Quando o Barcelona confirmou ter recebido um pedido dos advogados de Lionel Messi informando que o argentino quer encerrar um dos relacionamentos mais duradouros do futebol, dirigentes dos maiores clubes da Europa esfregaram as mãos.
É como se a Mona Lisa de repente se tornasse disponível no mercado de arte, tal é o status de Messi no futebol, apesar de o jogador ter 33 anos e de sua magia estar suscetível a desaparecer em breve.
Alguns clubes já estão sendo apontados como próximo destino de Messi, sendo o mais provável, de acordo com casas de apostas, um reencontro com seu ex-técnico Pep Guardiola no Manchester City.
Fala-se também de Messi unir forças na Juventus com Cristiano Ronaldo, seu rival de longa data na disputa pelo título de melhor jogador do mundo, ou jogar novamente com Neymar no Paris Saint-Germain, numa tentativa do clube francês de buscar o título inédito da Liga dos Campeões.
Os proprietários chineses da Inter de Milão também veem Messi como o jogador para transformar a equipe de novo em uma força europeia.
Canais de esportes na TV e mídias sociais estavam fervilhando, nesta quarta-feira, com a decisão bombástica de Messi de deixar o Barça.
Divergências em cláusulas
No entanto, apesar da comoção inevitável, não é certo de que Messi terá várias opções, caso a saída do argentino do gigante catalão, onde chegou na adolescência em 2001, seja mesmo confirmada.
Messi insiste que uma cláusula em seu contrato permite que ele saia de graça — um cenário que atrairia um frenesi de pretendentes.
O Barcelona, porém, afirma que a cláusula expirou, e qualquer interessado precisaria pagar uma rescisão de 700 milhões de euros (cerca de R$ 4,6 bilhões) para levar Messi.
Se o Barcelona se mantiver firme, isso tirará a maioria dos compradores em potencial do jogo, especialmente com a demanda salarial de 1 milhão de euros (R$ 6,6 milhões) por semana de Messi.
Os homens de marketing apontarão para uma avalanche de vendas de camisetas e merchandising que Messi garantiria, sem falar que seus fãs ao redor do mundo aumentariam a base de torcedores do clube.
Finanças à parte, há um ponto de interrogação ainda maior pairando sobre Messi. Ele estaria em decadência?
Parece rude sugerir isso de um jogador que continua sendo o coração de um dos maiores clubes da Europa, o qual ajudou a ganhar mais de 30 troféus, mas nenhum na última temporada.
No entanto, seus 31 gols em todas as competições na última temporada, impressionantes para os padrões comuns, não foram excepcionais. Afinal, é um jogador que detém o recorde de 444 gols no Campeonato Espanhol. Ele já marcou 79 gols em um calendário anual e é o único jogador a marcar mais de 40 gols por seu clube em 10 temporadas consecutivas.