Um dos mais violentos a atingir o estado de Louisiana em mais de 150 anos, o furacão deixou pelo menos 14 mortos no sul dos Estados Unidos, mas causou menos danos do que se antecipava.
“Podemos ficar aliviados”, disse o governador de Louisiana, John Bel Edwards, em entrevista coletiva, enfatizando que seu estado não sofreu as “devastações catastróficas” anunciadas.
“Embora tenhamos sofrido muitos danos”, frisou, referindo-se à “vida despedaçada” de milhares de habitantes.
Em seu caminho pelo Caribe, Laura já havia causado grandes enchentes há uma semana no Haiti e na República Dominicana. Pelo menos 31 pessoas morreram no primeiro, e quatro, no segundo.
Transformando-se em uma tempestade tropical na tarde de quinta-feira, Laura se fortaleceu novamente antes de atingir os Estados Unidos como um furacão de categoria 4 (de uma escala máxima de 5), por volta da 1h local (3h de sexta em Brasília).
Chegou pela cidade costeira de Cameron, perto da fronteira com o Texas, no Golfo do México, com ventos de 240 km/h, de acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC, sigla em inglês).
Laura é o furacão mais potente a atingir Louisiana em um século e meio, conforme dados coletados pelo pesquisador da Universidade do Colorado e especialista em furacões Philip Klotzbach.
A passagem do furacão deixou pelo menos dez mortos neste estado, e quatro, no vizinho Texas. A maioria faleceu pela inalação de monóxido de carbono emitido por geradores elétricos portáteis usados em ambientes fechados, devido aos cortes de energia.
Outras quatro pessoas perderam a vida em Louisiana, devido à queda de árvores sobre suas casas. Uma outra vítima morreu afogada, no naufrágio de seu barco provocado pelos fortes ventos.
Na sexta-feira, havia 464.813 usuários sem eletricidade em Louisiana, de acordo com o site Poweroutage.us.
A violência do vento quebrou as janelas de um grande prédio em Lake Charles, uma cidade da Louisiana conhecida por suas refinarias de petróleo, a principal fonte econômica da região.
Na mesma localidade, foi registrado o incêndio em uma fábrica de produtos químicos. A ocorrência gerou uma nuvem tóxica gigantesca que obrigou os moradores a se refugiarem em suas casas.
– De furação a tormenta tropical –
Os meteorologistas alertaram sobre o risco de inundações no norte da Louisiana e no sul do Arkansas. O presidente Donald Trump anunciou que visitará Texas e Louisiana “sábado, ou domingo”.
Quinze anos após o furacão Katrina, que devastou Nova Orleans e afetou profundamente os habitantes de Louisiana, as autoridades locais aconselharam a população a ter cautela.