Do seu partido, Marielle Franco foi assassinada e Marcelo Freixo também sofre ameaças
Reeleito para um terceiro mandato na Câmara Federal, o deputado Jean Willys (PSOL) anunciou que não tomará posse e, mais ainda, que ficará fora do país, tudo isso devido à ameaças que vem sofrendo.
Em seu perfil em uma rede social ele escreveu: “Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!”
Mais cedo, nesta quinta-feira (24), Jean Wyllys concedeu entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo” na qual informou que está no exterior e não pretende voltar ao Brasil. Na entrevista, o deputado diz que tem sofrido ameaças de morte e que o seu partido reconheceu que ele se tornou um alvo de ameaças, acatando assim a decisão dele permanecer fora do país e não tomar posse.
Willys também tem sido alvo há algum tempo de uma campanha de notícias falsas na internet o associando associando-o à pedofilia, ao casamento de adultos com crianças e à mudança de sexo de crianças. “Como você se sentiria se encontrasse, toda semana, vários memes com sua imagem e seu nome ao lado de frases absurdas, que você nunca disse, associando sua imagem à defesa da exploração sexual de crianças e da prática da pedofilia? Por favor, dê RT e me ajude a espalhar a verdade!”, diz a mensagem em post fixado em seu perfil no Twitter com um vídeo desmentindo notícias falsas.
Há 10 meses, a vereadora do PSOL no Rio de Janeiro, Marielle Franco, foi assassinada a tiros com seu motorista e as investigações apontam razões políticas e envolvimento de políticos e da milícia. Ela foi assessora do deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, também do PSOL, que também é ameaçado e anda com escolta policial.
A cerimônia de posse dos deputados está marcada para 1º de fevereiro e a secretaria da Câmara informou que o suplente de Jean é David Miranda (PSOL-RJ).