fenômeno de refração da luz que causa essa impressão. O Idema encaminhou recomendações a serem adotadas de forma emergencial pelos entes envolvidos, a fim de reduzir riscos ambientais.
Além do isolamento e sinalização de toda a área para evitar a entrada de pessoas e animais e manter a segurança da população do entorno, o órgão também pede que se garanta a visualização noturna dessas sinalizações e a retirada dos materiais (solos) excedentes depositados próximo à área escavada de modo a evitar novos impactos. Além disso, recomenda recobrir taludes com lonas ou materiais similares para evitar deslizamentos de terra na área escavada e informar sobre qualquer alteração nas características físicas do empreendimento.
Fonte: BLOG DO PKD