Morreu o músico Ivanildo José da Silva, mais conhecido como Ivanildo Sax de Ouro, neste sábado (11), aos 89 anos. Pernambucano de nascimento, ele foi registrado no Ceará e viveu ao longo de décadas no Rio Grande do Norte, até os últimos dias, na cidade de Parnamirim, na Grande Natal.
Ivanildo estava internado no hospital São Lucas, em Natal, e morreu durante amanhã deste sábado. A informação foi confirmada pelo amigo e também músico, Chico Beethoven. As causas da morte não foram informadas, mas o amigo informou que o Sax de Ouro já estava internado há alguns dias.
Chico Beethoven foi um de vários saxofonistas influenciados por Ivanildo e teve o prazer, nas suas palavras, de se tornar um amigo. "Ele influenciou uma geração do saxofone. Quem tem hoje 30 anos ou mais, ele influenciou todo mundo. Deixa um legado grande", disse. A relação dos dois começou quando Chico ainda era uma criança de 8 anos e foi presenteado com uma camisa e um disco autografado que guarda até hoje.
Ivanildo foi um músico de sucesso, e o som do seu saxofone se tornou inconfundível, tanto é que foi praticamente incorporado ao seu nome. Na carreira, foram mais de dois milhões de cópias vendidas, um disco de platina e quatro de ouro, dos quais se lembrava com carinho.
Sax de Ouro surgiu quando ele morava em Fortaleza. “No início dos anos sessenta, tocava muito nos principais clubes da capital cearense e o colunista Bayard, do Correio do Ceará, me chamou em sua coluna pelo codinome Sax de Ouro. O apelido pegou na hora, e a partir de 1979 passei a assinar meus discos dessa maneira”, contou ele em uma entrevista à TRIBUNA DO NORTE.
Com mais de 70 anos de carreira, ele ainda compunha até os últimos dias, tendo até produzido músicas neste ano. Mais uma estava para sair, porém não deu tempo. "Quando já estava doente, ele disse que tinha uma música para mim, mas que ia esperar ficar bom e me ligava. Mas nunca mais ele me ligou", lamentou Chico Beethoven.
Ivanildo, nas palavras do amigo, era uma abnegado da música e nunca deixou o saxofone de lado. Era fonte de inspiração para a nova geração e não perdia o ritmo nem a veia comercial. No ano passado, quando do sucesso do piseiro, ele aproveitou o momento e gravou uma música no mesmo gênero para a neta.
A capacidade dele se adaptar também foi algo destacado pelo escritor e secretário de Cultura de Natal, Dácio Galvão. "É uma perda enorme. Para quem teve uma trajetória como a de Ivanildo, que não foi curta, foi longa, a capacidade de se reinventar dele era incrível", afirmou.