O novo coronavírus deve infectar mais de 21 mil potiguares até a segunda quinzena de maio. A análise leva em consideração a taxa de mortalidade da Covid-19 – que é provocada pelo vírus –, a partir dos dados de mortalidade da doença, segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde Pública, que avalia que 300 pessoas irão morrer nos próximos 30 dias.
A avaliação do Governo do Estado é que o pico da doença no Rio Grande do Norte deve acontecer entre a última semana de abril e os primeiros 15 dias de maio. Até lá, em um cenário satisfatório esperado pela Sesap, cerca de 300 pessoas morrerão em decorrência da doença.
A avaliação de cenário satisfatório – a partir do achatamento da curva epidemiológica, ou seja, com a redução da velocidade inicial da epidemia – está ligada ao cumprimento das medidas de restrição ao fluxo das pessoas, como a suspensão de aulas das redes pública e privada de ensino e o fechamento de atividades de serviços considerados não essenciais, além da observância, por parte dos potiguares, das medidas de quarentena domiciliar.
Em todo o Estado, o isolamento social segue até o dia 23 de abril, segundo decreto estadual da última quinta-feira (2). Segundo os dados do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade está em 2,72%. No entanto, um estudo feito por pesquisadores ligados à Universidade de Hong Kong e ao Centro de Dinâmicas de Doenças Transmissíveis da Universidade de Harvard (EUA) calcula que a taxa de mortalidade em pessoas com sintomas da Covid-19 seja de 1,4%.
Desta forma, seguindo os dados de 300 mortes estimadas pelo Governo do Estado, a doença deve alcançar 21,4 mil potiguares até maio. Em outro estudo, agora do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps), com sede no Rio de Janeiro, o Rio Grande do Norte terá 5% dos casos de Covid-19 necessitando de serviços especializados de saúde, como Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Desta forma, cerca de 1 mil potiguares irão necessitar de vagas atendimento intensivo no SUS. Com base nestes números, o estudo aponta custo total de R$ 12 milhões com atendimento de internações. O levantamento sobre os custos no atendimento avaliou que o custo médio de internação em UTI por condições semelhantes em 2019 foi de R$ 11.296, segundo informações do Datasus.
O levantamento considera apenas repasses federais com os procedimentos decorrentes da internação – medicamentos e materiais hospitalares –, sem contar com as despesas com médicos. Até a última sexta-feira (3), todas as 279 Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio Grande do Norte estavam ocupadas.
Casos confirmados no RN
O número gera preocupação em razão do avanço dos casos de hospitalizações causadas pela Covid-19 no Estado. A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte divulgou neste domingo (5) que são 242 casos confirmados de coronavírus. Até o momento, a Covid-19 já matou sete potiguares.
Governo do RN anuncia novas UTIs
O Governo do Rio Grande do Norte anunciou no sábado (4) ações para a melhoria de rede pública hospitalar. Também foram anunciadas ações para o enfrentamento da pandemia da Covid-19. O secretário de Estado da Saúde Pública, Cipriano Vasconcelos, defendeu a necessidade urgente de instalação do Hospital de Campanha na Arena das Dunas.
“O Hospital de Campanha é para ampliar leitos de UTI’s e de observação de forma rápida e salvar vidas. A Arena das Dunas é o lugar mais apropriado por que tem infraestrutura pronta de água, energia, esgoto e comunicação”, argumentou. Cipriano também informou que, de acordo com o planejamento do Governo do Estado, serão ofertados progressivamente novos leitos de UTI’s. Na próxima semana serão ativadas UTI’s no Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró.
Na semana seguinte, no Hospital da Polícia Militar e no Hospital João Machado, em Natal. Sobre o chamamento público emergencial para contração de Organização Social ou Instituição Filantrópica para a gestão do Hospital de Campanha o secretário de Saúde explicou, acerca do comparativo que vem sendo feito pela sociedade entre a unidade de Natal e a da cidade de São Paulo.
“Foi feita uma grande confusão, por desinformação ou má fé, tentando comparar Natal com São Paulo. São instalações e estruturas e equipamentos diferentes”, explicou, acrescentando que o prazo para entrega de propostas previsto para o último dia 3 fica prorrogado para que as instituições interessadas possam ter mais tempo para realizar possíveis adequações.