RADIO WEB

domingo, 30 de agosto de 2020

Ao menos 40 golfinhos são encontrados mortos após derramamento de óleo no oceano

Número de animais mortos pode aumentar. Caso aconteceu nas Ilhas Maurício, país da África localizado no Oceano Índico

Pelo menos 40 golfinhos foram encontrados mortos nas Ilhas Maurício, país da África localizado no Oceano Índico, desde segunda-feira 27, numa área afetada por um derramamento de óleo após um navio japonês naufragado quebrar e começar a despejar a substância no final do mês de julho. 

O número de animais mortos pode aumentar. Yasfeer Heenaye, um pescador local de 31 anos, disse à Reuters disse que viu quase 200 golfinhos dentro de um recife na manhã de sexta-feira 28 e, aproximadamente, 30 deles estavam mortos. 

“Dentro do recife há derramamento de óleo na água – se eles ficarem dentro talvez todos morram – mas se saírem talvez sobrevivam. Estávamos tentando empurrar os golfinhos para fora do recife, fazendo barulho no barco para fazer com que os eles saíssem do local”, disse ele.

Os resultados da autópsia de 25 golfinhos, que chegaram à costa na última semana, são esperados nos próximos dias, disse Jasvin Sok Appadu, do ministério da pesca das Ilhas Maurício.

Até agora, os veterinários examinaram apenas dois deles, que apresentavam sinais de ferimentos, mas nenhum traço de hidrocarbonetos foi encontrado em seus corpos, de acordo com os resultados da autópsia preliminar. 

Na última quinta-feira, o Greenpeace pediu ao governo das Ilhas Maurício para abrir uma “investigação urgente, a fim de apurar a causa das mortes e quaisquer ligações com o derramamento de óleo de Wakashio”.

Furacão Laura deixa 14 mortos no sul dos EUA

“Podemos ficar aliviados”, disse o governador de Louisiana, John Bel Edwards enfatizando que seu estado não sofreu as “devastações catastróficas” anunciadas

Um dos mais violentos a atingir o estado de Louisiana em mais de 150 anos, o furacão deixou pelo menos 14 mortos no sul dos Estados Unidos, mas causou menos danos do que se antecipava.

“Podemos ficar aliviados”, disse o governador de Louisiana, John Bel Edwards, em entrevista coletiva, enfatizando que seu estado não sofreu as “devastações catastróficas” anunciadas.

“Embora tenhamos sofrido muitos danos”, frisou, referindo-se à “vida despedaçada” de milhares de habitantes.

Em seu caminho pelo Caribe, Laura já havia causado grandes enchentes há uma semana no Haiti e na República Dominicana. Pelo menos 31 pessoas morreram no primeiro, e quatro, no segundo.

Transformando-se em uma tempestade tropical na tarde de quinta-feira, Laura se fortaleceu novamente antes de atingir os Estados Unidos como um furacão de categoria 4 (de uma escala máxima de 5), por volta da 1h local (3h de sexta em Brasília).

Chegou pela cidade costeira de Cameron, perto da fronteira com o Texas, no Golfo do México, com ventos de 240 km/h, de acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC, sigla em inglês).

Laura é o furacão mais potente a atingir Louisiana em um século e meio, conforme dados coletados pelo pesquisador da Universidade do Colorado e especialista em furacões Philip Klotzbach.

A passagem do furacão deixou pelo menos dez mortos neste estado, e quatro, no vizinho Texas. A maioria faleceu pela inalação de monóxido de carbono emitido por geradores elétricos portáteis usados em ambientes fechados, devido aos cortes de energia.

Outras quatro pessoas perderam a vida em Louisiana, devido à queda de árvores sobre suas casas. Uma outra vítima morreu afogada, no naufrágio de seu barco provocado pelos fortes ventos.

Na sexta-feira, havia 464.813 usuários sem eletricidade em Louisiana, de acordo com o site Poweroutage.us.

A violência do vento quebrou as janelas de um grande prédio em Lake Charles, uma cidade da Louisiana conhecida por suas refinarias de petróleo, a principal fonte econômica da região.

Na mesma localidade, foi registrado o incêndio em uma fábrica de produtos químicos. A ocorrência gerou uma nuvem tóxica gigantesca que obrigou os moradores a se refugiarem em suas casas.

– De furação a tormenta tropical –

Os meteorologistas alertaram sobre o risco de inundações no norte da Louisiana e no sul do Arkansas. O presidente Donald Trump anunciou que visitará Texas e Louisiana “sábado, ou domingo”.

Quinze anos após o furacão Katrina, que devastou Nova Orleans e afetou profundamente os habitantes de Louisiana, as autoridades locais aconselharam a população a ter cautela.

Técnica que se demitiu após goleiro Bruno ser contratado faz revelações

Rose Costa diz que pediu desligamento ao saber da contratação, recebeu apoio de suas jogadores, mas não conseguiu mais trabalhar após o episódio

Se antigamente os espaços no campo profissional eram mais restritos para as mulheres, hoje há uma defesa da sociedade mais igualitária. As desigualdades ainda persistem, mas a luta pelo respeito à representatividade feminina ganha força a mais de 3 mil quilômetros do Ceará. A voz de Rose Costa alertou para um problema vivenciado todos os dias pela nossa sociedade: o feminicídio.

Rose é ex-técnica da equipe feminina do Rio Branco/AC e recebeu a missão do presidente do time, Valdemar Neto, de reerguer o elenco feminino que tinha uma história tradicional em competições nacionais.

O trabalho de Rose começou no início do ano, mas por conta da pandemia de Covid-19, as atividades foram paralisadas. No entanto, em julho, a educadora física pediu desligamento do cargo, após saber da contratação do goleiro Bruno, condenado pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio, além do sequestro e cárcere privado do filho que teve com a modelo, atualmente com 10 anos.

O goleiro teve progressão de pena e está em regime semiaberto desde julho do ano passado.”Eu fiquei sabendo pela imprensa da contratação do goleiro Bruno e, imediatamente, conversei com o dirigente do clube e expus a minha indignação. Rio Branco é um time renomado na nossa cidade, um clube preocupado com a capacidade de formação, cidadania do atleta e coloca como a estrela do time um feminicida”, expõe Rose.

A ex-técnica ainda tentou conversar com os dirigentes, mas a decisão não teria volta. Após a repercussão negativa sobre o desligamento, alguns dirigentes disseram que Rose não tinha vínculo algum com o time. “O presidente chegou até a negar que eu estivesse à frente da equipe feminina. Acho que foi uma forma de tentar que o nome do goleiro fosse abraçado pela cidade”.

Se de um lado houve apoio da diretoria para que o goleiro fosse “abraçado” pelo time, por outro, houve também uma onda de solidariedade em apoio à decisão da técnica Rose Costa. As atletas que eram comandadas por ela se sentiram desrespeitadas e se posicionaram.

Sexto clube

O Rio Branco/AC é 6º time brasileiro que busca o goleiro Bruno para compor o elenco. Antes, Operário/MT, Fluminense/BA, Poços de Caldas/MG, Barbalha e Boa Esporte chegaram a acertar detalhes da contratação, mas desistiram após a repercussão negativa do anúncio.

Rose acredita que é preciso que haja uma ressocialização. Ela diz que não é contra que o goleiro se reintegre à sociedade, mas ela ressalta que, como Bruno foi condenado, deveria cumprir toda a pena na cadeia, longe do posto de ídolo.

“Ele está com tornozeleira eletrônica, como vai atuar no fim de semana? As crianças da categoria de base não sabem da história e já idolatram o goleiro. Como será esse processo, um criminoso envolvido numa morte de uma mulher, esconde o filho e é ídolo?”, questiona Rose.

Desrespeito

Até hoje, Rose está desempregada após a decisão de deixar o Rio Branco. “Nossa sociedade ainda é extremamente machista. Esse machismo não vem só dos homens, mas está velado também com algumas mulheres. Algumas mulheres na cidade fizeram questão de se colocar a favor dele ou achando que o que ele fez já foi pago. Meu entendimento é que as leis foram muito brandas. Ele tá tendo as oportunidades e qual oportunidade que Eliza teve?”, pontuou.

Cães são treinados para atuar como salva-vidas em praias da Itália

Duas raças diferentes estão sendo treinadas por um grupo de mulheres, em uma praia no oeste do país, a 80 quilômetros de Roma

Apesar da pandemia, muita gente tem aproveitado para voltar às praias no verão europeu. Na Itália, uma novidade tem chamado a atenção. Um grupo de salva-vidas diferente vem garantindo a segurança dos banhistas: é a unidade canina de salvamento.

Duas raças diferentes estão sendo treinadas por um grupo de mulheres, em uma praia no oeste do país, a 80 quilômetros de Roma. Labradores e golden retrievers atuam por todo o litoral italiano no auxílio às salva-vidas nos resgates aquáticos.

Embora pareça divertido, o assunto é sério. O grupo salva, em média, 40 vidas por ano, e o treinamento para os cachorros é intenso. Eles se preparam por 1 ano antes de poder entrar em ação.

O que é o câncer de cólon, doença contra a qual lutava Chadwick Boseman, o “Pantera Negra”

Tumor que atinge o intestino grosso é a segunda maior causa de morte por câncer nos Estados Unidos

Estrela do filme Pantera Negra, o ator Chadwick Boseman morreu, na noite de sexta-feira (28), depois de passar quase quatro anos lutando contra um câncer de cólon. Segunda maior causa de morte por câncer nos Estados Unidos, a doença que atinge o intestino grosso é comum, mas pode ser evitada com bons hábitos e, quando diagnosticada precocemente, tem até 90% de chances de cura. 

Boa parte desses tumores se desenvolve a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do órgão. O câncer de intestino pode ter diversas origens, incluindo mutações genéticas associadas a certos comportamentos. São considerados fatores de risco o consumo frequente de carne vermelha e alimentos ultraprocessados, além da obesidade. Sua incidência também está ligada a fatores hereditários. 

 —  Esse é um tipo de câncer bem comum, principalmente entre os homens, e particularmente no Ocidente, onde hábitos como o consumo de carne vermelha e embutidos e a pouca ingestão de fibras é grande  —  explica o oncologista Edson Paganotto. 

Segundo o especialista, esse tipo de tumor, de um modo geral, acomete pacientes com idade a partir dos 60 anos. Casos como o Boseman, diagnosticado aos 39 anos, são raros, e geralmente estão associados a síndromes hereditárias. 

Por atingir um órgão de grande extensão, a doença pode se desenvolver de forma silenciosa, sem sintomas. Quando os tumores estão perto do ânus, pode haver episódios de diarreia, constipação e dor abdominal. Já nos casos em que a doença se desenvolve em pontos mais distantes, é possível que o paciente apresente anemia, fraqueza e perda de peso. 

O exame mais comum para diagnosticar a doença é a colonoscopia. Através dela, é possível detectar a presença dos pólipos e, se for o caso, realizar a sua retirada antes que se tornem malignos. 

Em razão da alta incidência da doença, é recomendado que os pacientes façam o exame de forma preventiva a partir dos 45 anos, repetindo a cada cinco anos. Quando há histórico da doença na família, a orientação é de que os exames comecem a ser realizados, pelo menos, 10 anos antes da idade em que o familiar recebeu o diagnóstico. 

Entre os tratamentos mais comuns quando a doença é diagnosticada estão a cirurgia e a quimioterapia. A radioterapia é reservada, na maioria das vezes, para tumores do reto.

O tamanho do problema

O Brasil deve registrar cerca de 625 mil novos casos de câncer por ano de 2020 a 2022, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O câncer de cólon deve ser o quarto mais incidente, com 41 mil casos (atrás do câncer de pele, do câncer de mama e do câncer de próstata).

Um em cada três casos de câncer poderiam, segundo o Inca, ser evitados pela redução ou a eliminação de fatores de risco como, por exemplo, tabagismo e obesidade. Atividades físicas, cuidados com a exposição ao sol e alimentação saudável com frutas, vegetais e hortaliças frescos, evitando alimentos ultraprocessados, também podem ajudar a evitar a doença. 

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Sair de graça? Barcelona pede 700 milhões de euros por Messi

Times, como o Inter de Milão, veem no jogador possibilidades para transformar a equipe de novo em uma força europeia

Quando o Barcelona confirmou ter recebido um pedido dos advogados de Lionel Messi informando que o argentino quer encerrar um dos relacionamentos mais duradouros do futebol, dirigentes dos maiores clubes da Europa esfregaram as mãos.

É como se a Mona Lisa de repente se tornasse disponível no mercado de arte, tal é o status de Messi no futebol, apesar de o jogador ter 33 anos e de sua magia estar suscetível a desaparecer em breve.

Alguns clubes já estão sendo apontados como próximo destino de Messi, sendo o mais provável, de acordo com casas de apostas, um reencontro com seu ex-técnico Pep Guardiola no Manchester City.

Fala-se também de Messi unir forças na Juventus com Cristiano Ronaldo, seu rival de longa data na disputa pelo título de melhor jogador do mundo, ou jogar novamente com Neymar no Paris Saint-Germain, numa tentativa do clube francês de buscar o título inédito da Liga dos Campeões.

Os proprietários chineses da Inter de Milão também veem Messi como o jogador para transformar a equipe de novo em uma força europeia.

Canais de esportes na TV e mídias sociais estavam fervilhando, nesta quarta-feira, com a decisão bombástica de Messi de deixar o Barça.

Divergências em cláusulas

No entanto, apesar da comoção inevitável, não é certo de que Messi terá várias opções, caso a saída do argentino do gigante catalão, onde chegou na adolescência em 2001, seja mesmo confirmada.

Messi insiste que uma cláusula em seu contrato permite que ele saia de graça — um cenário que atrairia um frenesi de pretendentes.

O Barcelona, porém, afirma que a cláusula expirou, e qualquer interessado precisaria pagar uma rescisão de 700 milhões de euros (cerca de R$ 4,6 bilhões) para levar Messi.

Se o Barcelona se mantiver firme, isso tirará a maioria dos compradores em potencial do jogo, especialmente com a demanda salarial de 1 milhão de euros (R$ 6,6 milhões) por semana de Messi.

Os homens de marketing apontarão para uma avalanche de vendas de camisetas e merchandising que Messi garantiria, sem falar que seus fãs ao redor do mundo aumentariam a base de torcedores do clube.

Finanças à parte, há um ponto de interrogação ainda maior pairando sobre Messi. Ele estaria em decadência?

Parece rude sugerir isso de um jogador que continua sendo o coração de um dos maiores clubes da Europa, o qual ajudou a ganhar mais de 30 troféus, mas nenhum na última temporada.

No entanto, seus 31 gols em todas as competições na última temporada, impressionantes para os padrões comuns, não foram excepcionais. Afinal, é um jogador que detém o recorde de 444 gols no Campeonato Espanhol. Ele já marcou 79 gols em um calendário anual e é o único jogador a marcar mais de 40 gols por seu clube em 10 temporadas consecutivas.

Nos pênaltis, América perde para Juventude (RS) por 5×3

No tempo regulamentar, times empataram por 1x1

Após novo empate em 1 a 1 no tempo regulamentar, o América foi superado pelo Juventude (RS) nos pênaltis por 5 a 3 durante partida válida pela Copa do Brasil, realizada na Arena das Dunas, em Natal, nesta quarta-feira 26.

Com o resultado, o América também perde os R$ 2 milhões da classificação para a quarta fase do torneio nacional.

O jogador do time gaúcho, Odivan Koerich, marcou o primeiro gol da partida, aos 39 minutos de bola em campo. Já no segundo tempo, o alvirrubro potiguar balançou as redes após lance de Zé Roberto.

O América volta a campo na próxima segunda-feira 31, às 20h30, para enfrentar o ABC no último jogo do segundo turno do Campeonato Potiguar.

Amém Ore em uma trajetória de luta e representatividade

Natalense de 19 anos, André Lima, mais conhecido pelo nome artístico Amém Ore, busca falar sobre a vivência trans e a ancestralidade negra em um rap autoral

Muitos falam sobre representatividade, poucos realmente conhecem o significado da palavra em um contexto social e tangível. Ser representado, em um sentido amplo, é ser visível. É ter existência. Aquele que não consegue ser notado, muitas vezes por causa de determinados fatores opressores, entra em um caminho repleto de invisibilidade em vários aspectos da vida.   

É este percurso que o natalense André Lima, de 19 anos, quer evitar. Ele nasceu no corpo de uma mulher e, recentemente, se descobriu homem trans. “Foram anos de questionamentos até conseguir entender o que se passava em mim. É por isso que falo sobre isso na minha música: para que alguém que esteja passando pelo mesmo processo, possa ter uma referência”, contou em entrevista ao Agora RN.  

Apesar da pouca idade, o jovem já tem sete anos de carreira. “Tudo começou na escola. Venci um concurso de poesia e, desde então, não paro de escrever e compor rimas”. André é rapper e encontra no hip hop uma forma de homenagear a ancestralidade preta, além de narrar uma experiência mais particular como uma pessoa parte da comunidade LGBTQIA+.   

Em contraposição ao antigo mundo religioso, o rapper escolheu Amém para integrar o nome artístico em um gesto de apreciação crítica. Ore é a sigla de orgulho, raiva e ego – características da personalidade de André que ele gostaria de mudar. “Então esse apelido pode simbolizar defeitos e preconceitos que requerem uma reavaliação, que deve ser feita tanto por mim quanto pela sociedade”.  

Na última semana, o músico lançou o single “Family Friendly”, que retrata as injustiças sofridas nas comunidades quando há ocorrências de abuso policial. “Morei no Planalto, Felipe Camarão e hoje moro em Mãe Luiza. Tudo que aprendi vivendo na periferia é incorporado ao meu rap. Apesar da violência recorrente, temos um povo de garra que, com força de vontade, sai de casa todos os dias em busca de uma realidade digna”, relatou.  

Inspirado por artistas nacionais como Emicida, Projota e Rashid, e por rappers da cena local, o primeiro EP de Amém Ore, intitulado “IRA”, tem três músicas autorais e foi lançado no fim de julho pela StoneOne Records. A faixa “Banzo” traz a luta antirracista; “Amém” ressignifica a melancolia acerca das dúvidas sobre gêneros; e “Cuarentena” analisa os efeitos da pandemia da Covid-19 que podem, de acordo com o cantor, ressaltar a desigualdade social a longo prazo.  

O discurso indagador das composições do jovem é crucial para fortalecer e valorizar a identidade cultural tão extensa e plural existente nos mais diversos grupos. “Esse sempre será meu intuito na música. Alcançar um respeito mútuo não é apenas uma idealização, algo impossível. Se a organização da democracia existe, vamos brigar por ela. Vamos transformar o sistema. Acredito que, um dia, seremos protagonistas das nossas próprias histórias”.   

Fábio Faria ataca Fátima Bezerra: “Empresas deixam o Estado pela sua incapacidade administrativa”

Ministro das Comunicações disse que “satisfeito nenhum potiguar fica” com a decisão da Petrobras de sair do Estado, mas frisou que as decisões da estatal são “técnicas”

O ministro das Comunicações, o deputado federal licenciado Fábio Faria (PSD-RN), reagiu às críticas que a governadora Fátima Bezerra fez ao Governo Federal e à Petrobras, em função do anúncio da saída da estatal do Rio Grande do Norte.

Fábio disse que “satisfeito nenhum potiguar fica” com a decisão da empresa, mas frisou que as decisões da Petrobras são “técnicas”.

“Preocupante o anúncio do fim das operações da Petrobras no RN, mas é preciso considerar a estratégia da companhia de otimizar seu portfólio e aprimorar a alocação de seu capital”, afirmou.

Segundo o ministro, “neste governo liberal, a Petrobras é uma empresa totalmente independente, não está à mercê de interesses de terceiros, não virou puxadinho e nem foi loteada entre grupos políticos”. “As decisões de investimentos são técnicas e visam a viabilidade econômica”, complementou.

O potiguar ressaltou que, em outros momentos, a Petrobras tentou sair do Rio Grande do Norte, mas permaneceu no Estado porque foi convencida de que havia retorno dos seus investimentos. Agora, ele culpa a gestão estadual pela saída da estatal.

“Na gestão da atual governadora, grandes empresas já deixaram ou ameaçam abandonar o Estado devido à sua incapacidade administrativa, como a Inframérica, que desistiu do Aeroporto de São Gonçalo”.

O ministro das Comunicações aproveitou, ainda, para criticar a governadora Fátima Bezerra. “É lamentável que esse grito de indignação da governadora não tenha acontecido quando operaram o maior escândalo de corrupção do mundo dentro de uma empresa”, afirmou.

Fábio disse ainda que a decisão é preocupante, mas pediu calma em relação ao assunto. “Vamos escutar o que a empresa tem a falar e que prevaleça o melhor para o Estado”.

O deputado licenciado pelo Rio Grande do Norte comentou, ainda, que está à disposição do Governo do Estado para dialogar sobre o assunto. “Nunca fui procurado pela governadora, nem como parlamentar, nem como ministro, para tratar do tema. Infelizmente, a governadora se trancou em seu próprio lockdown”, encerrou.

Deputados e senadores entram na Justiça para impedir debandada da Petrobras do Rio Grande do Norte

Parlamentares alegam que a ação é movida para anular atos lesivos ao patrimônio público e de sociedades de economia mista, como é o caso da Petrobras

Dois deputados federais e dois senadores do Rio Grande do Norte protocolaram uma ação popular com um pedido liminar na Justiça Federal nesta quarta-feira 26 para impedir o encerramento das atividades da Petrobras no estado. Segundo a governadora Fátima Bezerra, a saída da empresa ameaça mais de 5 mil empregos no RN.

Os senadores Jean Paul Prates (PT) e Zenaide Maia (PROS), e mais os deputados federais Natália Bonavides (PT) e Rafael Motta (PSB), alegam que a ação é movida para anular atos lesivos ao patrimônio público e de sociedades de economia mista, como é o caso da Petrobras.

Nesta semana, a Petrobras anunciou a venda de todos os ativos do Polo Potiguar, o que resultará em um prejuízo de proporções ainda não completamente estimadas, mas que, de imediato, ameaça 5,6 mil trabalhadores que atuam direta e indiretamente no Polo; além de afetar a distribuição de royalties. Em 2019, o estado recebeu R$ 15 milhões e, apesar da pandemia, acumulou mais de R$ 11 milhões até agosto de 2020.

Para o senador Jean Paul Prates, a venda de ativos da Petrobras no Rio Grande do Norte e em outros estados não está “acabando com monopólios” e sim gerando monopólios privados incontroláveis. “De que adiantou conquistarmos a autossuficiência em petróleo para o País se, na hora de desfrutar de seus benefícios, vamos entregar as refinarias e viver num Brasil que pagará combustíveis, fertilizantes, asfaltos e petroquímicos a preço “internacionais” – ou seja, como se não produzíssemos UMA GOTA deles aqui. De que valeu todo o esforço das gerações que nos antecederam? Não foram criadas, muito menos informadas aos compradores, as regras e limitações que deveriam se aplicar à sua atuação”, ressalta.

Para a deputada federal Natália Bonavides, é preciso enfrentar a política de desmonte da Petrobras, que acaba com empregos e lesa o patrimônio público brasileiro. “O anúncio da saída da Petrobras do RN é um ataque brutal contra o povo potiguar. A empresa, que é um patrimônio nacional, possui papel estratégico no desenvolvimento regional, com geração de empregos e riquezas para o estado. Lutaremos contra esse retrocesso”, destacou a deputada.

O deputado Rafael Motta, ainda em 2019, protocolou um pedido de informações ao Ministério de Minas e Energia questionando os impactos socioeconômicos do desinvestimento no estado. “Naquela época, só se falava nos campos de Ponta do Mel e Redonda. Tivemos uma resposta vaga do Governo Federal. Agora, anunciaram a venda da Refinaria de Guamaré, que é responsável pelo beneficiamento de todo o petróleo do estado. A Petrobras sempre foi um instrumento importante de desenvolvimento regional e é estratégica para o Rio Grande do Norte”, afirma Rafael.

Já a senadora Zenaide Maia adverte para o momento delicado para discutir o assunto. “Eu sou contra essa política de entregar os ativos do País. Vender a Petrobras do Rio Grande do Norte sem nenhuma discussão no Congresso Nacional é errado, é um absurdo. Foi com impostos que construímos a Refinaria Potiguar Clara Camarão para beneficiar QAV, óleo diesel e gasolina. O Brasil investiu muitos anos buscando a autossuficiência em petróleo e, agora, essa política que não investe em nada para justificar a venda do nosso patrimônio, quer destruir anos de trabalho, gerar ainda mais desemprego, e o pior: num momento como este, que estamos vivendo, de pandemia”.