O Ministério Público Federal (MPF) emitiu uma recomendação cobrando das autoridades a elaboração do plano de manejo da Reserva Faunística Costeira de Tibau do Sul (Refauts), localizada naquele município, e a criação de um grupo que estabeleça estratégias para pôr fim às agressões cometidas às espécies marinhas da região, sobretudo a do golfinho Sotalia Guianensis, conhecido popularmente como boto-cinza e ameaçado de extinção. Vários desses mamíferos vêm sendo encontrados, mortos ou machucados, com marcas causadas por redes de pesca ou por hélices de embarcações, sendo mortos até mesmo para servirem de iscas. A Refauts é uma unidade de conservação municipal, criada em 2006, e se configura como um importante habitat para essa espécie, sendo a única voltada a essa finalidade em todo o litoral do Rio Grande do Norte. A reserva abrange uma área que inclui a faixa costeira e marinha das enseadas do Madeiro e dos Golfinhos, praia de Cacimbinhas e parte da Lagoa de Guaraíras, dentro da Área de Proteção Ambiental Bonfim-Guaraíra, criada em 1999 pelo governo do estado. A recomendação – de autoria do procurador da República Camões Boaventura – foi encaminhada ao Ibama, à Secretaria de Meio Ambiente de Tibau do Sul, ao Instituto de Defesa do Meio Ambiente (Idema/RN); à Capitania dos Portos e à Polícia Federal. Esses órgãos devem formar o grupo, dentro de 15 dias, do qual também poderão vir a fazer parte o próprio MPF e a Associação Mamíferos Aquáticos de Pipa (Amap). Medidas O grupo deve apresentar, em 30 dias, um plano de fiscalização da atividade pesqueira e do Turismo de Observação de Cetáceos (TOC) na reserva, além de um cronograma de repressão da pesca predatória, bem como daquela praticada irregularmente ou com uso de acessórios e técnicas que coloquem em risco as espécies protegidas. Dentre as sugestões da recomendação estão a possibilidade de implementação de um posto fixo para a fiscalização no mar, identificação visual das áreas envolvidas e cronograma semanal de monitoramento. O Ibama, com apoio dos demais órgãos e a participação de pescadores e barqueiros, deve avaliar ainda a possível necessidade de mudança nos critérios da pesca e do turismo praticados na região. Atualmente, 11 embarcações devidamente licenciadas circulam diariamente nas enseadas da reserva, realizando diariamente dezenas de passeios para observação desse animal. A prefeitura, por sua vez, deve buscar a imediata elaboração do Plano de Manejo da Refauts, que pela legislação já deveria estar pronto desde 2011. À Secretaria de Meio Ambiente caberá também a realização de campanha de divulgação e sensibilização ambiental junto aos moradores, pescadores, agentes de turismo e visitantes de Tibau do Sul, acrescentando ainda a oferta de cursos em conservação ambiental para os operadores de embarcações e proprietários de empreendimentos das enseadas do Madeiro e dos Golfinhos. Além disso, a recomendação prevê a confecção de placas informativas e criação de uma central de denúncias e de comunicação de encalhes. Riscos A preservação desses golfinhos possui importância ecológica e econômica, tendo em vista se tratar de um dos grandes atrativos turísticos da região de Pipa. O boto-cinza é um dos mamíferos marinhos mais suscetíveis ao turismo de observação, porém a presença de embarcações pode alterar o comportamento dos animais, em especial dos grupos com filhotes. Por habitar regiões costeiras, a espécie torna-se especialmente vulnerável a ameaças como as de capturas acidentais por pescadores e contaminação por poluentes, sem contar as práticas indevidas por parte dos barcos turísticos. Estudos afirmam ser comum, na reserva, infrações à legislação que regulamenta o turismo de observação, tais como descumprimentos do número limite de embarcações e da capacidade máxima de passageiros. Também já foi registrada a perseguição dos golfinhos. Essas práticas irregulares podem levar os animais a abandonarem a área, já que interferem nos parâmetros sonoros emitidos pelos botos, prejudicando o repouso, a alimentação e a socialização. Esses estudos indicam que as alterações comportamentais parecem ser influenciadas principalmente por ruídos provocados pelas embarcações e pela forma como algumas se aproximam dos grupos. Mortes A Associação Mamíferos Aquáticos de Pipa registrou o aparecimento de um boto-cinza morto e encalhado, em 16 de setembro do ano passado, na praia da Cancela, com hematomas indicando ter sofrido fortes pancadas. Oito dias depois, outro foi avistado na Baía dos Golfinhos com um corte na nadadeira dorsal, possivelmente provocado por faca ou hélice de embarcação. No dia 30 daquele mesmo mês, a Amap registrou outro golfinho morto na praia das Cacimbinhas, preso a um pedaço de rede de pesca cortado, provavelmente por um pescador quando encontrou o boto-cinza enroscado na rede. Dois dias depois, novo encalhe na Praia de Pipa, com lesões indicando que o animal sofreu fortes pancadas e que teria sido cortado com facão, possivelmente para ser utilizado como isca de peixe por pescadores. Na época, pescadores de Pipa relataram que profissionais de municípios vizinhos estavam realizando pesca frequente na região com as chamadas “redes de espera”, que representam grande ameaça aos mamíferos aquáticos e às tartarugas marinhas. Em novembro, a Amap informou a morte de mais um boto com muitas marcas, indicando possível relação com rede de pesca. Tartarugas marinhas também foram encontradas mortas nesse período. A recomendação do MPF destaca que esses fatos não costumam ocorrer por culpa de pescadores de Tibau do Sul, já que a maioria dos moradores locais são conscientes da importância do boto-cinza para a economia da região. Crimes Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, bem como realizar pesca de espécies que devam ser preservadas, constituem crimes ambientais expressamente previstos na Lei Federal nº 9.605/1998 (art. 29 e 34) e no Decreto Federal nº 6.514/2008 (art. 35). Golfinhos, quando impossibilitados de subir à superfície para respirar, morrem por exaustão e afogados em no máximo 15 minutos, sendo muito raro os que são salvos depois de ficarem presos em redes de pesca. Em todo o mundo, cerca de 300 mil baleias e golfinhos, bem como 100 mil tartarugas, morrem presos em equipamentos de pesca anualmente. Alerta Caso as medidas previstas na recomendação não sejam adotadas, ou os prazos cumpridos, o MPF “entenderá que os órgãos públicos não conseguirão resolver a problemática de forma administrativa”, sendo necessário o ajuizamento de ações judiciais, com pedidos de liminar e fixação de multas contra a União, Estado, Município de Tibau do Sul e as respectivas autarquias. “Se nenhuma dessas medidas surtirem efeitos, todos terão apenas o trabalho de contar os poucos anos para a extinção completa da população de boto-cinza na reserva”, adverte Camões Boaventura.
A piscina é um dos itens mais queridos das áreas comuns do condomínio. Um lugar para realmente relaxar e deixar a correria do dia-a-dia de lado.
Mas para que isso aconteça, é fundamental que o local esteja sempre com a manutenção em dia. As orientações abaixo servem para facilitar o trabalho do zelador, para que saiba quando executar diversas ações diferentes, e para o síndico também. Dessa forma, fica mais fácil acompanhar o trabalho do zelador.
Filtragem da piscina
- todo dia
- Duração: de 4 a 8 horas, de acordo com instruções do fabricante do filtro.
- Nos dias em que forem realizadas ações de tratamento (cloração, controle do pH etc.), a filtragem deve ser feita em seguida (e não antes), para otimizar a limpeza.
Controle do cloro
- a cada 2 dias
- Aplicar à noite, para evitar a evaporação do cloro pelo sol.
- Em piscinas de vinil ou fibra, diluir o cloro antes em um balde com água da piscina. Filtrar depois.
- Na manhã seguinte à cloração, sempre verificar a proporção de cloro livre (através de kits de medição disponíveis no mercado). Ela deve estar entre 1 e 3 ppm (partes por milhão). Acima e abaixo destes níveis, o uso da piscina deve ser suspenso.
- O cloro livre é o que ainda não reagiu com substâncias presentes na água e está disponível para combater substâncias que venham a aparecer. Portanto, ele é importante para criar uma barreira contra micro-organismos que podem transmitir doenças. Mas em quantidades excessivas pode causar irritações nas mucosas dos banhistas
- Existem linhas de produtos para tratamento sem cloro.
Controle do pH
- 2 vezes por semana
- O pH da água deve ficar entre 7 e 7,4.
- Existem produtos para medir o pH, geralmente na forma de fita de teste ou kit colorimétrico.
- Para corrigir o pH, há os chamados Redutores (ou Sulfato de Alumínio) e os Elevadores de pH (ou Barrilha Leve). Após a operação, realizar filtragem.
- *Repetir o processo se não funcionar.
- O pH fora do padrão (para cima ou para baixo) causa irritações nos olhos e pele dos banhistas, danifica o equipamento de filtragem e tira a eficiência do cloro.
- O controle do pH deve ser feito antes de qualquer tratamento químico, exceto nos dias em que forem adicionados à água produtos com hipoclorito de sódio, dicloros e tricloros.
Aspiração da piscina
- 1 vez por semana)
- Usar a opção "filtrar" quando houver pouca sujeira; para limpeza mais potente, selecione "drenar".
- Não usar o cabo diretamente, sem algum acessório na ponta, para evitar danos no revestimento do fundo da piscina.
Limpeza das bordas
- 1 vez por semana
- Usar escovas de cerdas macias ou a parte macia de esponjas de cozinha.
- Não usar palha de aço ou esponjas ásperas.
- Usar produtos de limpeza que específicos para piscina ("limpa-bordas"), pois outros contaminam a água.
- Nunca varrer a sujeira do chão próximo da piscina para dentro da água.
Retrolavagem do filtro
- 1 vez por semana
- Dura 5 minutos. Necessária para manter as boas qualidades do equipamento, livrando-o de resíduos filtrados. A água vai para o esgoto.
- Após retrolavar, o processo de enxágue deve ser feito durante 1 minuto para evitar que a água suja volte para a piscina.
Algicida
- 1 vez por semana
- É usado para eliminar algas. Não usar no mesmo dia da cloração.
Controle da alcalinidade
- *1 vez por semana
- Medir com fita de teste ou kit colorimétrico.
- Deve ficar entre 80 e 120 ppm (partes por milhão
- Para corrigir, usar "elevador de alcalinidade" e "redutor de pH"
- O controle da alcalinidade é importante para manter o nível do pH estável
- Alcalinidade fora dos padrões danifica o equipamento. Além disso, índices altos causam turbidez na água.
Supercloração
- 1 vez por mês ou quando necessário
- Necessária em períodos de muito uso da piscina, como no verão.
- Também é interessante fazer após períodos de muita chuva, por causa do acréscimo de água não tratada, e de todas as impurezas que ela traz.
- A piscina só deve voltar a ser usada quando o cloro livre voltar para os padrões usuais (1 a 3 ppm).
Clarificação
- quando necessário
- Realizar a operação após controle da alcalinidade e do pH.
- Quando a água continua turva, deve-se fazer a clarificação. Durante a filtragem, adicione Clarificador (também é usado Cal Hidratado), que se combinará com as impurezas e se depositará no fundo da piscina.
- Em casos mais críticos, será necessário aspirar o fundo. Se não houver muita sujeira acumulada, a própria filtragem elimina as impurezas depositadas pelo tratamento químico.
Cuidados necessários
- Ao lidar com produtos químicos, sempre usar luvas e óculos de proteção.
- Armazenar os produtos em local arejado e longe de crianças e animais domésticos.
- Sempre respeite as dosagens recomendadas pelos fabricantes.
- Muito cuidado com embalagens com vazamento. Retirar imediatamente do local. Não reaproveitar material que escapou da embalagem.
- Alguns produtos químicos não devem ser misturados. Observe o tópico abaixo.
Mistura perigosa
- Observe atentamente os ingredientes ativos do cloro usado, e das outras substâncias do tratamento químico da piscina.
- Apesar da semelhança aos olhos, cloro com ingredientes ativos dicloro ou tricloro não pode ser misturado ao cloro que tem hipoclorito de sódio ou cálcio - em hipótese nenhuma. Quando entram em contato, estas substâncias provocam explosão, e liberam gases tóxicos que podem provocar queimaduras. Cuidado tanto na piscina quanto na armazenagem.
- Do mesmo modo, o hipoclorito de cálcio não deve ser adicionado na piscina no mesmo dia que o redutor de pH, algicidas e estabilizadores.
- Redutor de pH e algicida também não devem ser misturados com produtos que contêm dicloro e tricloro.
Bronzeador/ filtro solar
- Afixar cartaz para os banhistas retirarem o excesso destes produtos antes de entrar na água.
- Algumas marcas de filtro solar não saem na água; estas não têm problema para a piscina.
- O bronzeador ou filtro solar presentes na água dificultam o tratamento químico.
- Podem provocar incrustações e corrosões no equipamento de filtragem.
- Também podem provocar irritações alérgicas nos banhistas.
Cobertura para piscina
- É interessante providenciar uma cobertura de lona ou outro material, para quando a piscina estiver fora de uso. Isso diminui drasticamente a perda de água por evaporação.
- Como estas coberturas são presas à borda por pinos e cordas, também evitam a queda de crianças na água.
- Não permitir acúmulo de água e sujeira em lonas de cobertura. Evitar também jogar este material na própria piscina.
Nunca abandonar a piscina
- É muito perigoso deixar a piscina sem tratamento por mais de um mês. A água torna-se um foco de doenças inclusive para quem não entrar nela: a dengue, por exemplo, é transmitida por um mosquito que se reproduz em águas paradas. O equipamento de filtragem pode sofrer avarias, quanto mais tempo ficar inativo.
- Mesmo em períodos de pouco uso, e inclusive quando a piscina tem cobertura de proteção, é preciso tratar a água e realizar filtragem. Nesses períodos, o que se pode fazer é diminuir a frequência.
- Nunca esvazie a piscina. Isso pode até comprometer sua estrutura. Se for absolutamente necessário realizar a operação, consulte o fabricante para fazê-lo de modo seguro.