Solenidade oficial de reabertura do Forte acontece amanhã a partir das 15h, com programação cultural e show de Chico César. Restauração do Forte dos Reis Magos levou 3 anos
Perto do seu aniversário, o Forte vai ser reaberto ao público depois de restauração que durou 3 anos. Neste sábado (25), a solenidade oficial vai contar com programação artística a partir das 15h. O patrimônio cultural, tombado em 1949, abrigará um palco neste final de semana que vai acolher shows musicais da banda Perfume de Gardênia com um tributo a Natal, além de convidados como Babal, Khrystal, Nara Costa, Laryssa Costa, Alan Persa, Alexandre Piter e Debinha Ramos, fora o destaque da apresentação do cantor e compositor Chico César. O show, que acontecerá no Lago da Praia do Forte, também terá transmissão ao vivo pelo canal Cultura RN, no YouTube.
A TRIBUNA DO NORTE apresenta a seguir uma breve descrição sobre alguns desses lugares, tão marcantes para a História de Natal. A reportagem contou com o auxílio dos historiadores Alexandre Rocha e Luciano Capistrano.
Fortaleza dos Reis Magos
Construção de 1598, o Forte dos Reis Magos é símbolo de resistência e História para os potiguares. “Suas linhas arquitetônicas têm a marca dos padres engenheiros jesuítas”, explica o historiador Luciano Capistrano. Segundo ele, o padre Gaspar de Samperes é o responsável pelas linhas e formas do Forte, em polígono estrelado. Padre Gaspar pertencia à Companhia de Jesus. Antes de clérigo, ele foi militar.
“A planta da Fortaleza foi erguida em taipa e o engenheiro-mor, Francisco Frias de Mesquita, foi o responsável pela substituição da taipa por pedras. Assim, a construção se transformou numa das mais belas arquiteturas de guerra construída em terras brasileiras”, assegura Capistrano. Após passar por uma reforma, o Forte deverá será reaberto ao público neste sábado (25) após três anos fechado.
Praça André de Albuquerque
A Praça André de Albuquerque é um monumento em comemoração aos ícones da República, conforme atesta o historiador Alexandre Rocha. Por isso, ela leva o nome de André de Albuquerque, uma das figuras mais importantes do movimento republicano no Brasil. Localizado na Cidade Alta e considerada o Marco Zero de Natal, o local foi transformado em praça em 1888 (antes era um sítio). É lá que está o ponto geodésico da cidade – ponto de encontro entre as quatro referências: Norte, Sul, Leste e Oeste. “É a partir da região da Praça que se dá início à cidade do Natal”, afirma Alexandre Rocha.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação é a antiga Catedral Metropolitana de Natal e foi um dos primeiros prédios construídos para marcar o nascimento da cidade. De acordo com o historiador Alexandre Rocha, a data da construção da igreja é colocada junto à data de fundação da cidade, em 25 de dezembro de 1599. “Enquanto a cidade cresceu, a igreja também cresceu. Atualmente, ela está ligada à [nova] Catedral, mas ainda há um trabalho muito intenso ali, como a realização de casamentos e administrações muito competentes que atendem bem à comunidade”, explica Rocha.
Antigo Armazém Real da Capitania
Os armazéns reais serviram como depósito para armas, munições, fardamento, ferramentas, equipamentos náuticos e alimentos, geralmente utilizados pelas forças militares da Coroa Portuguesa. O Armazém Real da Capitania de Natal, localizado no bairro de Cidade Alta, foi construído no século 18 e já foi chamado de Casa Colonial. “Era o tipo de construção mais sólido da época. Ele precisava ser forte o suficiente para que as pessoas não o invadissem, já que itens como munições eram todos guardados lá”, relata Alexandre Rocha. O espaço, que passou por uma reforma recentemente, foi sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Hoje, está fechado.
Rio Potengi
As raízes de Natal estão fincadas no leito do Rio Potengi, conforme explica o historiador Luciano Capistrano. É na região, bem no local onde o rio e o mar se encontram, que está a Fortaleza dos Reis Magos. “Ao olhar o rio sob a ponte de Igapó, nos vem imagens de séculos de uma expansão urbana, traços de ruas e avenidas abertas ao longo do tempo, desenhando a Natal para além das Quintas. A história é uma colcha de retalho sempre a se remendar numa busca constante em preencher lacunas”, analisa.
O Potengi é afluente do Jundiaí, conforme explica Alexandre Rocha e é de lá [do Potengi, em Natal] que, na avaliação dele, que são realizados os passeios mais bonitos da capital. “O rio é lindo e os passeios são feitos praticamente até a Ponte de Igapó, para que se possa observar o pôr do sol”, comenta. Para Capistrano, o Potengi, apesar de belo, é injustiçado pela maneira como a cidade se desenvolve. “ A urbe deixou o rio escondido, cresceu de costas para o Potengi de forma ingrata e, em muitos momentos, jogou a própria sorte as populações em situação de pobreza”, sublinha.